Hoje deu-me para isto!
Hoje, as palavras não me saem e tenho um monte de coisas para dizer.
Hoje, encontro as palavras certas espalhadas por ai e apetece-me rouba-las.
Hoje, queria ter sido eu a dizer tanta coisa…
Hoje…
Hoje, vou ficar por aqui com estas palavras roubadas
E vou à procura de outras, sobre coisas que gostaria de ter falado e que calei.
"Ninguém Se Conhece a Si Mesmo
         Julga que se 
conhece, se não se construir de algum modo? E julga que eu posso 
conhecê-lo, se não o construir à minha maneira? E julga que me pode 
conhecer, se não me construir à sua maneira? Só podemos conhecer aquilo a
 que conseguimos dar forma. Mas que conhecimento pode ser esse? Não será
 essa forma a própria coisa? Sim, tanto para mim como para si; mas não 
da mesma maneira para mim e para si: isso é tão verdade que eu não me 
reconheço na forma que você me dá, nem você se reconhece na forma que eu
 lhe dou; e a mesma coisa não é igual para todos e mesmo para cada um de
 nós pode mudar constantemente. E, contudo, não há outra realidade fora 
desta, a não ser na forma momentânea que conseguimos dar a nós mesmos, 
aos outros e às coisas. A realidade que eu tenho para si está na forma 
que você me dá; mas é realidade para si, não é para mim. E, para mim 
mesmo, eu não tenho outra realidade senão na forma que consigo dar a mim
 próprio. Como? Construindo-me, precisamente."
Luigi Pirandello, in "Um, Ninguém e Cem Mil"
Luigi Pirandello, in "Um, Ninguém e Cem Mil"
2 comentários:
Muito bonito
João Vieira
Muito Obrigada João! :)
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