Às vezes dá-me umas saudades loucas do ontem. Não têm
tamanho. Vão daqui à Lua e voltam, dão voltas cá em baixo e tornam a subir. Não
sei quando voltam de novo, andam-se a passear por lá na esperança de encontrar
um bocadinho daquilo que um dia foi. Um dia... talvez encontrem... ou talvez não.
Mas pode acontecer que com tanta volta, descubram algures um bocadinho de paz!
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
domingo, 28 de outubro de 2012
"Oito ou Oitenta"
Estou há séculos para
entrar num assunto que não é nada fácil de abordar e muito menos de descrever.
Nestas coisas do coração e da razão há sempre muito a dizer
e nada de novo para contar.
Fala-se sempre em vazios, cantos escuros, expectativas
destroçadas, desencontros, dor, ou então, em encontros, alegria, felicidade
plena, luz, beleza ...
Só há o oito e o oitenta. Raramente os outros 78 são
chamados para o caso. O que me remete para os extremos.
A intensidade sente-se nos extremos. Guerra e paz,
paixão/ódio, o claro versus o escuro, o Sol e a Lua, nascer e morrer.
Em cada extremo metemos a nossa intensidade máxima e
sentimos na pele a dor ou a alegria de viver.
O intermédio, o médio, tudo o que está no meio, é sempre
qualquer coisa pouca, meio medíocre, ou pelo menos assim o consideramos, não é
pleno, não é merecedor de conversa, de analise, não é sentido na verdadeira
acessão da palavra, não tem interesse e por isso, geralmente fazemos questão de
nos esquecer, passar por cima ou mesmo de fingir que não existiu. Isto faz com
que a existência do comum dos mortais seja apagada e que o dia-a-dia se traduza
em indiferença e rotina.
Uma vez chegado aqui, percebo que a minha vida está neste
meio. Sem interessa de maior, apagada, reduzida à sua insignificância. Até
metade dela acreditei que poderia ser alguém. Sonhei que poderia ser uma das
melhores ginastas que o mundo já alguma vez viu, que eventualmente teria
hipóteses de ser uma belíssima nadadora cheia de records mundiais, continuei a
acreditar que um dia seria a melhor medica deste planeta e mais tarde
limitei-me a querer ser a melhor mãe do mundo, mas rapidamente me apercebi que
sem livro de instruções seria muito difícil... No fim de cada etapa, quando a
esperança morria, olhava em redor com alguma pena de mim própria, até que um
dia, percebi que sonhar faz-nos chegar longe, mas nunca tão longe quanto o
próprio sonho, que o médio é o comum e que nem por isso é menos do que outro
qualquer. Que a felicidade não depende do que se consegue fazer bem, mas sim do
que conseguimos tirar em proveito próprio no nosso dia a dia . Percebi que temos
de por intensidade em tudo o que fazemos e passei a acreditar que a felicidade
é o que quisermos.
"Enquanto
houver um louco, um poeta e um amante haverá sonho, amor e fantasia. E enquanto
houver sonho, amor e fantasia, haverá esperança."
(William Shakespeare)
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coisas da vida,
Felicidade,
Medíocre
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
Insatisfação
Odeio quando me sinto indecisa, cheia de ideias não
definidas, todas embrulhadas e compactadas, sem o mínimo de ligação umas as outras.
Nestas alturas nem escrever me ajuda.
Encadeiam-se. Começa a sair uma ideia que rapidamente se
transforma noutra e noutra e noutra e quando se dá por isso o texto está uma
confusão de todo o tamanho e a minha cabeça continua em desordem. É aqui que me
vejo rodeada de papéis todos enxovalhados, desesperada e de cabelos em pé de
tanto lhes passar a mão.
E cá estou eu a misturar o que sinto, com o que vejo na
minha imaginação!
Tudo estragado.
Lá se foi o fio condutor de qualquer coisa que estava por
aqui a pairar.
Pois bem. À falta da ideia base, cheguei à simples
conclusão que, para mim, escrever é um jogo de tempo, paciência e construção,
disciplina e muito trabalho. Qual sodoku!
Dá trabalho na organização de ideias e principalmente na
construção de um texto que seja fiel ao quero transmitir. E o que quero eu
transmitir?
Pois, o mal é esse mesmo. Muitas das vezes nem eu sei. É um
misto de vivencias sentimentais, de ansiedades recalcadas, de medos
inconscientes, que conscientemente não se aceitam como tal. Mil desculpas,
mil pretextos, mil justificações. Aceitar derrotas ou qualquer coisa que
se tome por sentimento de perda... Nunca.
Logo, nada sai o que realmente é, o que implica não haver
satisfação, nem conclusão, nem caminho de saída.
É estranho não se conseguir ser honesto para nós próprios.
Dá nisto!... Pura insatisfação sem saída.Três mil ideias embrulhadas, sem ligação entre si e sem sentido.
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coisas da vida,
Escrever,
Insatisfação
terça-feira, 16 de outubro de 2012
Inspirações...
Geralmente a inspiração do dia encontra-me, basta uma música,
uma frase, uma imagem ou simplesmente um olhar, outras vezes sinto-me mais
exigente, mais dura com a vida, e ela tem de ser procurada.
Hoje a inspiração não veio ter comigo por isso fui à
procura. Procurei, procurei, mas não a encontrei.
Em dias exigentes como este, a procura tomava um rumo fora
do habitual, diferente, muito especial, muito meu e no que me é querido. Mas
hoje esse caminho desapareceu. Num impulso, indignada, dei dois passos atrás… Caí.
Mas o certo é ter de me levantar e, mesmo que magoada, voltar a andar. O caminho
do lado também é em frente… desconhecido… Mas tem com certeza os seus encantos.
domingo, 30 de setembro de 2012
Sempre a Aprender
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Já não é a primeira vez, nem
segunda que me acontece, mas é de facto impressionante quando acontece.
Hoje fui à entrega de diplomas da escola de fotografia onde
vou começar o meu primeiro curso mais à seria.
Fui inundada por uma onda de vontade.
Ainda nem comecei o curso e já aprendi um mundo.
Aprendi que fotografia não é só a fotografia, nem só o
registo de momentos. É essencialmente um projeto pessoal, algo em que se
acredita e se faz valer, ver e crer através de imagens.
É claro que já tinha estado em contacto com esta realidade.
É claro que já vi vários projetos, é claro que sabia. Mas houve aqui uma grande
mudança. Hoje senti. Quando se sente, cai um manto, que por muito fininho que
seja faz a diferença.
E foi com este sentido novo na minha vida, que sai de lá cheia
de vontade de começar. Cheia de vontade de voar e crescer até onde o sonho me permitir ir.
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
Certezas
![]() | |
Sonhar |
Saí de casa com tantas certezas hoje que, inevitavelmente, dei
com os burros na água.
Tenho algumas reações que me fazem lembrar os meninos
pequeninos quando apanham um ralhete injusto. Entrego-me aos meus sonhos sem
pensar e só dou por isso quando rebento de desilusão.
Quase
pareço a minha filha quando vem ter comigo, aos saltinhos de alegria, cheia de projectos
loucos e leva uma rabecada no momento a seguir, porque estou com a minha
atenção virada para outra coisa qualquer. Nem
sempre estamos todos virados para o mesmo lado, no mesmo espaço de tempo.
Quem me manda a mim sonhar sem limites e ser tão impulsiva?
domingo, 2 de setembro de 2012
Novos Ventos
Todos os anos esta mesma sensação de ano novo vida nova.
Por um lado é bom, porque nos damos hipótese de recomeçar e
por em pratica um monte de planos e sonhos acumulados ao longo da vida. Por
outro lado é aquela sensação de pressa de viver que nos deixa atordoadas e
meias zonzas sem saber para que lado nos devemos voltar e por onde começar.
Os pensamentos baralham-se com o amontoado de ideias Por
mais anos que se viva não se terá tempo para começar e concluir a carrada de
projectos que se tem em carteira, até porque eles correm uns atrás dos outros, com
a concretização de uns vêm logo outros tantos atrás. É difícil escolher e ter
forças para muitas e grandes coisas. A tendência, geralmente, é para recorrer
ao possível e ao mais fácil, esperando muito que os impossíveis nos caiam nas
mãos, por obra e graça de Deus.
Esta é a minha deixa. Convém dizer, que o mais impossível e
ambicioso projecto que já tive, veio ter comigo há dois anos e desde então tem
sido um poço de coisas boas e novas. Aos poucos e do nada vou descobrindo as
pequenas mudanças e gozando cada uma delas até ao limite.
Percebi que o impossível pode ser possível. Com esta
descoberta veio outra: é preciso não desistir dos nossos planos, mesmo que eles
nos pareçam impossíveis e para isso é só preciso tê-los.
Assim este ano, para além de um muito ambicioso e
praticamente impossível (o outro), estão delineados outros mais pequenos mas
que não deixam de ser belos desafios.
Volto a um outro assunto que já aqui falei: Ousadia
“Ousa
alguma coisa, se queres ser alguma coisa.”
Muito trabalho, muita luta, em frente, aí vou Eu!
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