segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Construção e desconstrução


Desconstrução é o processo contrário à construção.

Se todos os dias destruirmos um bocadinho daquilo que construímos antes, então estamos a desconstruir.

Para alguns este processo é valioso e aplicado quase diariamente, afinal o que ontem se quis não é a vontade de hoje e, importante mesmo é a nossa felicidade momentânea. Para mim, esta realidade, não faz sentido. A que propósito eu iria destruir intencionalmente aquilo que eu construi?
Já bem basta o que fazemos sem querer.

A felicidade cimentada ou o conceito que tenho dela é de qualquer coisa que não só nos faz rir como nos faz sentir bem, feliz, realizada, respeitada, querida. Não é todos os dias que estes sentimentos nos assaltam, temos de os construir. Pede muita paciência, condescendência, respeito, partilha, insistência, segurança. Pede amor, carinho, tolerância, resignação, atenção, renúncia e convicção. Pede o que chamo de construção, tijolo a tijolo e muito cimento cola. Pede ainda uma coisa um bocadinho mais difícil e que depende de cada tijolo, consistência, solidez, firmeza, .

As coisas boas vão aparecendo, uma após outra como cogumelos. Hoje uma coisa boa, amanha outra, hoje aqui, amanha ali. E assim se vai compondo uma felicidade construída, cimentada.

Tudo para dizer que acredito na construção. Na construção de amizades, na construção de felicidades, na construção em si e por si. Sei também que uma construção de qualidade precisa de matérias-primas de qualidade. É difícil juntar as peças todas com a qualidade máxima. 

Às vezes quando já temos um arranha-céus ele cai por aí abaixo, provocando estragos imensos mas se a construção tiver sido cuidada, sobram as fundações. Sobre elas podemos fazer novas construções.

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