sexta-feira, 4 de maio de 2012

Hoje

Ai hoje....
Hoje deu-me para isto!
Hoje, as palavras não me saem e tenho um monte de coisas para dizer.
Hoje, encontro as palavras certas espalhadas por ai e apetece-me rouba-las.
Hoje, queria ter sido eu a dizer tanta coisa…
Hoje…
Hoje, vou ficar por aqui com estas palavras roubadas
E vou à procura de outras, sobre coisas que gostaria de ter falado e que calei.


"Ninguém Se Conhece a Si Mesmo Julga que se conhece, se não se construir de algum modo? E julga que eu posso conhecê-lo, se não o construir à minha maneira? E julga que me pode conhecer, se não me construir à sua maneira? Só podemos conhecer aquilo a que conseguimos dar forma. Mas que conhecimento pode ser esse? Não será essa forma a própria coisa? Sim, tanto para mim como para si; mas não da mesma maneira para mim e para si: isso é tão verdade que eu não me reconheço na forma que você me dá, nem você se reconhece na forma que eu lhe dou; e a mesma coisa não é igual para todos e mesmo para cada um de nós pode mudar constantemente. E, contudo, não há outra realidade fora desta, a não ser na forma momentânea que conseguimos dar a nós mesmos, aos outros e às coisas. A realidade que eu tenho para si está na forma que você me dá; mas é realidade para si, não é para mim. E, para mim mesmo, eu não tenho outra realidade senão na forma que consigo dar a mim próprio. Como? Construindo-me, precisamente."

Luigi Pirandello, in "Um, Ninguém e Cem Mil"

2 comentários:

Anónimo disse...

Muito bonito
João Vieira

sum disse...

Muito Obrigada João! :)