domingo, 17 de fevereiro de 2008
Encadeamento de Ideias
Uma coisa que foi, nunca mais é.
Tanto as coisas boas como as más, o que são hoje e o que foram ontem, nunca mais serão.
Esta é, sem duvida uma das nossas maiores dores de cabeça.
Passamos uma vida à procura do que foi.
A eterna comparação.
Quando é sofrimento, hoje é um bocadinho menos do que o de ontem.
Quando é amor, hoje é um bocadinho mais do que o de ontem.
O contrário também não deixa de ser verdade.
Quando é sofrimento, hoje é um bocadinho mais do que o de ontem.
Quando é amor, hoje é um bocadinho menos do que o de ontem.
É como as fases da Lua. Lua Crescente e Lua Decrescente. A fase crescente acaba quando atinge a Lua Cheia, a fase decrescente acaba quando a Lua desaparece.
Eu sou como a Lua. Todos nós somos como a Lua. A nossa vida, os nossos sentimentos, as nossas atitudes, são como a Lua. Inevitavelmente temos fases.
Fases boas e fases menos boas, fases interessantes e fases menos interessantes, fases “de andar escondidas, fases de vir para a rua…”
“Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.
Fases que vão e vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.
E roda a melancolia seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...”
Cecília Meireles
E porque temos fases, eu estive numa fase. E agora, estarei noutra?
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