quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Gostei e pronto!


Hoje deu-me para vasculhar o meu próprio blog. É engraçado que lendo-me em algumas passagens, pergunto-me se fui eu mesmo que as escrevi. É que, de vez em quando, até gosto do que escrevo! Mas só consigo gostar, pelos vistos, muito tempo depois. Depois de me ter distanciado o suficiente, depois de não me lembrar mais do que senti e até, de me ter esquecido do que disse. Hoje, li um poema de Pablo Neruda que adoro, já não o via há muito tempo, e li um “post onde me pergunto, porque uso sempre as mesmas palavras e as associo sempre aos mesmos sentidos e aos meus mais intensos sentimentos.
As cores, os cheiros, a lua,  o sol, o mar. O quente, o frio, o vento, o sonho e mais meia dúzia delas são as eleitas. Vá lá eu perceber! É o que é e mais nada.
Bem que senti, ao fim destes anos todos, vontade de mudar de palavras, de sentimentos e de tudo. Bem que eu disse “Quero palavras novas”, bem que gostaria que o meu coração visse e tivesse novas formas de sentir... Mas não me parece que isso vá acontecer, pelo menos por enquanto. Até lá, tenho de me contentar, com as palavras que conheço e que me dizem alguma coisa, mesmo que seja sempre mais do mesmo. Sou eu, é a minha marca cá na terra, é assim que vou ser lembrada um dia. O que importa é que gostei de me ler. Há algum tempo atrás, se me dissessem que eu iria gostar de me ler, eu iria rir a gargalhada e pensar de mim para mim, NUNCA.

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