terça-feira, 29 de abril de 2008
Suportar o silêncio
Regra número um – Saber ouvir
Regra número dois – Ouvir
Regra número três – Ouvir
Regra número quatro - Estar atenta
Regra número cinco – Escutar
Regra número seis – Saber sorrir enquanto se ouve
Regra número sete – Saber relevar e relativizar e aprender com o que se ouve
Estas são as regras a que me impus nos próximos 40 anos.
Ouvi no outro dia que, se ontem, saber ouvir era importante, hoje, saber ouvir é condição.
Levei a serio, muito a serio. Até porque tenho de aprender a ficar em silêncio. Já dizia a minha avó, quem fala muito não ouve.
Ficar em silêncio não é fácil, principalmente quando o problema é não suportar o “não ter o que dizer”. Este problema gera o problema ao contrário, quando, por não suportar o “não ter o que dizer “se diz o que não se quer dizer.
Upsss. Que grande baralhada. Mas é isto mesmo o que quero dizer hoje.
É aqui que a porca torce o rabo. Quantas e quantas coisas me arrependo de dizer da boca para fora, mesmo sabendo que são coisas banais, coisas que a maior parte das pessoas sente e diz que não sente, gosta e diz que não gosta, faz e diz que não faz, tem e diz que não tem, só porque não quer dar ases. Eu dava-os de borla, há confiança, mas acabo sempre por levar de graça.
Ouvir tem, assim, duas grandes vantagens, não se diz o que não se quer e aprende-se com o que se ouve.
Conclusão é preciso fazer das tripas coração e aprender a suportar o silêncio.
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2 comentários:
Não sabe o quanto a entendo. A meu modo, claro está.
Uma pena, minha querida, que a faculdade que nos foi dada, a de falar ( o dom da linguagem) seja o mais rico e ao mesmo tempo, o mais pobre para se comunicar. Muito fácil de complicar;-)
Há formas, maneiras, feitios de expressão que não chegam a dizer tudo ou dizem demais.
Falas cuja qualidade é duvidosa, outras cujo valor devia ser mais bem ressaltado.
Não podendo dominá-lo, certas vezes, dizemos o que não queremos e calamos o que devíamos dizer...oh! coisa!
Não gosto do silêncio. Acho que a linguagem do silêncio é perigoso, pois guardamos o que deve ser dito, interpretamos de tanta forma que pode não ser a adequada.
Entretanto, ouvir (que é diferente do silêncio) é inestimável.
Sem que seja preciso deixar claro que entre ouvir e escutar vai uma grande, imensa diferença;-)
Sonho com o momento em que falarmos será condição para vivermos baseado na tentativa e boa vontade da compreensão.
belíssimo post.
Desculpe ter escrito tanto.
Um forte abraço
Meg,
Belíssimo comentário, bem melhor que todo o meu post. Não sabe como aprecio quando uma pessoa consegue exprimir o que sente ou o que quer dizer em tão poucas palavras. Todas as que foram ditas são poucas para este assunto que a mim me revolta tanto (não conseguir dizer o que me vai na alma é um verdadeiro martírio).
Obrigada pelas suas palavras.
Um abraço
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