sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Natal II


No outro dia, uma amiga perguntou-me se eu punha o Menino Jesus no presépio antes do dia 25 de Dezembro.

Vai que respondi que em casa da minha Avó era assim que se fazia. Já eu não tinha muitas hipóteses porque o meu presépio era dos modernos, daqueles que o Menino Jesus e as suas palhinhas eram a mesma peça.

Assim um bocado a medo perguntou então como é que eu fazia com as palhinhas.

Devo ter ficado a olhar para ela com ar de marciano extraterrestre.

Então, rapidamente começou a contar a sua história.

Quando faziam o presépio todos em família e depois das rezas e cânticos habituais, comprometiam-se a fazer uma caminha fofinha para o Menino Jesus. A sua Mãe, contava que cada boa acção ou sacrifício se transformava numa palhinha e todos os finais do dia, até ao dia de Natal, e antes do jantar rezavam e entregavam as palhinhas do dia para a cama do Menino Jesus.

Tinham assim um momento de convívio e um momento de dádiva e reflexão.

Partilhavam as suas boas acções e histórias, riam-se juntos, choravam juntos, brincavam juntos e juntos se esforçavam por um mundo melhor e para que o Menino Jesus tivesse uma caminha digna, farfalhuda, fofinha e quentinha. Por pelo menos uns tempos, eram todos por um e um por todos.


2 comentários:

Anónimo disse...

Esta será uma das caracteristicas que pelo menos no Natal devia existir; a fraternidade, o afecto, a partilha colectiva, hoje em dia tão mal substituida pelo consumo quase compulsivo. Uma história simples e bonita, em qualquer altura, mesmo sem ser Natal.
Uma boa noite!

sum disse...

Era bom que todas as pessoas regressassem um bocadinho aquilo que é realmente o Natal.

Boa noite M.Júlia.