segunda-feira, 23 de junho de 2014

Simples no que sinto, complicada no que faço.


De tanto querer passar a simplicidade do que sinto, complico a minha existência.

As vezes embrenho pelos ouvidos. 

Dizem vezes sem conta, as vozes da sabedoria,  que devemos dizer e fazer e pôr e tirar e isto e aquilo, frito e cozido... Ahh e tal, deves fazer hoje o que não sabes se consegues fazer amanha, tens de arranjar forma de fazer ver às pessoas de quem gostas o quanto gostas delas, e precisas delas, fala e impõe-te enquanto podes e consegues, enquanto o tempo te permite, devemos fazê-las felizes por serem quem são, e sentirem-se amadas e queridas... 
Não esquecendo, naturalmente, que este tipo de comportamento também me faz sentir bem e feliz, afinal de contas é bom poder dizer  e fazer o que nos vai na alma.

E claro está, sendo quem sou quero ouvir tudo e todos e chegar a todo o lado (sou um bocado loira, é verdade) e faço das tripas coração, para chegar onde sei que consigo e posso,  tenho dito o que quero por quem passa por mim,  também porque sempre acreditei e tenho o  grande lema de que: “Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós.” (Antoine de Saint-Exupéry).

O problema é que o ser humano não está formatado para este tipo de existência e comportamento, muito mais nos nossos dias e, por isso, tenho a maior dificuldade em me fazer entender e fazer as pessoas acreditarem nas minhas verdadeiras intenções. Vai que, acreditar nas minhas missivas ainda fica mais difícil.  

Às vezes dá-me para rir  com a reacção, outras vezes fico sem saber o que fazer ou dizer, mas o pior mesmo é quando fico com a sensação de que não devia ter feito ou dito. Sinto que compliquei a minha existência.

O meu jeito para explicações sempre foi nulo, a argumentação é do piorzinho que anda por ai, por isso em caso de “guerra” fecho a boca e o assunto vai morrendo, com tudo o que isto possa implicar .

Já pensei também se tudo isto não passa de, afinal não ser assim “tão simples” e que no fundo quero dar, para ir a tempo de receber... 

Bem... Na volta!...

Todo o comportamento espera outro. O tempo ditará a sua justiça.

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