domingo, 23 de agosto de 2009

Laços de Confiança


O meu pensamento é meu e só meu.

Só eu sei o que lá anda e só eu sei o que por lá passa.
Só eu sei o que faço para que conheçam ou desconheçam o que trago nele.
Só eu sei o que transmito e porque omito.
Só eu sei toda a sua verdade.
Só eu sei como quero usar este poder, que no meu entender é a base de qualquer relação.

Nunca tive esta consciência. Pelo menos, não desta forma.

São pensamentos estúpidos (ou não) que nos passam pela cabeça, quando estamos mais desocupados.

Assim, hoje pensei que os pensamentos dos outros, tais como os meus, são deles e só deles e só eles é que sabem o que por lá se passa. São incógnitas com que temos de viver e conviver.

Somos obrigados a acreditar nas suas palavras, somos surpreendidos pelos seus gestos. Somos apanhados nas suas atitudes, caímos nas suas teias. Deixamo-nos levar pela surpresa das suas vozes ou pela paz dos seus movimentos mas nada, mesmo nada nos garante, que seja essa a realidade dos seus pensamentos. Estes vão sendo consolidados no tempo, com vontade e na consistência de todos os actos, palavras e gestos.

Só que por vezes, a vontade trai os pensamentos, os gestos escapam e surgem na simplicidade do seu entendimento e aí perde-se de imediato toda a força do acreditar, tornando impossível a retoma do momento.

Os laços de confiança são, sem dúvida, a base de qualquer relação.

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