O tempo passa rápido e deixa um rasto de recordações e emoções
em forma de músicas, imagens, cheiros, cores, gestos, gargalhadas, palavras, paisagens
e outros estímulos que neste momento não me vêm a cabeça, mas que quando são
accionados libertam uma quantidade de sensações e sentimentos que arrepiam.
Às vezes deixo-me ir atrás desse rasto, ando para trás tanto
quanto posso e devo e, percebo a importância que cada pessoa ou coisa tem na minha
vida.
A intensidade das recordações é medida pela intensidade das emoções
sentidas.
A balança entra em campo. Às vezes tenho de me forçar a
abandonar o forward. A dor da felicidade vivida é grande demais e a saudade
rebenta como fogo de artifício. Não sabemos se havemos de rir ou chorar, as
emoções baralham-se na beleza brutal de cada momento revivido. Outras vezes dá
prazer continuar e sentir o alívio de já não sentir dor nenhuma e encontrar na
saudade o melhor dos sorrisos.
Assim quero lembrar, relembrar e “trilembrar”. Faz-me sorrir, chorar,
sentir viva, faz-me ter vontade de continuar a angariar momentos que me façam
vibrar. Percebo mesmo que cada sorriso dado angaria outros dois.
Hoje, em forma de música, surgiu um ano de desordens e reencontros.
E atrás da música veio o mar, o sol, a areia, as conchas, a brisa de uma
manha de verão à beira do mar, o vento de fim de tarde a bater na pele queimada do sol,
o corpo leve sem roupa, a sombra de uma árvore, o cheiro do mar, das flores,
figos acabadinhos de colher da árvore e tantas outras coisas… Tantas coisas
boas! O sorriso, esse foi inevitável!
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