quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Musicas Repetidas


E aqui vai mais uma.



"O que foi que aconteceu

Aconteceu
Eu não estava à tua espera
E tu não me procuravas
Nem sabias quem eu era
Eu estava ali só porque tinha que estar
E tu chegaste porque tinhas que chegar
Olhei para ti
O mundo inteiro parou
Nesse instante a minha vida
A minha vida mudou
Tudo era para ser eterno
E tu para sempre meu
Onde foi que nos perdemos?
O que foi que aconteceu?
Tudo era para ser eterno
E tu para sempre meu
Onde foi que nos perdemos, meu amor?
O que foi que aconteceu?
Aconteceu
Chama-lhe sorte ou azar
Eu não estava à tua espera
E tu voltaste a passar
Nunca senti bater o meu coração
Como senti ao sentir a tua mão
Na tua boca o tempo voltou atrás
E se fui louca
Essa loucura
Essa loucura foi paz
Tudo era para ser eterno
E tu para sempre meu
Onde foi que nos perdemos?
O que foi que aconteceu?
Tudo era para ser eterno
E tu para sempre meu
Onde foi que nos perdemos,


(Cantado por Ana Moura)

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Serpa






Hoje acordei com um passaroco a bicar na janela da sala.

Não sei o que queria, mas quando apareci para ver quem fazia tamanho barulho, e pronta para dar uma descompostura, o desgraçado do melro ficou a olhar para mim de lado e com um ar desafiador.

Aproximei-me e ele fugiu.

Deitei-me outra vez, mas desta feita com a máquina fotográfica ao lado. Se ele voltar eu apanho-o, pensei eu.

Mas o melro de bico amarelo não voltou. Veio outro em sua substituição. Não tão bonito, mas igualmente desafiador. Olhou para mim, fez a gracinha, parou novamente e de seguida voo.

Posted by Picasa

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Alentejo


É preguiça e da forte.

Alentejo convida à bela da moleza, lanzeira, ou lá como se diz, tão típica deste prazenteiro lugar.

Cafés da manha, o belo do passeio, uma boa musica e um livro, ir a Espanha comprar secretos de porco preto, ir ao “Lebrinha” beber a melhor imperial de Portugal com uns camarões grelhados, noticiazinhas na televisão com um braseirinho bem quentinho na frente e um gin na mão e ainda depois de um jantar bem regado, umas anedotas no grupo das crianças, um jogo, um bocadinho de computador, falar, dormitar, falar, falar, rir até cair para o lado de cansaço…

Entre umas e outras actividades confesso que ainda não arranjei tempo para olhar para dentro.

Mas estou feliz.

Este é de facto um meio onde me sinto bem. Mesmo sentindo a pele a estalar de seca, o frio a entrar pelos ossos, a chuva que não nos deixa passear tanto como gostaria e o cheiro a cigano de estar dentro das lareiras gigantes, ah!! Misturado com o cheiro típico das águas-de-colónia espanholas. Brrr!

Aqui não há confortos, há vida.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Natal IX - Amar



E como não há Natal sem amor, resolvi hoje falar sobre o que me faz mover na vida.

O amor.

Palavra, que me diz pouco, ou eu não pertencesse aquela geração que a Ana Vidal tão bem descreveu no seu post “dizer o Amor",mas sem o qual a vida não faria qualquer sentido.

Não sou poeta, não sou escritora, não sou cantora, não sou pintora, não tenho qualquer arte através da qual me possa exprimir, mas tenho uma enorme necessidade de o apregoar. Como? Ainda não descobri!

Dizer “Eu gosto de ti” é dar um pouco de mim a cada pessoa que gosto. Sabe-me bem afirma-lo. Sabe-me bem ouvi-lo. Quando ouvimos ou quando dizemos, selamos um compromisso de amizade que não é para todos. É selecto, é especial, enche. Só por si já é muito. Mas de facto não é “Amo-te”.

“Amo-te” é mais, é muito mais. “Amo-te” é quase indizível, faz-nos tremer, faz-nos rir, faz-nos chorar, faz-nos estar alerta, faz-nos sentir, faz-nos construir, faz-nos sonhar, faz-nos …viver.
“Amo-te”, dizer só não chega, preciso de o dar, preciso de o receber.

Fico fragilizada quando não o sinto, desprotejo-me quando o dou, desfaço-me, derreto-me quando o recebo. Mas ainda assim é dele e para ele que vivo.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Natal VII


E porque existem pessoas que nos acompanham na sombra, nos guiam e nos iluminam o caminho com as suas palavras de conforto e a sua presença sempre discreta, respeitadora e amiga. E porque, em grande parte, são estas pessoas que nos fazem ter um Natal melhor. Aqui vai um grande beijo com um desejo – muitos e bons anos sempre com a vossa companhia.

(M.Júlia, está incluída neste meu pequeno agradecimento, a sua presença tem sido uma fantástica companhia. E aqui incluo também Ana V., Júlia ML, Fugi, Torquato, Mad, Mike, Huck, RAA, Rogerio C, e claro Eu antes de Mim, Pedro Rapoula, Lourenço, Papiêr e Tia Teresa. A todos, mesmo todos, os que de alguma forma me acompanharam e acompanham nesta aventura.







“And so this is Christmas, see what you have done for me!”
Another year over and a new one just begun.

And so this is Christmas, i hope you have fun,
The near and the dear one, the old and the young.

A very merry Christmas and a happy new year,
Let's hope it's a good one without any fear.

And so this is Christmas for weak and for strong,
For the rich and the poor ones, the road is so long.

And so happy Christmas for black and for whites,
For the yellow and red ones, let's stop all the fight.


A very merry Christmas and a happy new year,
Let's hope it's a good one without any fear.
And so this is Christmas and what have we done?
Another year over, a new one just begun.

And so this is Christmas, we hope you have fun,
The near and the dear one, the old and the young.

A very merry Christmas and a happy new year,
Let's hope it's a good one without any fear.

War is over
If you want it,
War is over now.

Happy Christmas!
Happy Christmas!
Happy Christmas!
Happy Christmas!
Happy Christmas!



segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Natal VI


E agora, só para a Júlia ML, obrigada pelo lindo presente que me deu.





(Tardou, mas isso foi porque fiquei sem jeito :-))

Natal V


E porque é Natal e,
Porque o Natal é o nascimento de Jesus e,
Porque Jesus teve um pai e uma mãe como todos nós, que zelaram pela sua existência enquanto puderam e,
Porque não há uma sem duas e ainda,
Porque sim.

Aqui vai, para todos os pais que lerem este post, a minha versão favorita, da minha música preferida de Natal, cantada por Pavarotti.

"Avé Maria"



domingo, 21 de dezembro de 2008

Natal IV


O Natal

Estamos no Natal não é verdade!

E por isso mesmo, supostamente imbuídas desse espírito Natalício que por aí tanto falam.

Eu sinto-o, menos do que quando era mais nova e de uma nova forma.

Ainda assim tenho boas recordações e todos os anos junto mais uns pós. Todos os anos sinto falta dos que já não estão, mas não mais falta do que noutro momento qualquer do ano. Todos os anos tento passar alguns momentos mágicos aos que estão ao meu lado, tal e qual me passaram no passado.

Uns dos momentos mágicos eram sem dúvida o lado musical.

As músicas de Natal enchem-me.

"Ave Maria"


Esta é uma das minhas musicas preferidas de Natal.

Em qualquer versão.

Dedico-a aqui neste post, a todas mães que o lerem.

sábado, 20 de dezembro de 2008

Um Olhar


Olhaste para mim!


Olhaste de olhar, ou só olhaste?

Foi impressão minha, ou vi um cintilar no fundo desse teu olhar?

Eu senti-o! Ele entrou em mim e eu corei, deixaste-me nervosa.

Viste o que eu senti?

Conseguiste perceber o que ia no meu olhar, na minha alma, no meu coração!

Sentiste o que eu senti?

Viste, percebeste e fugiste!

Fugiste de mim ou de ti?

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Jogo de Sedução


O jogo de sedução de que eu tanto gosto desta vez apanhou-me na curva.

Não vale a pena tentar enganar-me.

Deixei-me levar, envolvi-me, perdi.

Envolvi-me não de paixão mas de desejo.

Não é aquele desejo de ter para mim a pessoa por quem me deixei envolver.

Não é desejo da carne.

É desejo de me sentir amada.

Desejo de me poder aninhar e sentir o calor de um abraço protector.

É desejo de ter uma pessoa que olhe por mim, que me dê atenção que goste de mim, que me queira do seu lado, que goste de conversar comigo, de partilhar as coisas mais banais desta vida, que goste das mesmas coisas que eu e com quem eu possa brincar, correr, andar, tropeçar. Que não me leve a mal, não me cobre o dia-a-dia, não exija a minha perfeição. Desejo de poder ser eu, de dar o meu conforto e o meu abraço, de não ter medo de me expor, de me sentir livre.

Por momentos achei que tinha encontrado!!!Mas que sina a minha! Ter perdido mesmo antes de ter encontrado.

Desta vez fui surpreendida, eu própria não queria nada, querendo tudo. Deixei-me envolver!!!!

Não me perdoo por me ter deixado iludir, por me ter deixado ir tão longe. Não me perdoo por me ter dado ao luxo de ter sonhado tão alto.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Aquela Carta


Comecei a escrever uma carta para te enviar e de repente, quando a releio, dou conta que ela pode ter mil e um sentidos.

Escrevo outra vez, mas agora de outra forma.

Releio e mais uma vez tudo pode ter outro sentido. Refaço vezes sem conta mas o que eu queria passar, coisa tão simples, continua a poder ser interpretado de milhentas maneiras.

Vi com tristeza que, se a leres poderás pensar em tudo menos no que simplesmente te queria dizer!

Mas, mais triste só o facto de não te ter enviado a carta!

O que eu não escrevi, mas escrevi e o que não tinha intenção de te dizer, mas parece que disse, o que eu queria ter contado, e não consegui… Ficou por aqui mesmo.

É nestas pequenas coisas que vejo o que vou perdendo.

Da minha parte, espontaneidade e todo o meu eu.

Da tua… Provavelmente nada, nem te deste conta que alguma perdeste aquilo que nem sabes que tiveste.

Bom? Mau? Nunca saberás, nem eu...

Mas sentirei sempre a falta de não te ter escrito aquilo que tanto te queria dizer.

Que teríamos ganho se eu a tivesse enviado? Provavelmente nada! Nunca saberás, nem eu ...

Mas, talvez eu não sentisse esta falta, tão grande, de não te ter contado o tanto que tinha para contar.


domingo, 14 de dezembro de 2008

sábado, 13 de dezembro de 2008

Natal III


Quando eu era pequena a minha avó costumava contar-me muitas histórias.

No Natal, as histórias multiplicavam-se.

Aquelas que envolviam crianças e pessoas sem ninguém, foram as que mais me marcaram.

Eram histórias tristes e muito bonitas, cheias de cor e frio.

Acabavam bem, como qualquer historia que se preze. Menos uma!!!!

E, todos os Natais, com poucas excepções, eu lembro-me dessa história: “A menina dos fósforos”.

A menina dos fósforos

"Estava tanto frio! A neve não parava de cair e a noite aproximava-se. Aquela era a última noite de Dezembro, véspera do dia de Ano Novo. Perdida no frio, uma menina seguia pela rua, com a cabeça descoberta e os pés descalços.

A menina levava no avental uma quantidade de fósforos, e estendia um maço deles dizendo:

— Quem quer fósforos bons e baratos? — Mas ninguém comprara os fósforos.

Sentia fome e frio, e estava com a cara pálida e as faces encovadas. Os flocos de neve caíam-lhe sobre os cabelos compridos e loiros. Através das janelas, as luzes vivas e o cheiro da carne assada chegavam à rua, porque era véspera de Ano Novo.

Sentou-se no chão e encolheu-se num canto. Sentia cada vez mais frio mas não tinha coragem de voltar para casa. Então lembrou-se de acender um fósforo para se aquecer.

Pegou num fósforo e acendeu! Mas, que luz era aquela? A menina julgou que estava sentada em frente de um fogão de sala cheio de ferros rendilhados, com um guarda-fogo reluzente. A menina estendia já os pés para se aquecer, quando a chama se apagou e o fogão desapareceu. E viu que estava sentada sobre a neve, com a ponta do fósforo queimado na mão.

Acendeu outro fósforo e o lugar em que a luz batia na parede tornou-se transparente. A rapariguinha viu assim o interior de uma sala de jantar onde a mesa estava coberta por uma toalha branca, e mesmo no meio havia um ganso assado, com recheio de ameixas e puré de batata, espalhando um cheiro apetitoso. Mas, o fósforo apagou-se, e a pobre menina só viu na sua frente a parede negra e fria.

E acendeu um terceiro fósforo. Imediatamente se encontrou ajoelhada debaixo de uma enorme árvore de Natal. Milhares de velinhas ardiam nos ramos verdes. A menina levantou ambas as mãos para a árvore, mas o fósforo apagou-se, e todas as velas de Natal começaram a subir, e ela percebeu então que eram apenas as estrelas a brilhar no céu.

Uma estrela maior do que as outras desceu em direcção à terra, deixando atrás de si um comprido rasto de luz. «Foi alguém que morreu», pensou para consigo a menina; porque a sua boa avó, que já não era viva, dizia-lhe muita vezes: «Quando vires uma estrela cadente, é uma alma que vai a caminho do céu.»

Acendeu mais outro fósforo e uma grande luz apareceu, e no meio dessa luz estava a sua avó, de pé, com uma expressão muito suave, cheia de felicidade!
— Avó! — gritou a menina — leva-me contigo! Quando este fósforo se apagar, eu sei que já não estarás aqui. Vais desaparecer como o fogão de sala, como o ganso assado, e como a árvore de Natal, tão linda.

Riscou imediatamente todos os fósforos porque queria muito que a avó continuasse junto dela. Foi então que a Avó a tomou nos braços e, soltando os pés da terra, voaram as duas tão alto que já não podiam sentir frio, nem fome, nem desgostos, porque tinham chegado ao reino de Deus."

(Hans Christian Andersen)

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Natal II


No outro dia, uma amiga perguntou-me se eu punha o Menino Jesus no presépio antes do dia 25 de Dezembro.

Vai que respondi que em casa da minha Avó era assim que se fazia. Já eu não tinha muitas hipóteses porque o meu presépio era dos modernos, daqueles que o Menino Jesus e as suas palhinhas eram a mesma peça.

Assim um bocado a medo perguntou então como é que eu fazia com as palhinhas.

Devo ter ficado a olhar para ela com ar de marciano extraterrestre.

Então, rapidamente começou a contar a sua história.

Quando faziam o presépio todos em família e depois das rezas e cânticos habituais, comprometiam-se a fazer uma caminha fofinha para o Menino Jesus. A sua Mãe, contava que cada boa acção ou sacrifício se transformava numa palhinha e todos os finais do dia, até ao dia de Natal, e antes do jantar rezavam e entregavam as palhinhas do dia para a cama do Menino Jesus.

Tinham assim um momento de convívio e um momento de dádiva e reflexão.

Partilhavam as suas boas acções e histórias, riam-se juntos, choravam juntos, brincavam juntos e juntos se esforçavam por um mundo melhor e para que o Menino Jesus tivesse uma caminha digna, farfalhuda, fofinha e quentinha. Por pelo menos uns tempos, eram todos por um e um por todos.


quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Natal I


E porque hoje é dia de Lua cheia...É Natal...

É dia de Magia...




E mais Magia...



E mais Magia...



E mais Magia!!!




Natal


Raio de época mais bonita e mais nostálgica, mais sem tempo e tudo a correr. Chega a ser stressante ver a correria das pessoas e minha, é claro. Parece que o mundo vai acabar no dia de Natal.

Tive esta sensação na época que me casei e agora dou conta que todos os anos por esta altura tenho o mesmo problema para resolver. Sim para resolver, de tanto correr, não se tem tempo para o que é importante. As pessoas!!!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Reportagem fotografica


Não tenho estado com grandes “feelings” para a escrita. Bem, não tem sido só para a escrita, para tudo um bocadinho, o que se reflecte bastante na escrita!


O tempo também não tem sido aquele amigo! Tanta coisa para se fazer e pouco tempo para digerir, processar e sintetizar. Como dizem os alentejanos - Tudo tem o seu preceito e sem ele nada feito.

Alentejo, Ribatejo, Gerês, tem sido o país de lés a lés. Ou quase!
A reportagem fotográfica é digna de se ver e de se partilhar.

Já o frio, os cheiros ou melhor as próprias das vivências… Só para quem as sentiu ou melhor viveu!

Há quem diga que me escondo atrás de uma maquina fotográfica. Admito que pode ser verdade. Mas geralmente vale a pena. O que se perde, ganha-se a recordar. Será bom, será mau? Ainda não pensei muito.



Gerês II









terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Arco Iris




“Este é o sinal da aliança que faço entre mim e todas as criaturas que estão na terra.”
(Gênesis 9:13 à 17)


quinta-feira, 27 de novembro de 2008

“O que me dói”



“O que me dói não é
O que há no coração
Mas as coisas lindas
Que nunca existirão …”

(Fernando Pessoa)


Ausência


Mais um dia sem Lua.

“Num deserto sem água
Numa noite sem lua
Num país sem nome
Ou numa terra nua
Por maior que seja o desespero
Nenhuma ausência é mais funda do que a tua.”

(Sophia de Mello Breyner Andersen)


Musicas Repetidas


Cada lugar teu



"Sei de cor cada lugar teu
atado em mim, a cada lugar meu
tento entender o rumo que a vida nos faz tomar
tento esquecer a mágoa
guardar só o que é bom de guardar

Pensa em mim protege o que eu te dou
Eu penso em ti e dou-te o que de melhor eu sou
sem ter defesas que me façam falhar
nesse lugar mais dentro
onde só chega quem não tem medo de naufragar

Fica em mim que hoje o tempo dói
como se arrancassem tudo o que já foi
e até o que virá e até o que eu sonhei
diz-me que vais guardar e abraçar
tudo o que eu te dei

Mesmo que a vida mude os nossos sentidos
e o mundo nos leve pra longe de nós
e que um dia o tempo pareça perdido
e tudo se desfaça num gesto só

Eu Vou guardar cada lugar teu
ancorado em cada lugar meu
e hoje apenas isso me faz acreditar
que eu vou chegar contigo
onde só chega quem não tem medo de naufragar"

(Cantado por Mafalda Veiga)


"Sei-te de cor"





"Sei de cor
cada traço do teu rosto, do teu olhar
cada sombra da tua voz e cada silencio,
cada gesto que tu faças,
meu amor sei-te de cor

sei cada capricho teu e o que nao dizes
ou preferes calar, deixa-me adivinhar
nao digas que o louco sou eu
se for tanto melhor
amor sei-te de cor

sei porque becos te escondes,
sei ao pormenor o teu melhor e o pior
sei de ti mais do que queria
numa palavra diria
sei-te de cor.

sei cada capricho teu e o que nao dizes
ou preferes calar deixa-me adivinhar
nao digas que o louco sou eu
se for tanto melhor
amor sei-te de cor

sei de cor cada traço do teu rosto, do teu olhar
cada sombra da tua voz e cada silencio,
cada gesto que tu faças
meu amor sei-te de cor"
(Cantado por Paulo Gonzo)

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

"déja vu"


Parece aquele "déja vu".

Era nisto que eu estava a pensar. Pelo menos na forma como o decifrei. Já que cada poema tem várias interpretações.

"Saltar o muro"

Quando se quebra o encanto e não há nada
mais a fazer que suportar a dor,
quando a noite não traz a madrugada
e o mundo se acinzenta e perde a cor,
quando surge iminente o fim da estrada
e qualquer coisa diz que a caminhada
poderia ter tido outro valor,
é mais que tempo de saltar o muro
e retomar a busca do futuro."


(posted by Torquato da Luz)

Há um tempo para tudo.

Há o tempo que temos para ver se as coisas acontecem e o tempo que temos para fazer as coisas acontecer (esta frase não é minha).

A partir daqui, se nada aconteceu é tempo para saltar o muro e procurar o futuro.

Não sem dor. Claro. E, de preferência, não sem conseguir ver qualquer coisa de positivo. Mesmo que a madrugada não apareça, a cor esmoreça e o beco seja sem saída, tem de haver sempre um pássaro a cantar do lado de lá do muro, só é preciso ver onde.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Musicas Repetidas


Ahhh! Tenho mesmo de repetir algumas músicas.

Não aguento.

São boas demais, mexem demais comigo. São “gostosas demais”. Não consigo conceber a minha vida sem alguns destes acordes. Tal como não a consigo conceber sem algumas das coisas boas que já alcancei ou de alguns sonhos não atingíveis. Já fazem parte de mim.

E vai uma:



(gosto muitissimo mais da versão de Maria Bethânia, mas este vídeo é muito mais apetitoso)

Partilhar


Partilhar,

É mesmo, às vezes precisamos de partilhar o nosso dia-a-dia feliz com quem nos queira aturar.

Mas não é só partilhar conversas, cusquices, trabalho, musicas, vivências, alegrias, tristezas...

É também partilhar o sorriso, a paz e principalmente o silêncio.

Encostar a cabeça, fechar os olhos e estar. Estar, simplesmente estar.

Estar, ouvir o nosso coração bater, a par e passo com o pensamento e transmitir toda a energia que sai de nós em cada pequeno suspiro.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

É o Amor





"Eu não vou negar
Que sou louco por você
"Tô" maluco pra te ver
Eu não vou negar

Eu não vou negar
Sem você tudo é saudade
Você trás felicidade
Eu não vou negar

Eu não vou negar
Você é meu doce mel
Meu pedacinho de céu
Eu não vou negar

Você é minha doce amada
Minha alegria
Meu conto de fadas, minha fantasia
A paz que eu preciso pra sobreviver

Eu sou o seu apaixonado
De alma transparente
Um louco alucinado
Meio inconseqüente
Um caso complicado de se entender

É o Amor
Que mexe com minha cabeça
E me deixa assim
Que faz eu pensar em você
E esquecer de mim
Que faz eu esquecer
Que a vida é feita pra viver

É o Amor
Que veio como um tiro certo
No meu coração
Que derrubou a base forte
Da minha paixão
E fez eu entender que a vida
É nada sem você

Eu não vou negar você é meu doce mel
Meu pedacinho de céu
Eu não vou negar

Você é minha doce amada
Minha alegria
Meu conto de fadas
Minha fantasia
A paz que eu preciso pra sobreviver

Eu sou o seu apaixonado de alma transparente
Um louco alucinado meio inconseqüente
Um caso complicado de se entender

É o Amor
Que mexe com minha cabeça e me deixa assim
Que faz eu pensar em você e esquecer de mim
Que faz eu esquecer que a vida é feita pra viver

É o Amor
Que veio como um tiro certo no meu coração"

(cantado por Maria Bethania)

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Sem historia


Belíssimo fim-de-semana, o que passou.

Dias lindos, boa companhia, boas refeições, bom vinho, boa disposição, boa musica, bons passeios, lindíssima paisagem. Fins de tarde paradisíacos, boa temperatura, boa leitura.

O que se quer mais?

Mas, lá no fundo lá no fundo há sempre qualquer coisinha que falta. Ahhhh ! A eterna insatisfeita.

Às vezes até me sinto mal por ser assim. Eu gosto, até posso dizer que amo a vida, mas onde está o meu momento perfeito? Será que existe?

Como eu gostaria de acreditar que sim! Como gosto de o imaginar!

Passo horas do meu tempo neste exercício maluco e sem fim.

sábado, 15 de novembro de 2008

Loucura


Hoje a minha viagem foi linda.

Saí às 21h30 de Lisboa, apanhei um bocadinho de trânsito na ponte e até ao famoso do Fogueteiro.

A partir daí a estrada foi toda minha. Mas quando eu digo que a estrada foi toda minha, foi mesmo toda minha. Nem um carro na minha frente a empatar. Nem uns faróis atrás de mim a encadear.

Música a bombear, lua cheia e os meus pensamentos a encher o carro. Já quase a chegar, começo a sentir o cheiro da minha Serpa, meio cheiro de flor de laranjeira, meio cheiro de lenha a arder.

O termómetro marca 5ºC, a lua está bem por cima a iluminar o meu caminho e num impulso louco, fechei as luzes (faróis) do carro... lindo, lindo, lindo…

A estrada apareceu muito direitinha com todos os riscos e linhas e muito bem iluminada bem na minha frente. Na berma, as árvores faziam sombra, tão bem delineadas que pareciam desenhadas, ou melhor recortadas e coladas sobre um fundo azul noite. No céu, viam-se as estrelas e até mesmo a via láctea. Lá estavam as Três-Marias, a Estrela Polar, a Ursa Maior…

Que passeio! Que estica. Quem diria que um dia eu tive medo de guiar.

Mais uns kilometros e saía um poema. Quase que arriscava!








quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Olhei e Vi


310 posts.
Um ano e dois meses.
5471 Entradas sem contar com as minhas.
Media de 30 páginas lidas/dia e de 20 visitantes por dia.

Quando comecei este “diário digital”, nunca me passou pela cabeça que o conseguiria manter por tanto tempo e tão assiduamente actualizado. É um facto que me tornei uma dependente do computador, mas não me arrependo nem um bocadinho.

Tem sido divertido!

Já não é a primeira vez que sinto que escrever me faz bem, que me descrever a mim e ou aos meus sentimentos, me obriga a perceber os porquês da minha existência.

É também uma forma simpática de me ir conhecendo, de andar mais devagar no tempo e de dar algum valor ao que me rodeia.

Também já não é a primeira vez que menciono o meu famoso Diário. Aquele que me acompanhou em cada folha, em cada linha, em cada palavra, até ao dia em que me casei. Ou talvez um tempinho antes.

Nesse eu escrevia sem regra e sem cerimónias, o que fazia e o que não fazia, o que me ia na alma, no coração e na cabeça, com pressa e sem pressa. Não dava sequer para me tentar conhecer, tal era a intensidade dos disparates que escrevia.

Aqui a coisa é diferente.

Ao princípio não sabia minimamente o que estava a fazer, nem tão pouco o alcance de uma brincadeira destas. Não fazia a mais pálida das ideias que por dia podia ser lida por 2 pessoas quanto mais por média de 20. No entanto e com grande respeito pelos que me poderiam ler, tentei pelo menos não dar erros ortográficos e estruturar minimamente o meu raciocínio.

Mais uma vez desabafando. Nesta minha luta, quase diária de tentar escrever qualquer coisita que não me envergonhe, e que defina o meu estado de espírito, ou simplesmente o que me passa pela cabeça, os meus momentos, os meus sentimentos, as minhas musicas, os meus pensamentos, dei-me conta da minha falta de cultura geral e especifica, da minha falta de vocabulário, da minha falta de humor e capacidade de resposta, da minha falta de sentido estético, da minha falta de conhecimento literário e gramatical, da minha falta de sentido de oportunidade, etc, etc, etc. Mas todas estas coisas más têm tido uma boa contrapartida, tudo o que tenho aprendido ao longo deste ano, tudo o que tenho lido e tantas coisas bonitas, as pessoas excelentes que já conheci, enfim um mundo que se abre à minha frente pronto para ser desvendado e todo para mim.

O que quero, como quero, quando quero. Há coisa melhor?

Tudo isto tem sido uma surpresa. Começou pela primeira pagina, nunca pensei conseguir escreve-la. O meu esforço, a minha paciência, a minha perseverança, a minha vontade, a minha mudança, a minha atitude, a minha sensibilidade, a minha estrutura, a minha posição, o meu ser, etc.

Tem sido fantástico!

Futuro


"Deixa-me ouvir o coração que bate
ao ritmo da ternura.

Sei que transportas as marés
dos oceanos que nos precederam:
a ansiedade, a dúvida, essa forma
genuína de entender a vida.

Mas igualmente a esperança no futuro,
o mistério que está além dos muros"

(2005-Posted by Torquato da Luz )


O mundo é grande



"O mundo é grande e cabe
nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabe
na cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabe
no breve espaço de beijar. "


(Carlos Drummond de Andrade in “Amar se Aprende Amando”)


terça-feira, 11 de novembro de 2008

Como um grito


Não há nada a fazer. Estes dias são aqueles em que tudo o que se diga é pouco para enganar a nossa solidão. Por muito boa que esta vida se nos apresente, por muito que se esteja acompanhado lado a lado, dia após dia, mão na mão, a solidão bate-nos à porta e faz-nos estremecer. Conta-nos como somos pequenos, indefesos, impotentes e solitários. Coloca-nos no nosso lugar sem apelo nem agravo.

São dias duros, longos e muito penosos.




segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Espera/Felicidade


Hoje, nas minhas leituras blogosfericas fui ter a um post no “Mel com cicuta”, “Pessoas Felizes”, que me fez entender o que eu própria não estava a conseguir ver.

A felicidade é boa, mas não é fácil. Chega sem marcar horas, dura o que durar, vira as costas sem um aceno e sai porta fora.”

Afinal, afinal ando à procura, ou melhor à espera de mais do mesmo – Felicidade (ou de mais um bocadinho ainda)– que algo de fantástico se passe, que se faça historia, a historia da minha vida.

Agora consciente, talvez consiga chegar um bocadinho mais longe. Talvez consiga ganhar cada segundo que passa aproveitando a felicidade com que me empenho no começo. Passar de espectadora a meia realizadora.

Sim disse meia realizadora, a outra meia deixo para os meus amigos. Não quero ficar demasiado ocupada…

"As pessoas felizes estão demasiado ocupadas a lutar pela sua própria sobrevivência ……É gente que trabalha para aquilo

domingo, 9 de novembro de 2008

Tempo/Espera


Esta sensação do tempo a pesar é um tanto ou quanto estranha.

Na cabeça bate cada segundo e nos meios tempos nada acontece. Todos os dias são um novo dia e cada dia é uma nova esperança.

Todas as segundas feiras acordo com grande fé, bem-disposta e com vontade de enfrentar uma nova semana.

Não sei bem do que estou à espera, mas estou certamente à espera de qualquer coisa.

Não foi de hoje, não foi de ontem. Tem sido assim nos últimos meses.

Há qualquer coisa no “tempo a passar” e neste estranho esperar, que me tem assustado e me tem tirado uns minutos do meu pensamento, no entanto os porquês não me saem de feição e todas as explicações que me surgem não são suficientes para me satisfazer.


sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Lua e Estrela




Lua e Estrela

"Menina do anel de lua e estrela
Raios de sol no céu da cidade.

Menina do anel de lua e estrela
Raios de sol no céu da cidade.
Brilho da lua oh oh oh, noite é bem tarde
Penso em você, fico com saudade

Manhã chegando
Luzes morrendo, nesse espelho
Que é nossa cidade
Quem é você, oh oh oh qual o seu nome
Conta pra mim, diz como eu te encontro
Mas deixa o destino, deixe ao acaso
Quem sabe eu te encontro
De noite no Baixo
Brilho da lua oh oh oh, noite é bem tarde
Penso em você, fico com saudade "
(Cantado por Caetano Veloso)

Sonhos




(W.B.Yeats)

(roubado descaradamente do blog de Rita Ferro)




Obrigada Júlia

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Quarto Crescente e uma Estrela


Hoje olhei para o céu, como sempre faço, para ver onde estáva a lua.

O céu estava estrelado e com um azul como há muito tempo eu não via. Havia nuvens, mas nos meios as estrelas brilhavam com uma intensidade que não é muito usual para estas zonas de luz artificial.

No meio deste reparo, começou a surgir a Lua debaixo de uma nuvem cheia de forma. A seguir à Lua veio uma estrela e o quadro ficou completo.

Ali estava a Lua, no seu orgulhosíssimo quarto crescente, a olhar por mim.

Senti-me acompanhada e segui o meu caminho.


segunda-feira, 3 de novembro de 2008

let it be



Na sequência do "Let it be me" apareceu-me esta. Gostei!


It Wasn't Me/Let it Be
(beatles vs shaggy)



Acordar


Acordo quase sempre bem-disposta.
Acordo quase sempre vinda de sonhos tão bons.
Acordo quase sempre com disposição para mudar este mundo cheio de cor e luz.
O que acontece quase sempre é que as expectativas não correspondem às cores lindas, formas perfeitas e sons que nos rodeiam.
Mas hoje, não foi isso que se passou. Tudo brilhou.


domingo, 2 de novembro de 2008

Há Dias


Há dias que me sinto em paz, há dias que sinto uma inquietude imensa.
Há dias que consigo parar para escrever, há dias que isso se torna muito difícil.

Esta é mais uma realidade que tenho vindo a constatar, quando estou em paz as palavras não me saem. Bem tento, mas nada. Ou por outra, as palavras saem, mas saem descoordenadas e desordenadas, sem nexo, uma ideia ali outra aqui. Tudo me distrai, um pequeno barulho, uma sombra, o sol que vai e vem, quem passa na rua, o estalar da madeira.
Os meus sentidos estão alerta para tudo o que me rodeia.

Quando a inquietude me assalta, tudo se vira para o meu umbigo. As palavras saem com o sentido da minha própria alma. É fascinante ver as letras a aparecer, formando palavras que desenham os meus sentimentos.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

let it be me


let it be me

"God bless the day I found you
I want to stay around you
And so I beg you, let it be me

Don’t take this heaven from one
If you must cling to someone
Now and forever, let it be me

Each time we meet love
I find complete love
Without your sweet love what would life be
So never leave me lonely
Tell me you love me only
And that you’ll always let it be me

Each time we meet love
I find complete love
Without your sweet love what would life be

So never leave me lonely
Tell me you love me only
And that you’ll always let it be me"


(Elvis Presley)




terça-feira, 28 de outubro de 2008

E Hoje ...



If you fall

Let's talk and we'll fill the air with imagery that lasts forever
So this is love that's a lovely thought
You have to care for it to keep it together
If you fall will you get up
You're stuck in a dream will you wake up
And if you fell in love will you hold on to it
And if it's cold will you stay warm
You drift too far will you swim towards the shore
And if you fell in love will you hold on to it
Lets just sing and we'll fill the air with melodies that blend together
You speak so sweet with words so delicate
A glass i hope will never shatter
If you fall will you get up
You're stuck in a dream will you wake up
And if you fell in love will you hold on to it
And if it's cold will you stay warm
You drift too far will you swim towards the shore
And if you fell in love will you hold on to it


(Azure Ray)




segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Eu


Em dias de pouca Lua ou de Lua nenhuma, não escrevo, não falo e não vivo.

Efeito de falta de Lua.

Este blog foi feito para pensar Eu. E Eu não existe nestes dias.

Tem graça que às vezes esqueço-me do verdadeiro sentido deste canto.

Eu, eu e eu. Aquele eu que esteve perdido durante anos e que se tenta encontrar em cada dia que passa.

Um dia a rir, outro a chorar. Um dia com força, outro a esmorecer. Escrever quando me apetece escrever, cantar quando me apetece cantar mas sempre para dizer a vida, cantarolar a tristeza, sorrir para o passado, fazer vénias ao futuro.

sábado, 25 de outubro de 2008

Senhora D. Sabe Tudo III


O que me ri ontem a propósito de pontos.

Tanta ignorância! As vezes, assusto-me comigo própria. Mas não tenho como. Não sei e pronto. Aceitar e tentar arrecadar, não sem antes perguntar, ir ver e estudar é o que me resta.

Às vezes o meu trabalho proporciona-me algumas horas de bom convívio. Ontem assim aconteceu. Estivemos a fazer uns kits e todas à conversa, desta feita éramos só mulheres desde os 25 aos 43. Surgiu um assunto que no dia antes já tinha vindo à baila, mas à conversa com um amigo.

Ainda bem (ou mal) que me fingi de entendida, mesmo tendo arriscado a parecer completamente tontinha, e não perguntei na altura o que era o referido “Ponto G”.

Não tenho uma dúvida que nos teriamos sentido constrangidos, eu por não saber, ele por ter de explicar. Já para não falar nos ataques de riso que isso poderia acarretar, ele na primeira fase por eu não saber e eu na segunda por o ver a explicar.

São raras as vezes em que me inibo de perguntar qualquer coisa que não sei. Odeio morrer estúpida. Assim na segunda vez que falaram neste assunto, não me fiz de rogada e desembuchei. Claro que a risota foi geral. Toda a minha gente sabia o que era, excepto eu. Desde as mais velhas às mais novas. Depois de alguma chacota, lá se dignaram a explicar. Mas divertido mesmo foi quando eu contei o meu sorriso de entendida na conversa do dia anterior.

Santa ignorância :))

Os olhos vêm aquilo que queremos ver.


Quantas vezes me dei conta que os meus olhos só vêm aquilo que queremos ver, ou que estamos aptos para ver.

Tenho um quadro bem na minha frente e dele tiro o que sinto nesse dia.

Hoje é um cavalo, amanha uma vaca, mas já vi um burro e até um urso.

Umas vezes olho e vejo-o mais encarnado, noutras o preto sobressai.

Quantas vezes me dá luz e me ilumina o dia e quantas escurece o que me rodeia.

Nunca me apeteceu chamar muito este assunto, talvez me incomode. Não sei, não quero saber. Sei que traz ventos que não quero colher.

Muitas verdades. Muitas mentiras. Muitas coisas boas que posso ver como más, muitas coisas más que podem passar por boas. Depende tudo e só do dia, da hora, do minuto, da pessoa, do meio e de todas as variáveis que nos rodeiam.

O Dia e A Noite


Há alturas da nossa vida que são escuras e outras que são claras.
Podemos compara-las aos dias e às noites.
As duas formas são validas para quem as vê e observa, mas uma é muito mais saudável que a outra para quem as vive.

Mas às vezes é preciso ver as coisas envoltas na escuridão da noite para perceber como é bom vê-las à luz do dia.


quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Relacionamentos Dificeis II



Por falar em relacionamentos difíceis.

No outro dia em conversa com uma amiga, acabei por me queixar da minha pouca sorte de não conseguir reagir de imediato a situações que me incomodavam, de não conseguir falar, de ficar com os assuntos pendurados e entalados dentro de mim, que isso me provocava sentimentos de culpa e uma tristeza profunda e ainda que isto acontecia geralmente com os meus amigos mais amigos.
Ao que ela me respondeu:

- Mas não deixe que isso aconteça, porque há pessoas que são como os cães, farejam a nossa passividade e atacam gratuitamente.

Á primeira, fiquei a olhar sem saber bem o que pensar, logo de seguida, pareceu-me muito mau para quem fala de amigos íntimos, uma brutalidade. Mas logo logo e pensando bem é mesmo, e tão simplesmente, o que acaba por acontecer.
Muitas vezes sem maldade e sem ser pensado mas, e verdade seja dita, todos nós temos tendência para levar vantagem das situações aproveitando-as da melhor maneira em nosso proveito. Infelizmente ou felizmente somos formatados para isso.

O nosso espaço acaba onde o do outro começa e vice-versa. Somos nós que temos de impor os nossos limites. Sem medo e sem sentimentos de culpa.
E é aqui que entra o respeito e o amor que temos de ter por nós próprios.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Relacionamentos difíceis



Relacionamentos difíceis existem.

Mesmo entre duas pessoas que gostam muito uma da outra.

A bem dizer os outros nem me interessam. Nada mesmo. Mas os primeiros fazem-me muita aflição.

Quando é muito perto de mim, tenho dificuldades em compreender. Parece que as pessoas não fazem um esforço para se entenderem.

Afinal parece tão fácil estar frente a frente e desbobinar tudo, palavras, sentimentos, gestos, olhares, mimos. Parece tão fantástico viver as situações de coração e expor a alma, que não faz sentido não o fazer. Se assim for, e se o sentimento de amizade, amor, seja lá o que for, estiver lá, ele prevalece e fica mais forte.

Quando estou envolvida… Ui! Aí a porca torce o rabo.

Este blá, blá, blá, cai todo por terra.

Frente a frente era o que gostaria de ter coragem para fazer, mas nunca tive. Penso como, penso quando, penso em, penso que, mas coragem que é bom, nada. O tempo começa a passar, os assuntos começam-se a acumular e a ficar pendurados, criam-se situações mal resolvidas, o desconforto e a tensão aumentam e torna-se cada vez mais difícil o entendimento.

Uma bola de neve.

Sentarmo-nos frente a frente começa a parecer completamente impossível e surge um sentimento de incapacidade imensa, um medo que petrifica, fico pequena e insignificante, impotente e mesquinha, começo a ter sentimentos de culpa, a deixar andar as coisas.


terça-feira, 21 de outubro de 2008

Dardos


Hoje o meu blog recebeu um prémio. Ou melhor, hoje eu recebi um prémio. O meu primeiro prémio.

Fiquei feliz. Foi, sem dúvida, uma das coisas boas de hoje. Motivo de grande orgulho mais vindo de quem vem - O Privilégio dos Caminhos.Vou tentar não o desmerecer. Por alguma razão, por algum motivo, de alguma forma consegui acrescentar mais-valia à Web.

Muito obrigada Júlia, por me fazer sentir importante.

Agora cumprir os trâmites:

Com o Prémio Dardos se reconhecem os valores que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras. Esses selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à Web.
Quem recebe o Prémio Dardos e o aceita deve seguir algumas regras:
1. Exibir a distinta imagem;
2. Linkar o blogue pelo qual recebeu o prémio;
3. Escolher 15 outros blogues a que entregar o Prémio Dardos.

Blogues que distingo:

Desculpe Júlia mas O Privilégio dos Caminho é um. Não tenho como. Não seria justa e correcta se assim não fosse. E nas regras nada o impede. Este é um dos blogues que não dispenso por nada (livre-se de me pregar outra partida como a de Agosto), e com o que mais aprendi em todos os sentidos.

Da Inquietude – É dos blogues que consulto, provavelmente onde passo mais tempo. Cada post é um POST, cada fotografia é uma FOTOGRAFIA. Esteticamente irrepreensível, logo é bonito de ver, é bonito de ler é bonito de ouvir. Nostálgico mas lindo. Adoro o teu Blog Pedro.

Porta do Vento – leitura indispensável da noite. Boa companhia, assuntos variados e interessantes, bem comentados, consistente e divertido.

Violinos no Telhado - (com pouca actualização. Hummmmm! Ana V. temos muito trabalhinho pela frente…) mas não deixa de ser uma das minhas referências. Gosto muito do que escreve.

Oficio Diário – Já não passo sem ele. Gosto, descansa-me, despreocupa-me, faz com que os dias sejam mais bonitos.

Codornizes – É vivo, é boa onda, acrescenta conhecimento.

Ordem/Desordem – Excelente trabalho. Adoro os desenhos, os quadros os estudos… Parabéns Lourenço, pelo blogue e pelo teu trabalho, pela tua imaginação e principalmente pelos resultados com que nos presenteias.

Eu antes de Mim – Acredito, gosto, distrai-me, diz-me coisas e principalmente faz-me sonhar. Pena estar parado. Apesar de tudo de releitura quase diária.

Abencerragem – constante e interessante.

Esconderijo – Muito, muito boa onda, muito agradável, muito divertido. Ninguém fica indiferente, impera o bom humor, e o sentido de humor, gera boa disposição.

Rogério Carrola - Escrita Permanente - gosto muito de ler.

Papiê - porque conheço o trabalho. Trabalho muito minucioso, perfeito, personalizado, profissional. Tem coisas lindas.

Todos estes blogues acrescentaram, acrescentam e espero que continuem a acrescentar alguma coisa à minha vida.

Como todos eles valem por dois e alguns por três, já excedi o número dos que deveria nomear.



segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Agradeço tudo o que tenho de bom.


Pensei, pensei...

Pensei e de facto, não tenho nada na minha vida que seja mau, feio, preto ou carocho.

Tudo na minha vida é bom.

Devo ter uns bons padrinhos lá em cima.

Sou saudável, casada. Tenho três filhos fantásticos, inteligentes e ainda por cima lindos de morrer, um cão esperto, sensível e lindo, uma casa espectacular, bonita e bem arranjada, num sitio lindíssimo, para não dizer na melhor zona do Estoril que é, já de si, o melhor sitio do mundo para se viver, trabalho na melhor empresa que há para trabalhar, tenho as melhores pessoas do mundo a trabalhar comigo, tenho muitos e bons amigos, família grande e de certa forma unida.
Tenho tudo de bom bem ao meu lado mais uma boa áurea,uma boa luz e bons anjos da guarda.

Tenho um historial que muita gente gostaria de ter. Nada de que me possa arrepender, um percurso limpo, cheio de coisas boas e muita alegria. Posso olhar para trás com orgulho e ver tantas coisas bonitas construídas, tanta vida feita. Mesmo em alturas mais difíceis, a protecção foi tanta que mal dei pelas contrariedades do dia-a-dia. Nada me falta, tudo me é apresentado de bandeja. Não há nada do que me possa queixar.

Para começar está muito bom. Muito bom mesmo.

Diria mesmo que agradeço tudo o que tenho de bom.

Para completar, tenho um feitio mais bom do que mau :

Gosto do frio, gosto do calor, gosto da chuva, gosto do sol, gosto do mar, gosto do campo, gosto de todas as estações do ano, gosto de todos os dias da semana, gosto de todos os meses do ano, gosto de castanhas no Outono, de frio e chuva no Inverno, de flores na Primavera, de praia no Verão. Mas se me derem morangos no Outono, sol no Inverno, folhas caídas no chão na Primavera ou nevoeiro no Verão também vou amar. Gosto de cada coisa no seu lugar e tudo fora do sítio. Gosto de tudo o que é bonito, gosto de tudo o que me faz feliz. Gosto de paisagens, gosto de cidades ao longe. Gosto das pessoas, gosto dos sons, gosto dos cheiros, gosto de sentir o que me rodeia. Gosto de paz, gosto de todas as cores e em especial do branco, gosto de todos os números e em especial do 4, gosto de pormenores, gosto de beleza, gosto de gente gira, gosto de receber flores, gosto de homens bonitos. Gosto que me levem de viajem, gosto que me dêem a conhecer coisas novas. Adoro brincar, rir, cantar, dançar, pintar, abraçar, beijar, amar, sonhar, partilhar, ler, escrever, rir, rir, dançar, conversar, estar, passear, rir, cantar, amar, rir, beijar, abraçar…

Gosto de viver. Gosto de sonhar. Gosto de fechar os olhos e voar.





domingo, 19 de outubro de 2008

Aprender


Hoje deram-me um livro.

365 Ensinamentos para ser feliz.

Cada dia um.

Tenho intenções de tirar tudo o que ele tem de bom para me dar.

E como já me tinham dado um livro parecido e agora me deram este, parto do princípio que tanto uns como outros me querem ver bem e feliz.

Passo um
QUERER
Passo dois
ESTAR PRONTO
Passo três
AVANÇAR


Eis um bom ensinamento para começar.

“Trate-se com amor e com respeito”

Nada como fazer um esforço para aprender e andar para a frente de cabeça erguida.

sábado, 18 de outubro de 2008

Traição


Traição é deslealdade, é falsidade, é mentira, é engano, é quebrar com tudo o que um dia a dada altura nos propusemos ser. Traição é uma palavra forte que cria um sentimento disforme.




sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Ninguém é de Ninguém


"Conta-me histórias
A que eu gostaria de voltar
Tenho saudades de momentos
Que nunca mais vou encontrar..."


(João Pedro Pais)




Princípios e Fins


Assim se arrasa o que se construiu.
Estrebuchei mas não tive força para lutar. Percebi que tudo o que eu dissesse e ou fizesse iria reverter em meu desfavor. Cheguei-me ao canto e ali fiquei. Tão quieta quanto me era permitido. Não vou conseguir explicar nunca. È muito culpa do que a minha cabeça criou, é muito culpa dos castelos que construi, é muito culpa do que esperei.
Na minha vida não existem meios, existem princípios e fins.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Vim Aqui


Vim Aqui - Coro Sto Antonio Estoril

Viver


Ver, conhecer, olhar,
entender, poder, fazer,
crescer, sonhar, amar,
abraçar, falar, mimar,
dançar, brincar,
ouvir, rir, beijar,
comer,ler, pintar, escrever,
cheirar,
ganhar,
partilhar, …

Em frente. Eu não me posso mudar


Eu não me posso mudar.

Nem fisicamente, nem emocionalmente, nem geograficamente, nem, nem…

Há dias que com grande pena minha! Pois se pudesse mudar-me-ia todinha de uma ponta à outra. Mudava até o país e a cidade onde vivo. Mudava de cara, mudava de corpo, mudava até de cor se fosse preciso. Mudava cada neuronio.

Só não sei se resultaria, se isso tudo me faria mais feliz.

E fugir?

Fugir, também poderia ser uma hipótese.

Ser fugitiva por uns dias, meses ou até mesmo alguns anos. Mas também não sei se isso seria a solução! Não saberia viver sozinha. Levaria sempre comigo estas pequenas minas existenciais.

Então… Então, não sei.

Que tal crescer… Talvez isso mude a minha maneira de ser. Talvez enfrentar a vida de frente, perceber os sinais, ultrapassar obstáculos, crescer com eles, aprender a gostar do que tenho e essencialmente do que sou! Talvez se acreditar com muita força no que faço, no que fiz ou no que posso fazer. Talvez se me aceitar com muita força e convicção.

Talvez… Se… Mas… E…

Ora, seja… Em frente.



quarta-feira, 15 de outubro de 2008

I'll Have To Say I Love You In A Song


I'll Have To Say I Love You In A Song



Well, I know it's kinda late.
I hope I didn't wake you.
But what I gotta say can't wait,
I know you'd understand.

Every time I tried to tell you,
The words just came out wrong,
So I'll have to say I love you in a song.

Yeah, I know it's kinda strange.
Every time I'm near you,
I just run out of things to say.
I know you'd understand.

Every time I try to tell you,
The words just came out wrong,
So I'll have to say I love you in a song.

Every time the time is right,
All the words just came out wrong,
So I'll have to say I love you in a song

Yeah I know it's kinda late.
Hope I didn't wake you,
But there's something I just gotta say.
Know you'd understand.

Every time I try to tell you,
The words just came out wrong
So I'll have to say I love you in a song.


(Jim Croce)

sábado, 11 de outubro de 2008

How do you feel now


Há quantos anos não ouvia esta música.

Quantas recordações!

How Do You Feel Now? - Barclay James Harvest

How do you feel now

"How do you feel now
We've got a reason to go on
Newly born
Seems like I've waited for a lifetime
But honey I believed in you

When I saw her face I had to cry
I don't know why
Is she real?
Seems like I've waited for a lifetime
But honey I believed in you
To make my dreams all come true
We've got a child

I tried and tried to talk it over
Seems like we'd waited a million years
Then you conceived our child was born
And we were one
Picked her up put her by your side
Saw a smile that you couldn't hide

I tried and tried to talk it over
Seems like we'd waited a million years
Then you conceived our child was born
And we were one
Picked her up put her by your side
Saw a smile that you couldn't hide

How do you feel now
We've got a reason to go on
Newly born
Seems like I've waited for a lifetime
But honey I believed in you
To make my dreams all come true
We've got a child "

(Barclay James Harvest)


quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Que falta faz uma Mãe!


Já não é a primeira vez que me sinto oca. Oca, mas oca de oca. Sem reacção, sem pensamento, sem ser, sem alma.

Tudo me parece estranho, tudo me parece vazio. Nada faz sentido, nada tem significado, ninguém me alegra.

Sinto-me numa feira popular, sozinha sem direcção a entrar e sair de cada barraquinha colorida, onde tudo está animado e nada me toca. Aqui e acolá as músicas embrulham-se, as vozes fazem eco, as luzes atordoam e o carrossel continua a andar sem parar num corrupio monótono ao som de música de caixa. Gritinhos, cheiros de tudo, sombras, luzes e mais luzes, coisas a girar, pessoas a passar sem parar, encontrões ao ralenti com vozes que saem para dentro, de bocas que sorriem.



Sinto-me a entontecer e a rebentar.

Só me apetece correr. Correr sem parar até ao sol nascer. Correr com força até não poder mais.

É nestas alturas que as mães fazem falta. Tanta falta!


domingo, 5 de outubro de 2008

Que vergonha...


Hoje estive o dia inteiro a tentar agarrar as pontas do pensamento, a tentar mantê-lo à luz.

A ver se me consigo explicar.

Ontem de conversa com um amigo, apercebi-me que no mundo não existem só os meus problemas, a minha visão, a minha maneira de viver, os meus objectivos, os meus quereres, os meus gostares, as minhas exigências, os meus pensamentos, as minhas angústias, as minhas perdas, as minhas lágrimas, o meu umbigo…

Como se de repente tivesse aberto os olhos e visse que bem do meu lado tenho os meus amigos, e eles precisam de mim de outra forma.

Mais atenta, mais positiva, mais animadora, mais companheira. Precisam que eu veja as suas lágrimas, os seus sorrisos, as suas tristezas, as suas alegrias, os seus feitos, as suas lutas, as suas preocupações, os seus sonhos, as suas vitórias…

Eu preciso, e eles também, que eu olhe para eles através deles e não através de mim

Eu preciso e eles também que eu esteja mais perto deles, de ver o que eles querem e não o que eles mostram.

Eu preciso de os sentir.

É um facto, tenho estado tão ocupada a ter pena de mim, que não tive nem um bocadinho de tempo para olhar à minha volta. Que vergonha….

Brisas


Brisas Vindas da Porta do Vento

"Eu não falo de vinganças nem de perdões; o esquecimento é a única vingança e o único perdão"

(Jorge Luis Borges)


sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Copinho de Vinho Tinto


E quando pensamos que tudo está perdido, que nada há a fazer, eis que aparece uma luz no fundo de um túnel. Tem graça como é que do nada e assim de repente nos deparamos com uma forma de pensar totalmente nova, onde tudo se encaixa perfeitamente no nosso “modus vivendi” e até parece fazer todo o sentido.

No entanto a luz que vi é tão ténue, que morro de medo que ela se apague de novo.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Upsssss


E mais recentemente...

Como me fui esquecer!

E porque hoje é Segunda Feira


A música e a dança estão bem presentes na minha vida. Sempre estiveram.

Há sempre uma música, há sempre uma dança associada a cada momento meu.

Aqui ficam alguns que me fizeram cantar, dançar e principalmente sonhar.

Faltam os outros tantos:









Caderninho Certeiro


Caderninho

Dispensamo-nos de enganar os outros quando nos enganamos a nós próprios. Mas, por isso mesmo que é muito mais difícil enganarmo-nos a nós, estamos sempre a enganar os outros. José Marinho
«Reflexões e Aforismos», presença, n.º 31-32, Coimbra, Março-Junho de 1931

Tirado do Abencerragem

domingo, 28 de setembro de 2008

Hoje


Parecer

"Pensei que era possível, mas não foi
isso que aconteceu.
Ficámos sem palavras, tu e eu,
e agora o que nos dói
não é a dor do erro cometido,
que sempre acaba em tédio,
mas o mal sem remédio
do tempo não vivido.


Resta-nos, no entanto,
pela frente o tempo por viver.
E é como se de repente
tudo ganhasse um parecer
muito diferente."

(Torquato da Luz)


sábado, 27 de setembro de 2008

Silêncio


Este silêncio é arrebatador.

Não é um silêncio de verdade como a morte, não é um silêncio ensurdecedor como o silêncio deixado pelo rasto dos anjos. É um silêncio onde se ouve o que nos rodeia, onde se ouve o nosso coração bater, onde se sente a nossa respiração. É um silêncio onde se ouve os nossos quereres. É um silêncio que desperta os nossos sentidos.

Já está


Não, não doeu.

Senti finalmente que dei na proporção do que me foi dado.

Agora sim preparada para continuar a minha caminhada com a cabeça livre e a consciência desimpedida.

Ficou só um vazio, uma saudade e uma vontade. O vazio do que ficou para trás, a saudade de um bem-querer e uma vontade muito grande de estar bem.

Cheguei

Cheguei

Cheguei ao meu recanto.


Este é o meu cheiro, o cheiro que me põe louca, esta é a minha paisagem, a paisagem por que me apaixonei, estes são os sons que me seduzem, a paz que me acalma.

Os vários tons de verde, a terra sarapintada de oliveiras, os badalos das ovelhas, as flores, os cantos dos pássaros, as vozes das crianças livres de prédios e de cidades, tudo nesta terra me encanta, até os tiros dos caçadores, até o ruído do vento embrenhado nos eucaliptos, até os estalos da madeira do telhado, até o ranger do cata-vento que me acorda todas as noites, todas as manhas, todos os fins de tarde.



Sente-se o descolar do pássaro do telhado, a folha da buganvília que cai no parapeito da janela, as ervas a dançar lá fora, o limão que cai da arvore, a aranha que teia sem fim no alto da laranjeira, sente-se até o rastejar lento de uma cobra que passa calmamente sem pressa nem sustos.

Definitivamente este canto nasceu para mim e eu nasci para ele. Nele eu sou gente, nele procuro as minhas respostas, nele me encontro. É aqui que me sinto protegida, que amo e me sinto amada. Faço parte desta natureza, pertenço a este quadro e ele pretence-me. Vibro com esta cor.


sexta-feira, 26 de setembro de 2008

O tempo está a passar


“O tempo está a passar”

Li esta frase e tive de voltar atrás umas tantas vezes. Tantas quantas as que foram necessárias para compreender porque é que estas simples palavras me incomodaram tanto.

“O tempo está a passar”. É bruto demais.


sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Como Duele el Alma






Como Duele el Alma

"He decido fingir
que no me importas
y me comporto
como si tuviera otro amor
para que te fijes en mi
he decidido mentir
aunque estoy loco
por darte un beso
siento que es mejor que no sepas
como duele el alma
no saber amarte
no encontrar la forma
de ganarme tu amor
como duele el alma
si no estoy contigo
yo no imagino la vida sin ti

he decidido inventar
alguna historia en mi memoria
algo que me quite el dolor
por si tu me dices que no
he decidido mentir

como duele el alma
saber que otros brazos
hoy son tu remanzo
tu refugio de amor
como sangra el alma
cuando no se olvida
cuando el amor ya no quiere morir
como duele el alma
no saber amarte
no encontrar la forma
de ganarme tu amor
como duele el alma
si no estoy contigo
yo no imagino la vida sin ti
si me dices que si
yo tocare las estrellas con un beso de amor
como duele el alma...

como duele el alma
no saber amarte
no encontrar la forma
de ganarme tu amor
como duele el alma
si no estoy contigo
yo no imagino la vida sin ti "


(Alberto Plaza)

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

O meu rio


Dentro de nós existe uma parte prática e uma parte filosófica, uma racional e uma emocional.

A prática e a racional, estão activas na maioria das vezes. Estão presentes no nosso dia-a-dia.
Ligamos o piloto automático e avançamos com as nossas rotinas, de forma a lidar com todos os obstáculos que se nos deparam, o mais rápida e airosamente possível.

Mas ele há dias em que o botão do emocional opta pelo ON, e aí a porca torce o rabo. Há choro, há gargalhadas descontroladas, há mimo, há sentimentos mais quentes e inconstantes, complica-se o que simplesmente não é complicável. Todas as sensações são fortes, intensas e provocam reacções igualmente fortes e intensas e por isso criam momentos também eles fortes e intensos. Muito bons ou muito maus. Nesses dias, o “pode ser” e aquele encolher de ombros enfadado não têm cabimento.

Já os dias filosóficos, são dias de introspecção. São os dias em que nos colocamos na nossa linha da vida e avaliamos toda a nossa existência enquanto nós e perante os outros. São essencialmente dias difíceis, duros e exigentes. Conseguimos ver, o que queremos ver e o que não queremos. Não damos tréguas, nem entregamos os pontos. Tocamos nas feridas e não nos damos hipóteses de lambe-las. Furamos e escarafunchamos, até que nos doam, mas doam tanto que somos forçados a fechar os olhos, dar um grito e fugir para bem longe, inquietas, ansiosas e agitadas. São estes os dias em que as ideias crescem e as palavras fluem.

Foi num destes dias em que olhei para este desenho e me revi.




Nele havia um rio, cheio de ideias e pensamentos desordenados, que corria cheio de pressa à procura de uma ordem.


Nas margens estavam os conhecimentos, aquilo de que precisava para conseguir ordenar tudo o que nele corria. Mas de tanto correr não os conseguia apanhar. Eles desvaneciam-se à medida que passava. Então, a certa altura, já desesperada, fechei os olhos, gritei e saltei fora, respirei fundo e mais tranquila, olhei para o lado e vi o meu rio a passar.



Fiquei horas a vê-lo correr.