terça-feira, 26 de outubro de 2010

Na medida certa


Também na amizade existem medidas. Tudo, nesta vida, tem de ser dado na medida certa, já dizia a minha Avó, sempre sábia.

Nunca percebi muito bem o que era isto das medidas certas, até passar por isso.

A ver se me consigo explicar: As medidas, na amizade, são difíceis de definir, existe um leque grande de intensidades e um sem número de vontades. Mas essencialmente, mede-se no que se dá, contra o que se recebe.

Durante anos achei que este pensamento era muito egoísta, mesquinho até, que na amizade não havia interesses, medidas e cobranças. Mas, e nesta perspectiva, não é uma questão sindicalista, é uma questão de equilíbrio, de harmonia.

Tudo nesta vida tem de ser estável, compensado e quando não se consegue gasta-se, rebenta e acaba.

Vejo isto como uma linha em que o meio é o equilíbrio. Ambos os elementos se devem posicionar em lados opostos e distâncias equivalentes em relação a um neutro. Uns dias mais, uns dias menos, umas fases mais, outras menos longe do neutro mas sempre e em média contrabalançados.

Passamos a vida a tentar passar as medidas e a testar estes equilíbrios. Às vezes até demais, mas a medida do outro, leva-nos outra vez para o lugar certo. É engraçado perceber que de uma forma geral é o egoísmo de cada um que nos dá esta medida de estabilidade.

Quanto à intensidade ela pode estar mais perto ou mais longe do ponto dito de equilíbrio e existem tantas intensidades quantos os pontos existentes num recta.

É muita fórmula, é muito pensado, muito estruturado para meu gosto. Está claro que no dia-a-dia não se pensa em nada disto, nem se usam estas fórmulas para ajustar as amizades, às vezes com grande pena minha, mas é disto que se trata.

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