segunda-feira, 28 de abril de 2008
Um minuto de varanda
Tenho algumas dificuldades em conseguir perceber as minhas mudanças de humor.
Acordo feliz, consigo ouvir os pássaros a cantar, ver as nesgas de sol a entrar pelas portadas mal fechadas, sentir a brisa do mar a abraçar-me. Levanto-me com toda a curiosidade do mundo, com todos os sentidos da minha alma à flor da pele e com a energia de um touro a entrar numa arena.
Nem dois minutos… É só chegar o primeiro desencontro, a primeira contradição do dia e tudo muda.
Já o dia parece um desperdício, a musica um estropício, e as pessoas um empecilho. Tudo parece virado do avesso.
Nada que um minuto de varanda, a olhar para o mar, não consiga desfazer.
E estas cenas prolongam-se pelo dia. Chego a ficar cansada só de me aturar.
Não é fácil. Ora alegre, ora triste, ora saudosa, ora nostálgica, ora irritada, ora sorridente, ora malandra, ora conversadora, ora calada, ora vivendo, ora parada … e assim por diante.
Chega o fim do dia e não se consegue tirar o saldo.
Já com a almofada debaixo da cabeça às vezes, sorrio e digo para mim própria – Amanha será um novo dia - outras vezes - Que todos os dias sejam como o de hoje. Cá me parece que o dia acaba com a disposição do minuto em que me deito.
Vou passar a estar mais atenta.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
:-)
lindo!...
Sentido ;)
Obrigada :)
Enviar um comentário