segunda-feira, 24 de julho de 2017

Datas


Datas valem o que valem
Sim, datas, ano/mês/dia/hora.

Acontece que a nossa vida é gerida por elas.
A data da nascença, do baptizado, do primeiro dente, da primeira sopa, do primeiro encontro…
São datas, que marcam a nossa vida, são datas que comemoramos, são datas que choramos...

As datas são definitivamente importantes.

E eu não sou diferente.

A minha vida resume-se a um conjunto de datas que guardo ou não conforme o que representam.
As que não gosto não retenho, as que gosto guardo no calendário as outras não preciso guardar, fazem parte de mim e não abro mão de as comemorar como puder, mesmo que sozinha.



sábado, 22 de julho de 2017

O Sentido da Vida


Mais uma vez acho graça à forma como vamos descobrindo sentido naquilo que nos rodeia e que nunca prestámos atenção. E digo que acho graça, porque me faz sorrir e pensar, porque me desafia. A nossa experiência de vida dita-nos a nossa forma de ver o mundo, as pessoas que nos rodeiam, as frases que dizemos a maneira como pensamos e julgamos, a nossa compreensão perante os factos.

Por isso a vida é uma constante descoberta. Aquilo que que vimos hoje amanha já não igual. Alberto Caeiro passava a vida a dizer o mesmo. Está registado em cada poema. A vida é um espanto a todo o momento e isso surpreendia-o a ele e a mim tantas vezes e cada vez mais.

Hoje foi este pequeno texto que me chamou a atenção. Estou especialmente sensível para esta questão, é o isto quer dizer.

"No começo eu era só certezas.
No meio eu era só dúvidas.
Agora é o final
e eu só duvido."
Mario Quintana
O que escrevo só irá fazer sentido para quem estiver no mesmo mood. Isso diverte-me, tanto como me diverte ler este pequeno texto do Quintana e captar o meu sentimento mais premente.É também assim que nos aproximamos e nos afastamos das pessoas. As afinidades formam-se do que experimentamos, do que vivemos, onde chegamos. Daqui surgem as cumplicidades, que nos unem que nos fazem ver o mesmo sentido. Se desaparece o sentido, desaparece a pessoa, se desaparece a pessoa, deixa de fazer sentido.

sexta-feira, 14 de julho de 2017

Já fizeram as pazes?



Infelizmente a maior parte dos assuntos da vida dos adultos não se resolvem assim!
Mas que é genial é


“Amigos
- Já fizeram as pazes?
- Já.
- Como é que foi?
- Eu disse-lhe olá.
- E ele?
- Disse olá.
- E depois...?
- Fomos brincar.
- Não falaram sobre a vossa zanga?
- Não havia nada para falar... Já não estamos zangados.
(Inês Teotónio Pereira in "A um metro do Chão")



"A verdade não é, de modo algum, aquilo que se demonstra, mas aquilo que se simplifica."
Antoine de Saint-Exupéry

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Um amor antigo



Um dia ou melhor um grande grande dia, encontrei quase tudo o que procurei na minha vida toda.

De certo modo tive a oportunidade que sempre pedi. 

Presenciei, acompanhei e saboreei momentos únicos e inesquecíveis. Entrei num mundo que não era o meu, vivi momentos que não me pertenciam por natureza, encontrei companheirismo e aceitação, fui verdadeiramente bafejada pela sorte, presente inesquecível que o universo me proporcionou.

Não sei se algum dia poderei agradecer convenientemente o tanto que ri e aprendi.

Não sei se algum dia poderei aceitar convenientemente não ter conseguido parar o tempo.

O verdadeiro Amor, o antigo, é e continua a ser verdadeiramente inspirador e motivador.  

Neste momento fica a saudade, a nostalgia e a alegria desses momentos fabulosos, vividos intensamente e sem filtros.

Neste momento fica a esperança que um dia eles possam voltar a ser uma realidade.

Neste momento fica o vazio das palavras que nunca se disseram.

Neste momento fica o suspiro de um sonho já vivido e outro que ficou por viver.

O Amor Antigo
O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.

O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.

Se em toda a parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
o antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.

Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.

Carlos Drummond de Andrade, in 'Amar se Aprende Amando' 

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Contradições e Cenas



A contradição faz parte do ser Humano.
Uns dias é sim, outros não
Por muito que se tente negar, e diga-se que o fazemos a vida quase inteira, a realidade é mesmo esta.
Somos divididos por natureza.
Há pelo menos dois lados diferentes e completamente opostos entre si, escondidos em cada um dos nossos poros, que dificultam as nossas decisões, os nossos comportamentos, as nossas convicções, os nossos pensamentos.
Costumo dizer que o Lado A é o que gostávamos muito de ser e o B o nosso verdadeiro EU. Sendo que no dia-a-dia há alguns deslizes de A para B e vice versa.
Não conseguimos ser verdadeiramente um nem outro e por vezes baralhamo-nos de tal maneira que ainda chegamos ao nosso lado C.
Enfim… Coisas que não são importantes mas que explicam muitas “cenas”.

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Dificuldades/Crescer


As dificuldades fazem-nos crescer porque temos que lhes sobreviver.

Não é mérito é condição. E quem não aguenta... o fim é fatal.

Assim sendo e a meu ver, crescer é fantástico mas pode não o ser.

Crescer é a consequência de uma serie de vivências que se eu pudesse escolher, muitas não as teria tido.

Entre muitas outras coisas, crescer implica perder e aprender a lidar com isso, crescer implica perceber que nada sabemos e nada podemos.

Enfim, crescer implica perder a naturalidade, a ingenuidade.

Crescer significa deixar de ver a vida pura e simples, significa deixar de rir e aprender a sorrir.

Mas crescer é inevitável.Por isso devemos aprender a crescer.

"Porque todas as pessoas grandes já foram crianças. (Há é poucas que se lembram disso.)"
Antoine Saint Exupery 


sábado, 6 de maio de 2017

Chegou a hora



Pessoas como eu que não gostam e têm medo de errar e perder, um dia percebem que chegou finalmente a sua hora de arriscar e andar para a frente. 

Pois bem, ainda que a tristeza me envolva e que as memórias não me sejam de todo indiferentes e que a pena de deixar o mundo dos sonhos seja ainda uma realidade, chegou a hora.

A hora em que perder não é mais um erro e o erro será não dar espaço de entrada a outras vivências.

A arvore secou e não ha mais como voltar para trás. Chegou finalmente a altura de voltar a semear e ver crescer novos rebentos.

As memórias, essas ficarão para sempre. 

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Quase...




Quase quase quase pronta.
Falta só o “quase”.
Essa é a parte mais difícil.
Mas a verdade é que, quando menos se espera o “quase” já foi.
Vale a pena relembrar que não há nada que o tempo não cure, até mesmo o “quase”.