quarta-feira, 11 de novembro de 2015

O não poder ter, dói!


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Tanto sorrio de felicidade como choro de tristeza profunda. O medo toma conta do meu pensamento.
Tenho o coração cheio e a cabeça vazia, sinto cada segundo, revivo cada gesto, oiço cada palavra dou-lhes vida, tiro-lhes sentidos,  e quando fecho os olhos, o meu corpo dança lentamente a música que sinto dentro de mim e estremece em ondas de prazer que se propagam bem devagar, levantando até a roupa que trago vestida. A respiração fica mais funda, o estômago encolhe levemente e as lágrimas começam o seu percurso, numa manifestação de desejo insano e urgente. É aqui que o prazer vira quase tortura e a dor aperta cada prega da minha alma. O não poder ter, dói!

"É tão difícil falar, é tão difícil dizer coisas que não podem ser ditas, é tão silencioso. Como traduzir o profundo silêncio do encontro entre duas almas? É dificílimo contar: nós estávamos nos olhando fixamente, e assim ficamos por uns instantes. Éramos um só ser. Esses momentos são o meu segredo. Houve o que se chama de comunhão perfeita. Eu chamo isso de: estado agudo de felicidade."
Clarice Lispector

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Happy



Há coisas que nos enchem o coração e nos fazem sorrir. 
Diria mesmo que o sorriso é a gota de água que faz o coração transbordar de alegria. 

E hoje estou assim! 

Partir desta forma para o dia que está à nossa frente é um privilégio. 
Seria tão bom poder retribuir com o que nos vai na alma, com naturalidade e sem medos! 
Diria mesmo que era o ideal.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Serenidade



Hoje, serena! Está bem, um pingo de nostalgia, mas muito serena.

Ver o caminho a percorrer no distanciamento dos sentimentos é outra loiça.

Nada me diz que o desassossego não volte e que esta tranquilidade não passe do olho do furacão. Mas enquanto foi e não voltou consigo desfrutar da calmia dos meus passos.

É bom apreciar a bonança, claro que sim, no entanto o que nos faz sentir vivos é todo este constante movimento à nossa volta. As abanadelas dos ventos e as ansiedades das tempestades são os contrapontos, só existindo isto conseguimos dar o devido valor á suavidade dos dias bons e calmos.

Há quem afirme que os momentos bons não se sentem, vivem-se e que os momentos maus doem na pele. Por isso os maus esquecem-se depressa e os bons deixam saudades.

Ai que saudades.......


terça-feira, 21 de julho de 2015

Triste, Só e Ambandonado

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Há dias em que  me apetece romper com tudo e com todos.

Rasgar, gritar, quebrar, partir, bater com portas, fechar janelas e ao mesmo tempo esperar, bem lá no fundo que alguém nos venha resgatar.

Nestes dias põe-se a vida inteira em causa e questiona-se tudo.

As ligações com o mundo exterior parecem-nos falsas e  ficamos com a sensação que tudo falha nos momentos menos próprios.

Aquela famosa frase “apetece-me largar tudo e ir para a China” faz todo o sentido.

Mas também faz todo o sentido que haja quem nos prenda e nos diga que fazemos tanta falta como a falta que estamos a sentir.

Utopias!

É frustrante quando nos damos conta que não fazemos falta a ninguém e que a vida continua independentemente da nossa existência ou da nossa presença. 

E com esta, ficamos a ranger os dentes... e a congeminar no que podemos fazer para chamar a atenção.

Pois é, o tempo passa e temos cada vez menos atenção com o sentimento que merecemos e precisamos cada vez mais.  Entramos em deficit.

Que nostalgia dos dias em  que fazíamos uma birra e  no mesmo instante aparecia um ente querido, para nos dar mimos e dizer aquelas palavras que tantos nos faz bem ouvir.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

O que um não quer, dois não conseguem.



E o certo é que, o que um não quer, dois não conseguem.
É tão óbvio que até mete nojo. 

Não querer ver, consegue ser pior do que ser-se cego.
Mas, infelizmente, acontece a todos.
Insiste-se, insiste-se mas sem resultados. Até que um dia a resposta sai clara que nem água. Há um que não quer.
Feita a descoberta, não se pode voltar atrás. Está visto, está visto.

E agora?
Agora... É andar para a frente e fazer o que deve ser feito.
Não deve ser muito difícil.
Pode-se começar por traçar objectivos e fazê-los cumprir a risca. Com o menor desvio possível. Para que os resultados surjam bem depressa com saldos positivos.

Há ainda, aquelas ajudas de sempre, que não nos deixam, de forma alguma, descalça. As listas e os diários.
Sim os diários. Sim as listas. Extraordinárias ferramentas para quem está temporariamente desmemorizado e desconcentrado. É que nestas alturas a pena de nós próprios não nos dá espaço, nem tempo para pensarmos em coisas razoáveis e lógicas. A concentração parece que foi de férias e o tico e teco desta vida, são como os amigos, que achamos verdadeiros, Desaparecem.
Se tivermos as listas sempre ao lado, não há problema. As coisas surgem feitas sem que se dê por isso. Uma verdadeira maravilha. já os queridos diários servem sempre para registo. Fica registado toda a nossa estupidez, para que de uma próxima vez, não aconteça o que nunca deveria ter acontecido.

É tempo de recomeçar a escrever, é tempo de começar a encaixar e perceber os danos e a aprendizagem decorrentes desta aventura.


Saudade




"Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida."

Clarice Lispector


sexta-feira, 26 de junho de 2015

Uma porta que se abre


E quando os factos se nos apresentam, tal e qual como são, não há volta a dar. É aceitar e andar para a frente.
O que veio, já ninguém nos tira. Morre connosco.
A vida é feita do que vem e do que vai.
Interessa manter a serenidade e a felicidade e seguir, porque é certo que quando acaba uma coisa outra surge e como tal logo logo começa a  expectativa do que vem a seguir. Desenham-se caminhos, trilham-se as margens, formam-se novos sonhos!
Sabendo de antemão que aprender é a ordem da vida, as coisas novas que se avizinham são necessariamente boas e gratificantes.
Uma porta que se abre, um sorriso que se rasga.