quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Historias que me fizeram sonhar
E porque gosto da Sophia de Mello Breyner Andersen e porque gosto do seu bom gosto, da sua sensibilidade, da sua escrita, da sua forma de ver as coisas e do que me faz lembrar.
E porque no tudo que ela me faz lembrar se encontram as minhas mais profundas recordações.
E porque nas minhas mais profundas e belas recordações cabem o azul, os verdes, o sol, o mar, um rio de água fria e límpida cheio de brilhos reflectidos dos raios de sol a trespassarem as ramagens densas mas não impenetráveis das copas das arvores, o sussurro da água serena a passar e a alimentar-se suavemente das margens cheias de trevos e ervas esguias, cabem pic-nics, amoras silvestres, bocas roxas e alegres, gargalhadas e historias contadas, poemas lidos e declamados, teatros representados, contos fantásticos, fadas e sonhos, conversas lindas com pessoas que me amaram de verdade e me protegeram e me mimaram e me observavam, e me admiravam e que eu amei também de verdade e que hoje me fazem falta.
Ausência
“Num deserto sem água
Numa noite sem lua
Num país sem nome
Ou numa terra nua
Por maior que seja o desespero
Nenhuma ausência é mais funda do que a tua.”
(Sophia de Mello Breyner Andersen)
Se tanto me dói que as coisas passem
"Se tanto me dói que as coisas passem
É porque cada instante em mim foi vivo
Na busca de um bem definitivo
Em que as coisas de Amor se eternizassem"
(Sophia de Mello Breyner Andersen)
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