domingo, 31 de agosto de 2008

O que Eu quero da Vida


Li no Ainda Podia Ser Pior o post “ o que eu quero da vida - Não tenho grandes sonhos A mim me basta a praia Numa segunda de manhã.”

Achei graça e a minha cabeça contestou na hora, porque o que eu quero da vida é muito mais do que “uma praia, segunda de manha”.

O que eu quero da vida é tudo quanto eu poder tirar dela, e já vou tarde.

Quando digo tudo é mesmo tudo o que é bom no dia e na noite, em cada hora e em cada minuto, cada sensação, cada sentimento, toda a paixão.

Por outro lado “uma praia segunda de manha”, é “uma praia segunda de manha” e não deixa de ter o encanto que dá sabor à vida.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Obrigada


Descobri que gosto que digam bem de mim.

Fico sempre surpreendida quando dizem bem de mim. É um surpreendido contente, um contente envergonhado.

Lembro-me que me sentia assim quando era pequenina. E é pequenina que me sinto nestas ocasiões. Não de tamanho mas de sentido o que ainda é mais embaraçoso com este tamanho todo.

Apesar de tudo, desponta uma pontinha de orgulho que me faz encher o peito e andar mais direita. Deve ser por isso que se diz por aí que nos “enchemos” de orgulho ou que estamos “inchados” de tanto orgulho. É que, de facto, há qualquer coisa que cresce em nós e não é só o coração! Será a segurança? A confiança? Ou ambas?
Tudo isto ocupa muito espaço cá dentro, e é tão bom!

Obrigada

Um Obrigada muito especial para a Júlia Moura Lopes por este poema e por este poema, cada um mais bonito que o outro e os dois para mim.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Um Ano


Ena, ena.

Quase deixei passar esta data em branco.

Um ano de vida!... Livra! É muito.

Que espectáculo.

Nem nunca me passou pela cabeça que conseguiria manter um blog tanto tempo. Um desafio e tanto.

Não é uma referência na blogosfera, claro que não, nem nunca pretendeu sê-lo. Pretendeu sim, não perder as suas características iniciais e os objectivos pelos quais ele nasceu.

Por isso fiquei hoje deveras surpreendida. Um Ano!

Sinto cá dentro um orgulho enorme. Não pelas coisas que escrevi, mas porque escrevi, não pelas ideias que tive, mas pelos motivos. Encontrar-me foi um objectivo de quase todos os dias. E escrever, foi um desafio imenso, enorme, gigantesco!!!!!!!!!.

Um pouco egocêntrista? Talvez!.. Mas foi muito importante para quem já nem sabia quem era, ou se era.

Talvez ainda não tenha encontrado tudo o que queria ver e sentir, pelo menos ainda não com paz de espírito que gostaria. Mas já vou sabendo quem sou. Já sei estar sozinha em algumas ocasiões, já não sinto aquele medo de me defrontar e de enfrentar os outros.

Houve quem me ajudasse e desse forças, o que agradeço do fundo do coração.

O “Coisas da Vida””, não só nasceu como tem vida, tem a sua personalidade, revela o meu carácter. É o meu canto de eleição, o meu escape à terra, o meu espaço de leitura privilegiado, o meu encontro comigo. É também uma companhia, um encontro com outros mundos e outras realidades e também, de certa forma, um local de convívio. É muito mais do que um simples hobby.

O “Coisas da Vida” já me deu “coisas boas” o que já é muita ”coisa”.

Enfim, um feito para mim, feito por mim.





Que Verão!


Já estou com saudades do verão.

Este ano não tivemos cheiro de verão, calor de verão, nem noites quentes de verão.

Não gosto particularmente de calor a não ser na praia. Mas não dispenso os cheiros e as cores da época.

Passar de uma estação para a outra sem passar pela casa da partida, só mesmo no Monopólio.

Faz falta cada passo na minha rotina anual, pelo menos na minha cabeça.Tudo isto vai, certamente, ter os seus reflexos durante o ano que vem.

Dei-me conta que o Outono está a chegar antes do tempo, quando no outro dia ia a subir Rua dos Bombeiros Voluntários, rumo à Praia Grande, e reparei que aqueles platanos, que por lá moram, já estão vestidos com cores bem mais quentes.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Domingo


E porque hoje é Domingo (upsss... era Domingo)

Aqui vai a segunda parte de Dona Canô com os Veloso.




"Foguete

Tantas vezes eu soltei foguete
Imaginando que você já vinha
Ficava cá no meu canto calada
Ouvindo a barulheira
Que a saudade tinha
É como diz João Cabral de Mello Neto
Um galo sozinho não tece uma manhã
Senti na pele a mão do teu afeto
Quando escutei o canto de acauã
A brisa veio feito cana mole
Doce, me roubou um beijo
Flor de querer bem
Tanta lembrança este carinho trouxe
Um beijo vale pelo que contém

Tantas vezes eu soltei foguete
Imaginando que você já vinha
Ficava cá no meu canto calada
Ouvindo a barulheira
Que a saudade tinha
Tirei a renda da nafitalina
Forrei cama, cobri mesa
E fiz uma cortina
Varri a casa com vassoura fina
Armei a rede na varanda
Enfeitada com bonina
Você chegou no amiudar do dia
Eu nunca mais senti tanta alegria
Se eu soubesse soltava foguete
Acendia uma fogueira
E enchia o céu de balão
Nosso amor é tão bonito, tão sincero
Feito festa de São João

(Cantado por Maria Bethania)


A Júlia Moura Lopes que me desculpe por este gamaço. Vi, gostei, postei.

domingo, 24 de agosto de 2008

Reentré


Ai! Hoje estou eléctrica.

Ainda não fiz nada de jeito, nem deixei fazer.

Comecei a arrumar a casa, e deixei-a toda de pantanas. Deitei tanta coisa fora que estou prestes a correr para o caixote do lixo, atrás de um passado que dentro de algumas horas parte para reciclagem.

Aprender com o que passou e aproveitar o que teve de bom, é um dos objectivos desta reetre. Doa a quem doer.

Este ano vim de férias com uma certa força. O frio, o vento, e os banhos de mar agitado, fizeram-me acordar para a vida. Diria mesmo que vim como uma espécie de furacão. Já tenho uma quantidade de coisas para fazer na minha lista de afazeres este ano. Resta saber de quantos anos preciso para a terminar! Mas isso será outra Primavera!

Estas listas são boas por um lado, e más por outro. Boas porque não nos deixam esquecer as coisas que temos para fazer e as que em determinada altura foram importantes - por isso têm maior probabilidade de o ser ao longo do ano, e más porque nos deixam logo com níveis de stress elevados - tanta coisa por fazer que deixamos logo de ter tempo para pensar no que realmente gostamos.

Assim, para colmatar este erro de palmatória já resolvi, neste meu ciclone de pensamentos, que vai haver uma segunda lista. Esta, em vez de ter aquelas coisas que se têm de fazer, e que dão pelo nome de obrigações, vai ser substituída, por uma lista de coisas agradáveis e que eu gostaria tanto de fazer ou ter.

A experiencia diz-me que as coisas boas são mais difíceis de lembrar, no dia-a-dia, do que as obrigações. À que precaver.

A lista de obrigações já está dobrada em quatro e enfiada numa das gavetas que hoje ficou livre e desimpedida, e já comecei a lista de coisas boas que vai ficar, depois de acabada, pendurada no frigorífico com um íman, bem à frente dos meus olhos de todas as manhas. Agora disciplina!

Falta só testar a eficácia desta decisão que me parece tão boa!

Ah Bem! Ainda há aquela dificuldade em fazer a lista do que queremos.

Slow down, Sra. D. Sabe Tudo, isto não é uma lista de pedidos ao génio da lâmpada, nem de desejos como as fitinhas do “Bom Fim”, isto é mesmo uma lista de coisas que podemos fazer e como tal não vale pôr coisas do género, hoje quero ser princesa, quero que todos me olhem com admiração, prazer e desejo; ou, não vou trabalhar esta semana porque quero ir tomar o pequeno almoço a NY city com uns amigos. É mais do tipo, corpo são, mente sã e vice-versa.

Há regras, logo no inicio da lista:

Todas as regras devem ser realizaveis mas pode haver umas um bocadinho mais ambiciosas.

1- Tem de ser cumprida pelo menos uma coisa boa por dia, mas de preferência duas ou três;
2- Só vale ter 1 caída por mês, breve e pouco profunda de preferência;
3- (caso falte alguma coisa importante e que me tenha esquecido).

Assim, muita música, muitas caminhadas, muitas leituras, muitas coisas de mãos para distrair a cabeça e muito convívio, listas q.b. e muita vontade já é uma boa base de começo.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Sensações


Apesar de já estar a trabalhar, continuo oca, não penso, não sinto, não nada.

Mentira.

Mentira mesmo. Penso sim, sinto sim! Aquelas sensações fantásticas que vivi nas minhas férias.

A vida também é feita de sensações. Melhor, a vida não é também, é mesmo feita de sensações.

Mar batido, areia, sol, campo, o badalo das ovelhas, verde.

Os cheiros, os sons, o brilho do dia.

Mergulhar e sentir a espuma das ondas a passar por mim deixando aquela sensação envolvente, refrescante, inebriante. O cheiro… O cheiro da maresia de mar batido e frio! Este mar não tem par! O fim do dia é absolutamente…

Rir, dormir, carregar baterias.

Enfim algumas, só algumas das sensações absorvidas.


Oração Mãe Menininha


E hoje gostei tanto de ver isto!




Oração da Mãe Menininha do Gandois

"Ai minha mãe
Minha Mãe Menininha
Ai minha mãe
Menininha do Gantois

A estrela mais linda, hein?
Tá no Gantois
E o sol mais brilhante, hein?
Tá no Gantois
A beleza do mundo, hein?
Tá no Gantois
E a mão da doçura, hein?
Tá no Gantois
O consolo da gente, hein?
Tá no Gantois
E a Oxum mais bonita, hein?
Tá no Gantois

Olorum quem mandou
Essa filha de Oxum
Tomar conta da gente
E de tudo que há
Olorum quem mandou ô, ô
Ora, iê, iê, ô
Ora, iê, iê, ô"

(Bethânia, Caetano e Dona Canô - Letra de Dorival Caymmi )

domingo, 17 de agosto de 2008

Eclipse da Lua



Ontem dia 16 de Agosto.




(Fotografias tiradas por mim)





Nunca é tarde para relembrar algumas coisas que aprendemos em pequenos.




Algumas fotografias tiradas da Wikipedia.



(Esquema mostrando a posição dos astros durante um eclipse lunar)




(Composição fotográfica mostrando todos os níveis de um eclipse lunar)



(Esquema demonstrando a variação de tons da Lua durante a fase de totalidade)



sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Contrastes


O mar e o campo.

O sol e a chuva.

O quente e o frio.

Cheiros tão diferentes e tão misturados.

Sensações divididas.

Contrastes.

Já tinha saudades. Gosto de contrastes. Fazem sobressair as características de cada coisa.

E assim foram as minhas férias.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

O pôr-do-sol perfeito


O pôr-do-sol perfeito, a cor do céu, o tamanho do sol, o horizonte, as sombras da contra luz, o contraste do céu azul de um lado com as nuvens cor de laranja de outro.









terça-feira, 12 de agosto de 2008

Vida Santa


As férias põem-me mais oca do que eu já sou habitualmente.

Vida santa.

Dormir, alto pequeno-almoço, café na vila para acordar, as notícias gordas do dia, praia, entra no mar, sai do mar, carreirinhas, ondas, mergulhos, dormir, abre lancheira, fecha lancheira, ultimo banho de mar, fim do dia.

E assim chegamos a mais de metade das férias e eu nem dei pelos dias a passar.

Precisava mesmo de mais uns dias.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Cinco anos são um marco


Um ano é um marco. Cinco anos são outro marco.

No primeiro ano, todas as datas importantes e todas as coisas que nos emocionam, olhamos para baixo com lágrimas a bailar nos olhos, e pensamos com tristeza na falta que nos faz aquela partilha diária de toda a nossa vida desde o dia em que nascemos.
Temos pena de nós, choramos às escondidas. Tudo menos que percebam que a falta que sentimos é insuportável.

No primeiro ano, a dor é tão grande que tentamos fingir que tudo está bem, que tudo está a andar. Não queremos perguntas difíceis. O medo de não conseguir aguentar a dor, a falta, faz-nos trancar o coração, serrar os dentes e andar para a frente como um bulldozer. Há momentos em que tudo corre, mas ele há outros…

Depois conseguimos perceber que até sobrevivemos - afinal já passou um ano. Podemos com calma e aos poucos, voltar a trás e começar a recordar.

A partir do ano, todas essas datas e acontecimentos são momentos bons para nos lembrarmos de tanta coisa boa, não sem as tal lágrimas no canto do olho só que desta vez não escondidas e tímidas e sim frontais e seguras, sentidas com saudade.

Até hoje, não há dia que não me lembre, não há mês que não chore, não há ano que acalme o meu sentimento.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Finalmente Férias


Trabalho, trabalhar, carreira

Trabalhar é preciso. É preciso para comer, é preciso para se ser independente, é preciso para se conseguir ter uma vida decente, e cómoda, e despreocupada, e divertida, e descomplicada, e respeitada. É preciso para que nos dêem valor, para conseguirmos ter estatuto (seja isso o que se entender que seja). É preciso para se poder ser feliz!!!

Trabalhar é mais de metade do nosso dia-a-dia, é mais de metade da nossa vida activa.

É de facto importante que todas as pessoas activas dêem o seu contributo para a sociedade, e que o dêem de boa vontade, de boa cara, de coração, aquilo que podem e conseguem dentro das suas possibilidades e limitações. E quem dá o que pode a mais não é obrigado.

No entanto o trabalho está tornar-se num esconderijo da humanidade.

Nele escondemos as nossas emoções, as nossas fraquezas, as nossas limitações existenciais.

Nele escondemos as nossas dependências, as nossas formas de contribuir para a vida de nós próprios enquanto gente e família.

Nele fazemos de conta que somos aquilo que gostaríamos de ser.

Nele arranjamos os nossos álibis para não cumprir com os nossos próprios deveres, como ser humano.

Hoje, já nem as mulheres escapam, e contra mim falo. Pois eu própria já me vi a cair várias vezes neste enredo.

É tão fácil ser-se alguém num meio onde ninguém nos conhece de conhecer, onde só se conhece aquilo que queremos dar a conhecer e se na realidade assim o quisermos.

Eu própria tenho por costume aconselhar as pessoas quando têm problemas grandes a trabalhar. O tempo passa mais depressa e com o tempo tudo passa.

Mas hoje, 1º dia de férias, estou longe de toda esta trama.

Que monotonia!


Tenho de dar a volta rapidamente.

Está tudo a encarrilar no sentido do bom senso. Acontece que não sei se é isso que me apetece.

Até já sinto outra vez um dia atrás do outro. Vai para o trabalho, vem do trabalho, não se vê a cor do céu, não se sente o tempo a passar, não há conversa, tudo corre em carris silenciosos, sem paragens extra, não se pisa o risco, não há emoções, não há risos, não há choros, não há gritos, não há vida.

Que monotonia!