quinta-feira, 27 de novembro de 2008

“O que me dói”



“O que me dói não é
O que há no coração
Mas as coisas lindas
Que nunca existirão …”

(Fernando Pessoa)


Ausência


Mais um dia sem Lua.

“Num deserto sem água
Numa noite sem lua
Num país sem nome
Ou numa terra nua
Por maior que seja o desespero
Nenhuma ausência é mais funda do que a tua.”

(Sophia de Mello Breyner Andersen)


Musicas Repetidas


Cada lugar teu



"Sei de cor cada lugar teu
atado em mim, a cada lugar meu
tento entender o rumo que a vida nos faz tomar
tento esquecer a mágoa
guardar só o que é bom de guardar

Pensa em mim protege o que eu te dou
Eu penso em ti e dou-te o que de melhor eu sou
sem ter defesas que me façam falhar
nesse lugar mais dentro
onde só chega quem não tem medo de naufragar

Fica em mim que hoje o tempo dói
como se arrancassem tudo o que já foi
e até o que virá e até o que eu sonhei
diz-me que vais guardar e abraçar
tudo o que eu te dei

Mesmo que a vida mude os nossos sentidos
e o mundo nos leve pra longe de nós
e que um dia o tempo pareça perdido
e tudo se desfaça num gesto só

Eu Vou guardar cada lugar teu
ancorado em cada lugar meu
e hoje apenas isso me faz acreditar
que eu vou chegar contigo
onde só chega quem não tem medo de naufragar"

(Cantado por Mafalda Veiga)


"Sei-te de cor"





"Sei de cor
cada traço do teu rosto, do teu olhar
cada sombra da tua voz e cada silencio,
cada gesto que tu faças,
meu amor sei-te de cor

sei cada capricho teu e o que nao dizes
ou preferes calar, deixa-me adivinhar
nao digas que o louco sou eu
se for tanto melhor
amor sei-te de cor

sei porque becos te escondes,
sei ao pormenor o teu melhor e o pior
sei de ti mais do que queria
numa palavra diria
sei-te de cor.

sei cada capricho teu e o que nao dizes
ou preferes calar deixa-me adivinhar
nao digas que o louco sou eu
se for tanto melhor
amor sei-te de cor

sei de cor cada traço do teu rosto, do teu olhar
cada sombra da tua voz e cada silencio,
cada gesto que tu faças
meu amor sei-te de cor"
(Cantado por Paulo Gonzo)

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

"déja vu"


Parece aquele "déja vu".

Era nisto que eu estava a pensar. Pelo menos na forma como o decifrei. Já que cada poema tem várias interpretações.

"Saltar o muro"

Quando se quebra o encanto e não há nada
mais a fazer que suportar a dor,
quando a noite não traz a madrugada
e o mundo se acinzenta e perde a cor,
quando surge iminente o fim da estrada
e qualquer coisa diz que a caminhada
poderia ter tido outro valor,
é mais que tempo de saltar o muro
e retomar a busca do futuro."


(posted by Torquato da Luz)

Há um tempo para tudo.

Há o tempo que temos para ver se as coisas acontecem e o tempo que temos para fazer as coisas acontecer (esta frase não é minha).

A partir daqui, se nada aconteceu é tempo para saltar o muro e procurar o futuro.

Não sem dor. Claro. E, de preferência, não sem conseguir ver qualquer coisa de positivo. Mesmo que a madrugada não apareça, a cor esmoreça e o beco seja sem saída, tem de haver sempre um pássaro a cantar do lado de lá do muro, só é preciso ver onde.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Musicas Repetidas


Ahhh! Tenho mesmo de repetir algumas músicas.

Não aguento.

São boas demais, mexem demais comigo. São “gostosas demais”. Não consigo conceber a minha vida sem alguns destes acordes. Tal como não a consigo conceber sem algumas das coisas boas que já alcancei ou de alguns sonhos não atingíveis. Já fazem parte de mim.

E vai uma:



(gosto muitissimo mais da versão de Maria Bethânia, mas este vídeo é muito mais apetitoso)

Partilhar


Partilhar,

É mesmo, às vezes precisamos de partilhar o nosso dia-a-dia feliz com quem nos queira aturar.

Mas não é só partilhar conversas, cusquices, trabalho, musicas, vivências, alegrias, tristezas...

É também partilhar o sorriso, a paz e principalmente o silêncio.

Encostar a cabeça, fechar os olhos e estar. Estar, simplesmente estar.

Estar, ouvir o nosso coração bater, a par e passo com o pensamento e transmitir toda a energia que sai de nós em cada pequeno suspiro.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

É o Amor





"Eu não vou negar
Que sou louco por você
"Tô" maluco pra te ver
Eu não vou negar

Eu não vou negar
Sem você tudo é saudade
Você trás felicidade
Eu não vou negar

Eu não vou negar
Você é meu doce mel
Meu pedacinho de céu
Eu não vou negar

Você é minha doce amada
Minha alegria
Meu conto de fadas, minha fantasia
A paz que eu preciso pra sobreviver

Eu sou o seu apaixonado
De alma transparente
Um louco alucinado
Meio inconseqüente
Um caso complicado de se entender

É o Amor
Que mexe com minha cabeça
E me deixa assim
Que faz eu pensar em você
E esquecer de mim
Que faz eu esquecer
Que a vida é feita pra viver

É o Amor
Que veio como um tiro certo
No meu coração
Que derrubou a base forte
Da minha paixão
E fez eu entender que a vida
É nada sem você

Eu não vou negar você é meu doce mel
Meu pedacinho de céu
Eu não vou negar

Você é minha doce amada
Minha alegria
Meu conto de fadas
Minha fantasia
A paz que eu preciso pra sobreviver

Eu sou o seu apaixonado de alma transparente
Um louco alucinado meio inconseqüente
Um caso complicado de se entender

É o Amor
Que mexe com minha cabeça e me deixa assim
Que faz eu pensar em você e esquecer de mim
Que faz eu esquecer que a vida é feita pra viver

É o Amor
Que veio como um tiro certo no meu coração"

(cantado por Maria Bethania)

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Sem historia


Belíssimo fim-de-semana, o que passou.

Dias lindos, boa companhia, boas refeições, bom vinho, boa disposição, boa musica, bons passeios, lindíssima paisagem. Fins de tarde paradisíacos, boa temperatura, boa leitura.

O que se quer mais?

Mas, lá no fundo lá no fundo há sempre qualquer coisinha que falta. Ahhhh ! A eterna insatisfeita.

Às vezes até me sinto mal por ser assim. Eu gosto, até posso dizer que amo a vida, mas onde está o meu momento perfeito? Será que existe?

Como eu gostaria de acreditar que sim! Como gosto de o imaginar!

Passo horas do meu tempo neste exercício maluco e sem fim.

sábado, 15 de novembro de 2008

Loucura


Hoje a minha viagem foi linda.

Saí às 21h30 de Lisboa, apanhei um bocadinho de trânsito na ponte e até ao famoso do Fogueteiro.

A partir daí a estrada foi toda minha. Mas quando eu digo que a estrada foi toda minha, foi mesmo toda minha. Nem um carro na minha frente a empatar. Nem uns faróis atrás de mim a encadear.

Música a bombear, lua cheia e os meus pensamentos a encher o carro. Já quase a chegar, começo a sentir o cheiro da minha Serpa, meio cheiro de flor de laranjeira, meio cheiro de lenha a arder.

O termómetro marca 5ºC, a lua está bem por cima a iluminar o meu caminho e num impulso louco, fechei as luzes (faróis) do carro... lindo, lindo, lindo…

A estrada apareceu muito direitinha com todos os riscos e linhas e muito bem iluminada bem na minha frente. Na berma, as árvores faziam sombra, tão bem delineadas que pareciam desenhadas, ou melhor recortadas e coladas sobre um fundo azul noite. No céu, viam-se as estrelas e até mesmo a via láctea. Lá estavam as Três-Marias, a Estrela Polar, a Ursa Maior…

Que passeio! Que estica. Quem diria que um dia eu tive medo de guiar.

Mais uns kilometros e saía um poema. Quase que arriscava!








quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Olhei e Vi


310 posts.
Um ano e dois meses.
5471 Entradas sem contar com as minhas.
Media de 30 páginas lidas/dia e de 20 visitantes por dia.

Quando comecei este “diário digital”, nunca me passou pela cabeça que o conseguiria manter por tanto tempo e tão assiduamente actualizado. É um facto que me tornei uma dependente do computador, mas não me arrependo nem um bocadinho.

Tem sido divertido!

Já não é a primeira vez que sinto que escrever me faz bem, que me descrever a mim e ou aos meus sentimentos, me obriga a perceber os porquês da minha existência.

É também uma forma simpática de me ir conhecendo, de andar mais devagar no tempo e de dar algum valor ao que me rodeia.

Também já não é a primeira vez que menciono o meu famoso Diário. Aquele que me acompanhou em cada folha, em cada linha, em cada palavra, até ao dia em que me casei. Ou talvez um tempinho antes.

Nesse eu escrevia sem regra e sem cerimónias, o que fazia e o que não fazia, o que me ia na alma, no coração e na cabeça, com pressa e sem pressa. Não dava sequer para me tentar conhecer, tal era a intensidade dos disparates que escrevia.

Aqui a coisa é diferente.

Ao princípio não sabia minimamente o que estava a fazer, nem tão pouco o alcance de uma brincadeira destas. Não fazia a mais pálida das ideias que por dia podia ser lida por 2 pessoas quanto mais por média de 20. No entanto e com grande respeito pelos que me poderiam ler, tentei pelo menos não dar erros ortográficos e estruturar minimamente o meu raciocínio.

Mais uma vez desabafando. Nesta minha luta, quase diária de tentar escrever qualquer coisita que não me envergonhe, e que defina o meu estado de espírito, ou simplesmente o que me passa pela cabeça, os meus momentos, os meus sentimentos, as minhas musicas, os meus pensamentos, dei-me conta da minha falta de cultura geral e especifica, da minha falta de vocabulário, da minha falta de humor e capacidade de resposta, da minha falta de sentido estético, da minha falta de conhecimento literário e gramatical, da minha falta de sentido de oportunidade, etc, etc, etc. Mas todas estas coisas más têm tido uma boa contrapartida, tudo o que tenho aprendido ao longo deste ano, tudo o que tenho lido e tantas coisas bonitas, as pessoas excelentes que já conheci, enfim um mundo que se abre à minha frente pronto para ser desvendado e todo para mim.

O que quero, como quero, quando quero. Há coisa melhor?

Tudo isto tem sido uma surpresa. Começou pela primeira pagina, nunca pensei conseguir escreve-la. O meu esforço, a minha paciência, a minha perseverança, a minha vontade, a minha mudança, a minha atitude, a minha sensibilidade, a minha estrutura, a minha posição, o meu ser, etc.

Tem sido fantástico!

Futuro


"Deixa-me ouvir o coração que bate
ao ritmo da ternura.

Sei que transportas as marés
dos oceanos que nos precederam:
a ansiedade, a dúvida, essa forma
genuína de entender a vida.

Mas igualmente a esperança no futuro,
o mistério que está além dos muros"

(2005-Posted by Torquato da Luz )


O mundo é grande



"O mundo é grande e cabe
nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabe
na cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabe
no breve espaço de beijar. "


(Carlos Drummond de Andrade in “Amar se Aprende Amando”)


terça-feira, 11 de novembro de 2008

Como um grito


Não há nada a fazer. Estes dias são aqueles em que tudo o que se diga é pouco para enganar a nossa solidão. Por muito boa que esta vida se nos apresente, por muito que se esteja acompanhado lado a lado, dia após dia, mão na mão, a solidão bate-nos à porta e faz-nos estremecer. Conta-nos como somos pequenos, indefesos, impotentes e solitários. Coloca-nos no nosso lugar sem apelo nem agravo.

São dias duros, longos e muito penosos.




segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Espera/Felicidade


Hoje, nas minhas leituras blogosfericas fui ter a um post no “Mel com cicuta”, “Pessoas Felizes”, que me fez entender o que eu própria não estava a conseguir ver.

A felicidade é boa, mas não é fácil. Chega sem marcar horas, dura o que durar, vira as costas sem um aceno e sai porta fora.”

Afinal, afinal ando à procura, ou melhor à espera de mais do mesmo – Felicidade (ou de mais um bocadinho ainda)– que algo de fantástico se passe, que se faça historia, a historia da minha vida.

Agora consciente, talvez consiga chegar um bocadinho mais longe. Talvez consiga ganhar cada segundo que passa aproveitando a felicidade com que me empenho no começo. Passar de espectadora a meia realizadora.

Sim disse meia realizadora, a outra meia deixo para os meus amigos. Não quero ficar demasiado ocupada…

"As pessoas felizes estão demasiado ocupadas a lutar pela sua própria sobrevivência ……É gente que trabalha para aquilo

domingo, 9 de novembro de 2008

Tempo/Espera


Esta sensação do tempo a pesar é um tanto ou quanto estranha.

Na cabeça bate cada segundo e nos meios tempos nada acontece. Todos os dias são um novo dia e cada dia é uma nova esperança.

Todas as segundas feiras acordo com grande fé, bem-disposta e com vontade de enfrentar uma nova semana.

Não sei bem do que estou à espera, mas estou certamente à espera de qualquer coisa.

Não foi de hoje, não foi de ontem. Tem sido assim nos últimos meses.

Há qualquer coisa no “tempo a passar” e neste estranho esperar, que me tem assustado e me tem tirado uns minutos do meu pensamento, no entanto os porquês não me saem de feição e todas as explicações que me surgem não são suficientes para me satisfazer.


sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Lua e Estrela




Lua e Estrela

"Menina do anel de lua e estrela
Raios de sol no céu da cidade.

Menina do anel de lua e estrela
Raios de sol no céu da cidade.
Brilho da lua oh oh oh, noite é bem tarde
Penso em você, fico com saudade

Manhã chegando
Luzes morrendo, nesse espelho
Que é nossa cidade
Quem é você, oh oh oh qual o seu nome
Conta pra mim, diz como eu te encontro
Mas deixa o destino, deixe ao acaso
Quem sabe eu te encontro
De noite no Baixo
Brilho da lua oh oh oh, noite é bem tarde
Penso em você, fico com saudade "
(Cantado por Caetano Veloso)

Sonhos




(W.B.Yeats)

(roubado descaradamente do blog de Rita Ferro)




Obrigada Júlia

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Quarto Crescente e uma Estrela


Hoje olhei para o céu, como sempre faço, para ver onde estáva a lua.

O céu estava estrelado e com um azul como há muito tempo eu não via. Havia nuvens, mas nos meios as estrelas brilhavam com uma intensidade que não é muito usual para estas zonas de luz artificial.

No meio deste reparo, começou a surgir a Lua debaixo de uma nuvem cheia de forma. A seguir à Lua veio uma estrela e o quadro ficou completo.

Ali estava a Lua, no seu orgulhosíssimo quarto crescente, a olhar por mim.

Senti-me acompanhada e segui o meu caminho.


segunda-feira, 3 de novembro de 2008

let it be



Na sequência do "Let it be me" apareceu-me esta. Gostei!


It Wasn't Me/Let it Be
(beatles vs shaggy)



Acordar


Acordo quase sempre bem-disposta.
Acordo quase sempre vinda de sonhos tão bons.
Acordo quase sempre com disposição para mudar este mundo cheio de cor e luz.
O que acontece quase sempre é que as expectativas não correspondem às cores lindas, formas perfeitas e sons que nos rodeiam.
Mas hoje, não foi isso que se passou. Tudo brilhou.


domingo, 2 de novembro de 2008

Há Dias


Há dias que me sinto em paz, há dias que sinto uma inquietude imensa.
Há dias que consigo parar para escrever, há dias que isso se torna muito difícil.

Esta é mais uma realidade que tenho vindo a constatar, quando estou em paz as palavras não me saem. Bem tento, mas nada. Ou por outra, as palavras saem, mas saem descoordenadas e desordenadas, sem nexo, uma ideia ali outra aqui. Tudo me distrai, um pequeno barulho, uma sombra, o sol que vai e vem, quem passa na rua, o estalar da madeira.
Os meus sentidos estão alerta para tudo o que me rodeia.

Quando a inquietude me assalta, tudo se vira para o meu umbigo. As palavras saem com o sentido da minha própria alma. É fascinante ver as letras a aparecer, formando palavras que desenham os meus sentimentos.