segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Certeza
Certeza
"Nada está garantido nem é certo,
tudo oscila entre o ser e o não ser,
tanto faz no mar alto ou no deserto,
aqui, além, onde a gente entender.
Não vale a pena futurar a vida
se esta se joga entre o azar e a sorte
e a única certeza garantida
tem um nome vulgar, chama-se morte. #
(by Torquato da Luz)
Uma coisa é certa nesta vida, a morte…
Ela chega assim sem mais nem menos e muitas vezes quando menos se espera.
É um assunto do qual eu não gosto de falar. Talvez medo, talvez não seja ainda o tempo, talvez só porque o assunto me entristece e me magoa por sentir falta de quem já cá não está ao meu lado…
Sempre senti a morte como uma coisa muito injusta para quem cá fica e também, noutra medida para quem parte. Ficam vazios, sentem-se ausências, aparece a saudade desmedida, o peito fica apertado e a alma grita. Mil coisas que ficam por fazer e por dizer, mil coisas ficam por sentir, em suma mil coisas ficam por viver. Neste sentido existem as mortes de morrer e as outras.
Não, não é preciso morrer para morrer. Basta desaparecer, basta não se ver, basta deixar de viver. Tudo tem a ver com ligações.
Muito assim por alto e para mim, as ligações são aquilo que nos une ao mundo, às pessoas, às coisas. Elas aparecem quando se reúnem as condições apropriadas tais como: afinidade, contacto e energias e ocorrem através da doação, do recebimento ou ainda da partilha de dados. Desta forma não é preciso morrer para desaparecer, basta deixar de haver ligações.
São tão más as mortes de morrer como as outras, com uma diferença: é que as mortes de morrer fazem-nos recordar tudo de bom e as de desaparecer são amargas. Sabe-se que se poderia estar a um passo de tudo o que é impossível. É sufocante.
Mas há alturas em que o melhor mesmo é ficar quieta no lugar, quanto mais se fizer mais se enterra, mais se magoa. Qualquer passo que se dê, não é bem-vindo, não é bem visto, reverte sempre a desfavor. Assim a palavra de ordem é: recolher caladinha, sinta-se o que se sentir, estando como estando, aguentando o que se pode.
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2 comentários:
Hum... certezas... alguém me disse, um certo dia, que certezas absolutas são como becos sem saída... ;-)
Pois...Hummm...
Becos...e sem saída! Vamos andando, andando, andando e de repente... upsss sem saída...toca a voltar para trás.
Não, não me parece que certezas sejam como becos sem saída (risos)
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