sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
Balada
"Amei-te muito, e eu creio que me quiseste
Também por um instante nesse dia
Em que tão docemente me disseste
Que amavas ‘ma mulher que o não sabia.
Amei-te muito, muito!Tão risonho
Aquele dia foi, aquela tarde!…
E morreu como morre todo o sonho
Deixando atrás de si só a saudade! …
E na taça do amor, a ambrosia
Da quimera bebi aquele dia
A tragos bons, profundos, a cantar…
O meu sonho morreu… Que desgraçada!
………………………………
E como o rei de Thule da balada
Deitei também a minha taça ao mar …"
Florbela Espanca - Trocando olhares - 08/08/1916
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