quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
Era um poema de amor.
Às vezes gostava de conseguir dizer coisas bonitas.
Gostava de saber construir uma frase, uma quadra, um poema.
Gostava de conseguir mostrar por palavras aquilo que vai no meu coração, na minha alma ou na minha cabeça.
Mas, caramba, já é tão difícil pôr no papel cada sentimento, cada pensamento tal e qual ele é, quanto mais com palavras bonitas e contadas!
Não perco as esperanças.
Às vezes sonho que os poemas são feitos por palavras que nos saem a fugir da cabeça, outras vezes que são sílabas contadas, colocadas pela ordem de uma lembrança.
Seja qual for o sonho, nunca de lá saiu o poema. Mas, mais uma vez não perco as esperanças.
Ouve um dia que achei que tinha conseguido.
Era um poema de amor.
Era um poema onde cada palavra dita
Era sentida dentro de mim.
E quanto mais eu rabiscava mais as palavras me saltavam
E quanto mais saltavam mais eu as sentia.
E tudo o que estava à minha roda
Passou a ter uma vida que eu não sabia que existia.
Quando finalmente parei!
Olhei, mas nada vi!
Foi então que percebi,
Pelas palavras que espalhei
Que todo o sentimento que vivi
Não cabia de todo ali.
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6 comentários:
E conseguiu mesmo Sum! Bem ritmado e com sentido. Gostei muito.
Escreve muito bem e muitas vezes a prosa até parece poesia. Sente-se que são palavras "com gente dentro"
Um dia feliz.
Obrigada M.Júlia, sempre atenta e atenciosa.
Eu não sei dizer se é bem ritmado ou a prosa parece poesia. A Júlia é que percebe dessas coisas metafísicas. (riso abafado)
Apenas direi que gostei muito de a ler, Sum. E concordo com o comentário da Júlia... lemos palavras de e com gente dentro. :)
Obrigada Mike. Esta gente agradece!!
Bonito, Sum. Sentido e com alma, que é o mais importante. O resto é métrica e não interessa nada. :-)
:)Obrigada Ana.
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