sexta-feira, 26 de julho de 2013

Nothing Box Mode




Deve ser uma defesa e das boas. O facto é que quando alguma coisa nos incomoda mais do que a conta ou quando se exige de nós próprios o que não conseguimos ou não podemos, o pensamento bloqueia, as ideias não saem, as vontades paralisam, os quereres suspendem-se. Fica tudo em “stand by”.
Aprende-se com a vida a não forçar o que não deve ser forçado. Deve existir um monte de razões para não o fazer.
No entanto acho graça ao escudo que o corpo forma: primeiro o bloqueio da mente – “nothing box mode”. Se se tenta forçar, eis que aparece um sono completamente incontrolável e inexplicável, que nos prende dias e dias seguidos.
Quando é que isto acaba?

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Tão Simples



"O luar através dos altos ramos,
Dizem os poetas todos que ele é mais
Que o luar através dos altos ramos.
Mas para mim, que não sei o que penso,
O que o luar através dos altos ramos
É, além de ser
O luar através dos altos ramos,
É não ser mais
Que o luar através dos altos ramos."

(Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos"
Heterónimo de Fernando Pessoa)

O que é, é simplesmente sem senão ou um talvez.
Tão simples que parece não ser.
Por isso aos olhos de muitos o que é, não vem só, vem cheio de ventos que levantam pó. A uns cega, outros, somente fecham os olhos.
O esforço é grande, mas na verdade o que é, não deixa de o ser.
Com os sentimentos passa-se o mesmo.
O que se sente, simplesmente sente-se.
Sem dramatismos nem exaltações.
Simplesmente sente-se.


quarta-feira, 10 de julho de 2013

A Força do Vento



Nada como dançar ao sabor do vento
E saber que o ritmo é marcado pela sua força.
Bem na vertical, de cabeça erguida,
Sinto-o lá no fundo,
E com a certeza do compasso,
Deixo-me guiar pela sabedoria da intuição.
Agora sim, danço até ser dia,
Sem medo de me perder,
Sem tristeza se errar.
Leve e solta deslizo,
Para onde ele me quiser levar.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Quando só ser não basta



E fui lá atrás novamente,
Quando o que era foi,
E descobri a solidão de um amor calado.
Fui caminhando lentamente
pela estrada do passado e vi,
Que eu só ser não bastava.
Eu era, mas para quem era, não era.
Hora errada.
Restou o que ainda sou,
E sempre serei
O que senti e dei.
Fica a serenidade
Do que fui,
E a clareza do que entreguei.
Cai agora a certeza,
De que sou e serei
Quis, quero e darei,
porque o que eu era,
Era e serei,
E o que dei ficou.
Ficou cravado na pedra.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Deliciosamente Inquietante



Era uma vez um mar
Um sonho
Tão meu
Uma força da natureza
Ora bravo ora manso
Arruma-nos de desejo, inverte-nos, quebra-nos
Destemido e inesperado, prende
Imprevisível e sensitivo, comove
Iluminado pelo Sol é inquietante
Deliciosamente inquietante
Tão diferente da Lua

terça-feira, 2 de julho de 2013

A(L)TITUDES

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Há coisas que só posso pensar para mim e quem diz pensar diz sentir ou mesmo falar.
São poucas, são pequenas coisas, mas são tanto...
Apesar de só poderem ser pensadas fazem parte de mim, como qualquer outra vivência bem vivida.
Custa-me cala-las, custa-me fazer de conta que não existem, custa-me ter de as deixar no seu canto e não as poder fazer voar.
Acontece que por vezes voam. Voam de tão presas que estão. Voam em forma de sonhos, voam em forma de pensamentos involuntários. Uns aqui, outros ali,  voam, voam, voam... as histórias completam-se, atinge-se a perfeição... e eu, deixo-me perder nelas até à exaustão.
Entra uma calma fora do normal, uma paz inexistente no dia a dia do real.
Um dia pensei que elas podiam sair... Provavelmente Sonhei...
Chego à conclusão que o sonho é perfeito!