quinta-feira, 28 de junho de 2012

Basta uma pequena resposta


Há dias que nos olhamos e não sabemos quem somos e o que afinal queremos.
Da nossa existência diária, aquilo que pensámos ter construído, afinal não está. Do que pensámos ter conquistado, nada sobra.
Chego à conclusão que o que foi não é e nada ficou.
Basta uma pequena resposta e não fica vontade para recomeçar.
No limite máximo, baixo os braços no mínimo tento acreditar que, um dia talvez, tanto do meu eu, dê algum fruto. 

Ainda o Estado de Espirito


Sempre que o meu estado de espírito está de pernas para o ar e que um deserto grande se instala, sempre que estou dormente e sem saber o que pensar, sempre que as palavras não me saem porque não sei o que sentir, eu encontro em Fernando Pessoa um aconchego. As suas palavras embalam-me, acompanham-me e tiram-me de um vazio que nem eu sei muito bem como e onde se gerou.


"Assim como falham as palavras quando querem exprimir qualquer pensamento,
Assim falham os pensamentos quando querem exprimir qualquer realidade.

Mas, como a realidade pensada não é a dita mas a pensada,
Assim a mesma dita realidade existe, não o ser pensada.
Assim tudo o que existe, simplesmente existe.
O resto é uma espécie de sono que temos,
Uma velhice que nos acompanha desde a infância da doença."
(Alberto Caeiro)

Estado de Espírito

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“Se eu te pudesse dizer
O que nunca te direi,
Tu terias que entender
Aquilo que nem eu sei.”
(Fernando Pessoa)

Estas palavras, assim soltas, poderão querer dizer mil coisas ou absolutamente nada, cada um que lê é que sabe se as sente e como as sente. Os escritores e poetas tem esse dom, escrevem com o seu sentido e nós, meros leitores, sentimos nelas o que nos vai na alma e, em cada altura da nossa vida, a mesma palavra pode ter cores distintas e tocar de formas diferentes.
Hoje, estes pequenos poemas tocaram-me. Foram directas ao coração e aconchegaram-me.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Ingenuidade?

Não sei se é de agora ou se estarei a ser ingénua que não acaba, mas tenho visto e sentido que a aproximação das pessoas, exceto “rarississimas” exceções, não se deve à curiosidade de conhecer e aprender, deve-se sim à necessidade de alavancar uma autoestima deficiente e um amor-próprio inexistente. A procura de companhia já não tem como base uma amizade mas sim um encosto onde se possa despejar um conjunto de ansiedades, nostalgias, desejos e raivas, entre outras coisas.

Hoje, o tempo é muito limitado para a generalidade das pessoas e a paciência tem uns marcos muito estreitos e diferentes dos marcos de antigamente.
 

Hoje, não se dá espaço ao amor, dá-se espaço ao desejo. Não se dá tempo à construção de uma amizade, dá-se um tempo para se conseguir entrar no espaço de outro, retirar o que se precisa e sair tão depressa quanto se entrou. Não se dá espaço para conhecer e conviver, dá-se espaço para se curtir. Não se dá espaço ao sentimento, dá-se espaço a uma espécie vaidade. Não há tempo para dar alegrias só tempo de as sacar. O egoísmo sobrepõe-se a toda a hora, o comodismo dá conta do resto. 

Resultado hoje em dia não se dá espaço à felicidade, dá-se espaço a um vazio imenso que cresce à velocidade do tempo.

Eu via a minha Avó que, até morrer, esteve rodeada de amigas e de amigos inseparáveis, que se sobrepunham na vontade de agradar, eu era tão neta dela quanto de todos os que passavam por aquela casa, casa cheia e vivida, uma alegria, um bem-estar nunca mais vividos. Os poucos que estão vivos sabem o meu nome, conhecem a minha historia. Eu via, a toda a hora, um partilhar de alegrias e dor e aprendi que isso era vida a sério. Ela ensinava que “Quem dá, recebe”, os livros que nos dava a ler ensinavam que “quem dá recebe”. Recebe não só por ver a felicidade estampada na cara dos outros como também recebe por vontade do outro também querer dar.


Hoje, o meu instinto é dar, foi assim que aprendi, mas infelizmente tenho de aprender
rapidamente que o meu dar não é bem recebido, nem tão pouco é bem percebido. Porque hoje não se quer amigos, procuram-se entendimentos e relacionamentos fugazes.
 

A verdade é que “EVERYBODY NEEDS SOMEBODY TO LOVE”  e sem isto ninguém vive inteiramente.

Só ser, não chega!



Há dias em que me apetecia ser invisível sem o ser, fugir e ser agarrada, perder-me e ser encontrada!
Ha dias em que só ser, não chega.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Aprender... Sempre!


Há muito que percebi que posso aprender com as conversas que oiço. Elas fazem parte das vivências de cada pessoa e, apesar de cada um ter uma experiência de vida muito própria há sempre uns pontos onde nos tocamos. Por isso quando determinadas conversas vêm à baila eu oiço com atenção e absorvo.
Ah como eu aprendo...Aprendo não só a compreender os meus próprios sentimentos, pensamentos ou reacções passadas, como posso prever alguns comportamentos e sentimentos que certamente irão aparecer no futuro.
Posso ainda e também aprender muito sobre quem as tem. Ó se posso...
Por isso cheguei à conclusão que as ideias e os sentimentos ligados às pessoas que as têm são a melhor poção que temos para apreender. Aprender e perceber o nosso nível de crescimento, a nossa fase de vida, ajudando-nos muito a compreender a nossa própria existência.