sábado, 17 de maio de 2008

Desafio


Aqui
Amanhã quando te encontrar
Corro para os teus braços
E beijo-te sem pensar
Depois de olhos fechados
Digo-te o que sinto nas minhas mãos
E como sei que é contigo que quero estar
E a sorrir desapareço para junto das nuvens
Amanhã
Vou chamar por ti dentro de mim
E o relógio vai trazer-te à hora certa
E o sol vai estar lá a ver
Amanhã
Vou dizer-te que te amo sem falar
E vais saber que fui eu
Amanhã é hoje, vais ver.

(Eu Antes de Mim )

Quando me perguntaste porque tinha gostado dos teus últimos poemas eu fiquei a olhar para ti sem resposta. Não consegui responder à primeira.
Foi coisa que senti, não foi coisa em que pensei. Gostei. Tão só.

Olhaste para mim com curiosidade e alguma indignação no olhar e questionaste-te (me). Como? Porquê? Eles saíram-me sem que tivesse pensado ou esforçado, sendo assim, como é possível gostar de alguma coisa que não deu trabalho, que não foi minuciosamente trabalhada vista e revista.

A pergunta que atiraste para o ar, fez-me sentir burra. Fiquei tão sem resposta…

Não gosto quando me tiram do sentido de mim própria. Não gosto quando a minha emotividade me trai.

Aceitei o desafio. A minha cabeça ficou a trabalhar e hoje a olhar para o mar tive a resposta.

Tão simples.

Sabes porque os acho bonitos?

Porque estão escritos com o coração ou melhor, porque foram lidos com o coração e consegui ver neles a minha pulsação.

O coração é simples e pede coisas simples.

Tão simples como os sentimentos que nos assaltam todos os dias a qualquer hora. Tão simples como o que conseguimos ver quando olhamos para a frente. Tudo é simples quando não questionado (pobres de nós os humanos, que temos cabeça para pensar e para complicar o que é tão fácil, tão natural – Viver).

Assim o que senti, quando os li, está dentro de mim e não foi provavelmente o que sentiste quando os escreveste. Para mim, tão simplesmente gostei porque me fizeram lembrar as coisas simples que há na vida – Viver e Amar.

Não te vou perguntar se foi esta a tua razão, porque provavelmente não foi. A minha não é igual à tua, assim me ensinaste tu.

Quando as coisas são evidentes no coração a cabeça não pensa. Mas se formos obrigados a pensar até há respostas, é só preciso descobri-las na simplicidade da nossa existência.

Desafio cumprido.
Recompensa: Respirar e olhar o mar


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