quarta-feira, 23 de abril de 2008
Medo
Não, não consegui perceber.
Não consegui perceber que precisava de um colo, que o medo que a tolhia nem com um abraço se escaparia. Eu também tinha medo.
Não, não consegui perceber.
Ter medo, não era uma opção. Ter medo era não acreditar. Ter medo era uma rendição.
Não, não consegui entender o porquê da rendição, da luta travada no seu interior. Como se conseguisse mudar a sentença que pairava sobre a sua cabeça.
A rendição foi tanta que nem forças sobraram para as últimas histórias, para os últimos beijos, para os últimos aconchegos, para os últimos…
O medo foi tanto que não sobrou tempo para um olhar de saudade, para um abraço de partida.
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2 comentários:
Tocante este seu texto, Sum. Penso que sei do que fala, e impressiona-me essa franqueza e essa coragem de verbalizar o medo. Mas é muito bom sermos capazes de fazê-lo, é o primeiro passo para perdermos todos os medos.
Um grande beijinho
Olá Ana,
Não é coragem é falta de ar. Às vezes tem de sair.
Obrigada por perceber, dito dessa forma até consigo acreditar que alguns dos medos se percam nas palavras ditas.
Um grande beijinho
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