quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Mute




Agora sim, já percebi que uma coisa é pensar com a cabeça outra é pensar com o coração. Custou a chegar aqui.

O coração fechou temporariamente e a cabeça entrou em modo mute.

A razão é simples, pura defesa. Quando se sai de um quadro lindo mas sofrido, em que o coração manda na cabeça e não a deixa em paz com os seus “ses” e “mas”, quando se quer tudo menos entrar outra vez numa espiral sem retorno aparente, quando se está nos limites,  com um pé fora e outro dentro, quando finalmente o coração apesar de sofrer já consegue ter paz, aquela que não existia há muito... Então, a cabeça aproveita e aciona o tal modo mute.
 
Tudo quieto! Não vai lá atrás, não tenta ir lá a frente, não inventa, não faz filmes, não cria expectativas.

A intensidade de viver baixa drasticamente. A beleza da vida diminui, mas o coração para de sofrer, tem o descanso merecido.

Se é bom? Pois não sei, é no mínimo descansativo! Se é mau? Pois que também não sei, não se sente a vida, ela passa-nos por cima.

Sabemos que ela anda  algures por aí, que tem um montão de coisas fantásticas para nos dar, mas o medo de sofrer é maior. Muito maior.
 
Depois de tudo bem percebido e encaixado, o que se tem a fazer é deixar as coisas correrem.

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