sexta-feira, 30 de março de 2012
Só quero paz!
De repente, quebrei.
Estou cansada de querer ser, de me impor, de me insinuar, de dizer estou aqui, de pedir que me levem, que olhem para mim. A sensação é que se não o fizer morro para o mundo mesmo estando viva. Lá entra a Lei a que chamo "a minha Lei da relatividade" - Tu só existes se existires para alguém.
É uma sensação esquisita. Parece que tenho de fazer força para existir e, nem se quer quero ser nada de especial. Quero só, ser eu!
Estou cansada! Cansada de me sentir a remar contra a maré. Eu exponho-me, o mundo esconde-me.
São tantos os mares que tenho de percorrer e tantas as marés contrárias que estou a ficar sem forças.
Estou com vontade de me deixar ir.
Pergunto-me, haverá algum dia, alguma maré de feição que me leve a bom porto sem eu ter de remar?
Só quero paz!
quarta-feira, 28 de março de 2012
Tentações
Ainda a digerir!
É engraçado perceber que ha certas coisas que lemos e que sabemos que só passam a fazer sentido num determinado contexto e fase da nossa vida bem como ha outros que só a partir de uma certa altura.
Aprendi que na vida, tal como em tudo, há um caminho,há um perceito, há uma logica, que só começamos a ver ha medida que o tempo vai passando e que os acontecimentos se desenrolam. Como dizem os Alentejanos: "Tudo tem um perceito..."
"Cada impulso que tentamos estrangular germina no cérebro e envenena-nos. O corpo peca uma vez, e acaba com o pecado, porque a acção é um modo de expurgação. Nada mais permanece do que a lembrança de um prazer, ou o luxo de um remorso. A única maneira de nos livrarmos de uma tentação é cedermos-lhe. Se lhe resistirmos, a nossa alma adoece com o anseio das coisas que se proibiu, com o desejo daquilo que as suas monstruosas leis tornaram monstruoso e ilegal. Já se disse que os grandes acontecimentos do mundo ocorrem no cérebro. É também no cérebro, e apenas neste, que ocorrem os grandes pecados do mundo. "
Oscar Wilde, in 'O Retrato de Dorian Gray'
quarta-feira, 21 de março de 2012
Brincar!
Hoje dei por mim a brincar.
A brincar com o cão, a brincar
com as crianças, a brincar com as palavras e inclusivamente a brincar com os
meus amigos. Brinquei quando fui às compras, meti-me com os velhinhos na rua,
desafiei-me a mim mesma e ri-me dos meus disparates.
Deve ser da Primavera.
Senti uma necessidade enorme de brincar e permiti-me. O dia ajudou. Esteve um
dia bonito, apetecível, cheio de sol.
Hoje, talvez por ter acordado a sentir-me bem comigo, aguentei o peso de não querer saber se sou bem vista ou mal vista, se sou bem ou mal interpretada, se estou ou não a fazer de burra palhaça, se parecemos ou deixamos de parecer o que quer que seja.
Hoje, talvez por ter acordado a sentir-me bem comigo, aguentei o peso de não querer saber se sou bem vista ou mal vista, se sou bem ou mal interpretada, se estou ou não a fazer de burra palhaça, se parecemos ou deixamos de parecer o que quer que seja.
Hoje apeteceu-me brincar e brinquei.
É bom brincar. É um habito que se perde ao longo da vida e
que tanta falta nos faz. Não nos permitimos a isso no dia-a-dia, o que diga-se,
é uma pena muito grande.
Faz falta soltar a criança que há em nós. Eu sei que
esta é uma frase um bocado feita, daquelas que chegam a ser possidónias, mas o
facto é que o nosso corpo envelhece mas na nossa cabeça nós continuamos a ser
quem sempre fomos. Eu gostava de ter sido sempre criança, de não ter de pensar
muito sobre as coisas e avançar sem consequências, não sendo possível eu gostava
de crescer levando sempre um bocado de mim atrás, hoje e sempre, até à minha
morte. O meu lado criança.
segunda-feira, 19 de março de 2012
Vida
Apetece-te
vai
queres
parte
não
perguntes
não
hesites
segue
a tua alma
segue
os teus pensamentos
deixa-te
levar
sexta-feira, 16 de março de 2012
Valores
No outro dia aprendi várias
coisas:
1ª Aprendi que cada
um de nós tem por objectivo ser feliz e que isto não é vergonha, nem pecado.
2º Aprendi que para
se ser feliz temos de viver segundo as nossas premissas de vida: os nossos
valores.
3º Aprendi que os
valores mudam de pessoa para pessoa e mudam ao longo da nossa vida.
4º Aprendi que os
nossos valores são o contrario daquilo que odiaríamos que nos fizessem.
5º Aprendi que o
meu valor base, nesta fase da minha vida é o “respeito” e confiança.
6º Aprendi que quero ser respeitada como sou e quero respeitar quem está na minha frente.
7º Aprendi que
respeitar é muito mais do que calar e consentir, é essencialmente aceitar.
8º Aprendi que não tenho de ouvir tudo, posso escolher.
8º Aprendi que não tenho de ouvir tudo, posso escolher.
E por ai fora.
São coisas simples
que todos nós, por intuição, sabemos mas que muitas vezes não conseguimos
racionalizar e expressar. É bom quando tudo isto fica claro na nossa cabeça.
Simplifica a nossa vida porque condiciona de forma saudável as nossas acções e reacções.
Para que tudo isto
aconteça é preciso que se interiorize, que seja tão perceptível como ir buscar
um copo de água quando se tem sede. Para se interiorizar é preciso pensar,
sentir, sermos nós, tornar a pensar, tornar a sentir e tornar a ser, é fazer
disto uma rotina. Uma rotina diária de preferência, porque se formos nós e
felizes de certeza que os que nos rodeiam serão muito mais felizes também.
Estarei a ser muito
Naif?
“Hoje em dia conhecemos o preço de tudo e o valor de nada.”
(Oscar Wilde)
terça-feira, 6 de março de 2012
Coisas da Vida
E assim vou ficar!
Esperei
anos da minha vida e mais anos posso esperar. Esperarei todos os que nela
existirem se assim for preciso. Se já passaram mais de metade a outra metade
nada vai custar. Mas nunca serei só mais uma por aqui. Esperar é uma
aprendizagem. É assim que tem de ser é assim que é e vai ser. Decidir que é
assim é só mais um passo. Medo de quê! Medo para quê? A minha vida não foi em vão, não foi vazia,
nada se perdeu só se ganhou. Não houve passo falhado nem que não tivesse sido
dado, não há arrependimento nem arrebatamento. Há tão só um espaço reservado que
poderia ter sido e pode ser ocupado. Se for é, se não for assim ficará, mas não deixará nunca de ser bonita como ela foi e é.
domingo, 4 de março de 2012
Uma Dança sem Fim
O papel e a caneta
obrigam-me a arrumar os pensamentos mesmo que não escreva
sobre o que me incomoda. Sim, porque nem sempre sei o que me inquieta. Geralmente
desato a rabiscar tudo o que me vem a cabeça. Saem cascatas de palavras
sem nexo e frases sem qualquer fio condutor até que toco no ponto e sei-o no
minuto em que ele de repente saiu. Nesse segundo, os sentimentos saltam e
espalham-se na minha frente como a água do mar a comer a terra depois da onda
rebentar. É certo que se não houver qualquer coisa que a retenha, antes de ela
recolher, metade de toda aquela água se mistura no mar outra vez. É aqui
que a caneta exerce o seu feitiço e que o papel é seu cúmplice. Ela apanha esse
momento e tenta eternizar o sentimento, o papel absorve a tinta e faz com que ela
tome forma, ajuda-a a deslizar sobre ele e os dois numa valsa sem fim rodopiam.
Hoje a dança foi grande.
quinta-feira, 1 de março de 2012
O que for, quando for, é que será o que é.
"O que for, quando for, é que será o que é" - Será que há palavras melhores para dizer que tudo tem uma hora, tudo tem um dia, tudo tem um perceito, o que for será e contra isso nada há a fazer e que, independentemente do que se passa conosco, o mundo continua a girar e o Sol continua a nascer todos os dias?
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.
Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma
Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.
Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é. "
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é. "
(Alberto Caeiro)
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