Tenho a certeza que um dia eu vou conseguir dar uma lufada de ar fresco a este meu blog.
A chama esmoreceu mas não está apagada. Ela está lá, quente, pequena em combustão lenta.
Falta-lhe oxigénio, neste caso, paixão.
Sem paixão as coisas parecem indiferentes, andam sozinhas sem brilho, não são maravilhosas, não são especiais, não são boas nem más e como tal não ficam na nossa lembrança, não ficam nos poros, não respiram...
Tudo parece indiferente.
No outro dia apanhai uma frase que vou tentar repescar. Porque essa sim tem lógica e transpira razão.
Ora pois cá está ela: “Para fazer uma obra de arte não basta ter talento, não basta ter força, é preciso também viver um grande amor.” (Wolfgang Amadeus Mozart)
Uma obra-prima tem sempre uma grande paixão por trás. Não sei o que raio têm as paixões, ou o que libertam para mexer connosco e dar-nos tanta criatividade e energia.
Ai de quem me está a ler e não entender que uma paixão pode nada ter a ver com uma paixão de amor carnal, se bem que essas paixões também movem montanhas, cidades ou mesmo mundos. Estou a falar de paixão. Paixão pela vida, paixão pelas coisas que temos, que conseguimos, que nos aparecem sem darmos por isso, paixão de paixão por qualquer coisa ou por alguém. Paixão de admiração, de respeito, de afeição. Paixão de estima, de bem-querer, de afecto, de amizade, de beleza, de excelência, de perfeição…
Paixão, tão só paixão.
Ou sou dada a paixões. Eu apaixono-me com muita facilidade. Paixono-me por qualquer coisa, por qualquer pessoa, por qualquer situação. Adoro a vida, deixo-me levar por ela, adoro tudo o que me rodeia, adoro pessoas, adoro a natureza e os cheiros próprios de cada estação, adoro o sol, adoro a lua, adoro o mar, adoro a praia, adoro o campo, as flores, adoro a Primavera, adoro o Outono, a lareira, a madeira, adoro as texturas, as cores, o arco-íris, acho que sou uma eterna apaixonada.
Ser-se uma eterna apaixonada tem os seus prós e os seus contras, alias como tudo na vida.
Os apaixonados correm atrás, sobem alto, vão depressa e por isso encontram vários obstáculos rasteiros que os fazem tropeçar e cair. Os apaixonados são pessoas alegres/nostálgicas e nem sempre compreendidas mas, bem-feitas as contas têm muito mais a ganhar do que a perder, porque até no sofrimento e nas lágrimas são capazes de amar incondicionalmente.
"Paixão é uma infinidade de ilusões que serve de analgésico para a alma. As paixões são como ventanias que enfurnam as velas dos navios, fazendo-os navegar; outras vezes podem fazê-los naufragar, mas se não fossem elas, não haveriam viagens nem aventuras nem novas descobertas."
(Voltaire)
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