sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Aprender até Morrer


Hoje cheguei ao fim do diário que encontrei no outro dia. O meu diário de alguns anos atrás.

Fiquei arrasada quando percebi que o diário acaba na melhor parte.

Deu para entender que a minha adolescência foi longa e triste. Que não consegui ultrapassar até muito tarde, os meus medos e as minhas dores de crescimento .

Deu para entender também que Deus foi um bode expiatório para a minha resistência ao crescimento. Escondi-me muito por trás de Dele. Não tomei decisões importantes por medo e preferi assumir as consequências, como castigo dos meus maus pensamentos e comportamentos. Vivi sem tentar modificar, por receio ou por insegurança ou por qualquer outra razão que agora não interessa nada.

Fiquei chocada com as inseguranças e a falta de amor próprio do meu eu naquela que supostamente é a idade de ouro da vida.

Foi um crescimento desamparado e solitário. No entanto, foi a minha vida e olhando para trás, olho com saudade.

Apesar de haver reminiscências e revivalismos de sentimentos,
os 40 anos são de facto uma bênção. São anos de glória.

Ainda não devo ter amadurecido tudo, até porque já dizia a minha Avó, “aprender até morrer”, mas já me sinto muito mais segura e com a certeza de que ainda vou ser mais. Agora é pegar nesta bagagem e potencia-la.

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