domingo, 6 de janeiro de 2013

Só o tempo cura!



Existem determinadas atitudes, vindas de quem menos esperamos, que ferem de morte. Ontem levei com uma destas.
Nem se consegue explicar. Até a pele dói e os olhos cegam... A razão, essa, perde-se em pensamentos redondos tentando em vão arranjar respostas que na maioria das vezes não têm se quer cabimento lógico.
Nem tudo tem porquês, essa é que é essa e, quando eles não são do nosso conhecimento é como se não existissem. E se não existem então não temos forma de os resolver. E se não os conseguimos resolver só as horas que passam, a passo de caracol, nos conseguem sossegar a alma.
Há espera que passe...

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Gostei e pronto!


Hoje deu-me para vasculhar o meu próprio blog. É engraçado que lendo-me em algumas passagens, pergunto-me se fui eu mesmo que as escrevi. É que, de vez em quando, até gosto do que escrevo! Mas só consigo gostar, pelos vistos, muito tempo depois. Depois de me ter distanciado o suficiente, depois de não me lembrar mais do que senti e até, de me ter esquecido do que disse. Hoje, li um poema de Pablo Neruda que adoro, já não o via há muito tempo, e li um “post onde me pergunto, porque uso sempre as mesmas palavras e as associo sempre aos mesmos sentidos e aos meus mais intensos sentimentos.
As cores, os cheiros, a lua,  o sol, o mar. O quente, o frio, o vento, o sonho e mais meia dúzia delas são as eleitas. Vá lá eu perceber! É o que é e mais nada.
Bem que senti, ao fim destes anos todos, vontade de mudar de palavras, de sentimentos e de tudo. Bem que eu disse “Quero palavras novas”, bem que gostaria que o meu coração visse e tivesse novas formas de sentir... Mas não me parece que isso vá acontecer, pelo menos por enquanto. Até lá, tenho de me contentar, com as palavras que conheço e que me dizem alguma coisa, mesmo que seja sempre mais do mesmo. Sou eu, é a minha marca cá na terra, é assim que vou ser lembrada um dia. O que importa é que gostei de me ler. Há algum tempo atrás, se me dissessem que eu iria gostar de me ler, eu iria rir a gargalhada e pensar de mim para mim, NUNCA.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Antoine de Saint-Exupéry


E porque é Natal e porque acredito mesmo que é assim:

“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós.”
(Antoine de Saint-Exupéry)

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Saudades



Às vezes dá-me umas saudades loucas do ontem. Não têm tamanho. Vão daqui à Lua e voltam, dão voltas cá em baixo e tornam a subir. Não sei quando voltam de novo, andam-se a passear por lá na esperança de encontrar um bocadinho daquilo que um dia foi. Um dia... talvez encontrem... ou talvez não. Mas pode acontecer que com tanta volta, descubram algures um bocadinho de paz!

domingo, 28 de outubro de 2012

"Oito ou Oitenta"






Estou há séculos  para entrar num assunto que não é nada fácil de abordar e muito menos de descrever.

Nestas coisas do coração e da razão há sempre muito a dizer e nada de novo para contar.
Fala-se sempre em vazios, cantos escuros, expectativas destroçadas, desencontros, dor, ou então, em encontros, alegria, felicidade plena, luz, beleza ...

Só há o oito e o oitenta. Raramente os outros 78 são chamados para o caso. O que me remete para os extremos.
A intensidade sente-se nos extremos. Guerra e paz, paixão/ódio, o claro versus o escuro, o Sol e a Lua, nascer e morrer.

Em cada extremo metemos a nossa intensidade máxima e sentimos na pele a dor ou a alegria de viver.

O intermédio, o médio, tudo o que está no meio, é sempre qualquer coisa pouca, meio medíocre, ou pelo menos assim o consideramos, não é pleno, não é merecedor de conversa, de analise, não é sentido na verdadeira acessão da palavra, não tem interesse e por isso, geralmente fazemos questão de nos esquecer, passar por cima ou mesmo de fingir que não existiu. Isto faz com que a existência do comum dos mortais seja apagada e que o dia-a-dia se traduza em indiferença e rotina.

Uma vez chegado aqui, percebo que a minha vida está neste meio. Sem interessa de maior, apagada, reduzida à sua insignificância. Até metade dela acreditei que poderia ser alguém. Sonhei que poderia ser uma das melhores ginastas que o mundo já alguma vez viu, que eventualmente teria hipóteses de ser uma belíssima nadadora cheia de records mundiais, continuei a acreditar que um dia seria a melhor medica deste planeta e mais tarde limitei-me a querer ser a melhor mãe do mundo, mas rapidamente me apercebi que sem livro de instruções seria muito difícil... No fim de cada etapa, quando a esperança morria, olhava em redor com alguma pena de mim própria, até que um dia, percebi que sonhar faz-nos chegar longe, mas nunca tão longe quanto o próprio sonho, que o médio é o comum e que nem por isso é menos do que outro qualquer. Que a felicidade não depende do que se consegue fazer bem, mas sim do que conseguimos tirar em proveito próprio no nosso dia a dia . Percebi que temos de por intensidade em tudo o que fazemos e passei a acreditar que a felicidade é o que quisermos.

"Enquanto houver um louco, um poeta e um amante haverá sonho, amor e fantasia. E enquanto houver sonho, amor e fantasia, haverá esperança."
(William Shakespeare)

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Insatisfação





Odeio quando me sinto indecisa, cheia de ideias não definidas, todas embrulhadas e compactadas, sem o mínimo de ligação umas as outras.
Nestas alturas nem escrever me ajuda.
Encadeiam-se. Começa a sair uma ideia que rapidamente se transforma noutra e noutra e noutra e quando se dá por isso o texto está uma confusão de todo o tamanho e a minha cabeça continua em desordem. É aqui que me vejo rodeada de papéis todos enxovalhados, desesperada e de cabelos em pé de tanto lhes passar a mão.
E cá estou eu a misturar o que sinto, com o que vejo na minha imaginação!
Tudo estragado.
Lá se foi o fio condutor de qualquer coisa que estava por aqui a pairar.
Pois bem. À falta da ideia base, cheguei à  simples conclusão que, para mim, escrever é um jogo de tempo, paciência e construção, disciplina e muito trabalho. Qual sodoku!
Dá trabalho na organização de ideias e principalmente na construção de um texto que seja fiel ao quero transmitir. E o que quero eu transmitir?
Pois, o mal é esse mesmo. Muitas das vezes nem eu sei. É um misto de vivencias sentimentais, de ansiedades recalcadas, de medos inconscientes, que conscientemente não se aceitam como tal. Mil desculpas, mil  pretextos, mil justificações. Aceitar derrotas ou qualquer coisa que se tome por sentimento de perda... Nunca.
Logo, nada sai o que realmente é, o que implica não haver satisfação, nem conclusão, nem caminho de saída.
É estranho não se conseguir ser honesto para nós próprios.
Dá nisto!... Pura insatisfação sem saída.Três mil ideias embrulhadas, sem ligação entre si e sem sentido.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Inspirações...






Geralmente a inspiração do dia encontra-me, basta uma música, uma frase, uma imagem ou simplesmente um olhar, outras vezes sinto-me mais exigente, mais dura com a vida, e ela tem de ser procurada.
Hoje a inspiração não veio ter comigo por isso fui à procura. Procurei, procurei, mas não a encontrei.
Em dias exigentes como este, a procura tomava um rumo fora do habitual, diferente, muito especial, muito meu e no que me é querido. Mas hoje esse caminho desapareceu. Num impulso, indignada, dei dois passos atrás… Caí. Mas o certo é ter de me levantar e, mesmo que magoada, voltar a andar. O caminho do lado também é em frente… desconhecido… Mas tem com certeza os seus encantos.