terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Passa Nada


Tenho andado a navegar todo o dia na vida e um bocadinho na net.

Na minha cabeça não passa nada. Está vazia, passa beije.

Por um lado tudo de bom, por outro parece que a qualquer altura a ficha vai cair e eu vou com
ela.

O dia de ontem foi espectacular e a noite ainda melhor. Tudo aconteceu com naturalidade. Não esperei que estivesse pronto, eu própria aprontei tudo o que me apetecia e aquilo que não consegui aprontar, deitei para trás das costas e relevei.

Ontem tomei uma decisão na minha vida. Nada de criar expectativas nesta cabecinha tonta.

Boa decisão. Pareceu-me bastante adulta.

Será que foi mais um pequeno passo no meu processo de crescimento já bastante demorado e
retardado.

Tem graça que já não é a primeira vez que oiço dizer “que nunca se cresce para certas coisas”.

Sinto tanta verdade nesta frase! Só que, para mim, é mais “não cresço nunca, em aspecto algum, nem de forma nenhuma.” Não, não é finca-pé. É só porque sinto que é assim.

De facto só consigo crescer em tamanho. Para cima e para os lados. De cabeça, essa nem se digna a pequenas alterações. Não cresce e parece ter raiva de quem consegue crescer.

Tenho um amigo que faz questão de crescer de cabeça (ou de parecer crescido). Tem todas as certezas do mundo. Diz sempre tudo acertado, está sempre correctamente vestido para cada ocasião, faz questão de fazer tudo como manda as regras, tudo o que apregoa e defende é tudo quanto os meus “bisavós” (que Deus os tenha), deixaram escrito em Bíblias intermináveis de “como se portar bem e ser crescido”. Dá-se ao luxo de, inclusivamente, julgar e criticar todos os que o rodeiam, à luz de um crescimento… sei que nome lhe dar. Coitado! Cada vez que fala e tenta transmitir a sua ideia eu sinto a sua infelicidade, a sua tristeza.

Vejo esta Infelicidade, ou parte dela, como não conseguir libertar a criança que tem dentro dele, para além de toda a repressão que é feita de uma forma tão sofrida. Tão crescida!

Não que eu não queira crescer para não ser infeliz, nada disso, só acho que realmente as tristezas e as coisas más fazem crescer e se não crescemos foi porque a vida está a ser boa para nós.

E aqueles que não conseguem aproveitar isso não sabem o bem que têm nas mãos.

Este meu amigo, das duas três, ou teve experiencias muito beras, sem eu ter dado por isso (coisas da vida dele para com ele) ou, é assim, porque acha que o deve ser. E é aqui que a vida dele se torna séria. Séria demais.

Ora, nem eu estou bem, nem ele. Nem 8 nem 80.

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