sexta-feira, 27 de junho de 2008
Tanta coisa
Tanta coisa que eu tenho na minha memória, tanta coisa a rodar na minha cabeça.
Tanta coisa boa e tanta coisa má.
Coisa má, não é de má, é de um bocadinho pior do que o bom, isto não significa ser mau, mas talvez menos bom, o que por si só não é propriamente o melhor que eu poderia ter.
Bem, a confusão já está instalada.
Mas é mesmo assim que estou hoje. Confusa e a precisar de aclarar as ideias.
Estou a precisar de organização, de ordenar as prioridades, de listar tarefas, eu sei lá do que é que eu preciso.
Enquanto tiver a cabeça ocupada com listas e prioridades talvez não pense nas coisas que tanto queria ter mas que não posso, ou não tenho, ou não sou, ou…
Este novo sentimento que apareceu na minha vida, há relativamente pouco tempo, é um tanto ou quanto estranho, diferente de tudo o que eu tenho sentido até então. É esquisito. Parece ser uma coisa que não é, ou é uma coisa que não parece. Tanto me sinto bem com, como acho que tudo está mal assim. Ora acho que é uma sensação fantástica, ora acho que é uma felicidade oca.
Às vezes convenço-me de que ainda posso arriscar, mas de repente olho para trás e tudo me parece um disparate. E é assim que tenho vivido. Quero avançar, cheia de coragem e animo e de repente caio num poço tão fundo que até dói só de pensar que o tenho de trepar. Melhor, sendo honesta comigo própria é mais, sinto-me nova e com força para arriscar, mas de repente olho-me e sinto-me ridícula só de ter pensado.
Tá, não vale bater no ceguinho. O que conta mesmo é o saldo final.
Este ano posso ter perdido muito, mas o facto é que também ganhei muito.
Foi um ano intenso em todos os sentidos de uma vida. Um ano de desordens, de trabalho, de grandes mudanças, de intensidade emocional, como não me lembro de nunca ter tido. Eu própria deixo-me levar com um certo prazer. No entanto a melancolia entranha-se-me nos poros quase todos os dias como que tentando chamar-me à razão. E eu nego, nego com todas as forças que tenho. Não quero voltar já.
Nunca critiquei a desordem, no entanto sempre me regi pela ordem, esta estranha mudança deu-se sem eu dar por isso... e eu... até gostei!
Se por um lado começo a sentir falta da pacatez do meu ser antigo, da minha razão, da minha sensatez, por outro já sinto a saudade nostálgica deste terramoto emocional.
Assim
"A ordem é o prazer da razão; mas a desordem é a delícia da imaginação."
(Paul Claudel)
É desta forma que esta frase cabe na minha vida, outra vez.
Como me decidir?
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2 comentários:
Não é preciso decidir nada, querida Sum. A ordem e a desordem coabitam em todos nós... deixe que elas se entendam e umas vezes manda uma, outras vezes manda outra.
Não é possível viver sempre no caos do improviso mas também não é muito saudável ter sempre tudo controlado.
A natureza equilibra-se, não se preocupe muito...
;) Beijinhos!
Vou tentar.
Obrigada Ana.
Beijinhos :)
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