segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Lágrimas da Volta


Há males (ou bens) de que padecemos que nunca damos por eles se não quando os ouvimos por palavras de outros.

Ainda não há muito tempo, falei porque sim, das minhas “lágrimas da volta”. São lágrimas e sentimentos que fazem parte de mim.

Nunca me tinha debruçado muito sobre este assunto. Já é condição assente. Na volta temos o silêncio e as “lágrimas da volta”, como sempre lhes chamei.

Não gosto da volta, não gosto de deixar nada … O ir implica voltar, mas o voltar nem sempre implica ir novamente. E por isso eu achava que era mais uma daquelas minhas birras de menina mimada, de menina que não gosta de perder, de quem deixa muita coisa por viver, de quem tem muita saudade.

Pois nem de propósito. Uns dias depois, quem me ouviu falar fez-me chegar às mãos um artigo da Laurinda Alves, que tem tudo a ver com todo este meu sentimento.

Achei graça, porque descreve o que me vai na alma de cada vez que volto de algum sitio. Nunca, mas nunca mesmo, o faria melhor.

Simplesmente é isto.

"E é neste silêncio que ressoam as palavras e os gestos dos que nos são queridos e cabem todos os instantes bem vividos."

(Laurinda Alves)

sábado, 29 de agosto de 2009

Ausência


"Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim."

(Carls Drummond de Andrade)

Um Olhar Parado











sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Um Motivo


Um dia comecei a ler um bolg e depois outro e depois outro, até bater num blog que, não sei porquê, me deu vontade de também eu ter o meu blog.

Foi uma vontade, tão vontade que me pus ao trabalho de imediato.

Mas no meio disto tudo, não é na formação do meu blog que me quero centrar, é na formação de outros blogs, que eventualmente o meu deu ou pode vir a dar origem.

Pode ter dado sim ou melhor gostaria de acreditar que sim, ou poderá vir a dar. Não pela beleza, não pela escrita, não pelo que é, mas sim pelo que não é.

Todos nós temos aquele pensamento, “…se fosse meu seria assim… eu faria aquilo, escrevia blá blá blá…“. E a partir daqui começa a entrar o bichinho, que vai roendo. Depois temos ou não a coragem de tentar fazê-lo, temos ou não paciência de continuar, temos ou não persistência para o manter.

Por isto ou por aquilo, é sempre engraçado perceber que como me aconteceu a mim, pode sempre acontecer aos outros.

Afinal, afinal só não acontece aos que cá não andam.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

O Brilho da Vida


Já deu para perceber e vê-se pelas minhas fotografias, pelas minhas palavras, pelos meus gestos, que eu só gosto do que brilha.

O Sol, a Lua, o mar, o luar, as estrelas, o sorriso, os olhos, o branco, a luz, a simplicidade, a inteligência, o cristal, a transparência, a limpeza, a manha, o orvalho, a lágrima. . .

"Os ombros suportam o mundo
Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.

Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.

Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação."

(Carlos Drummond de Andrade)

O Brilho da Manha






quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Dois Anos


Ora pois…

Já cá canta mais um.

Assim, em dia de aniversário do meu blog, venho renovar as suas/minhas intenções.

“O objectivo deste blog é o de partilhar um pouco da minha existência e o meu estado de alma, através das COISAS que me fizeram e fazem ser o que sou hoje. COISAS como pensamentos, reflexões, percepções, sentimentos, utopias, fantasias, sonhos... COISAS bonitas, feias, boas, más, filosóficas ou sem ser, parvas, inteligentes... COISAS como filmes, excertos de livros, dizeres, máximas, musicas, letras de músicas...
Enfim COISAS .”

E se, tal como no ano passado, eu tive o orgulho da vida em ter conseguido manter este blog bem vivinho durante um ano, então agora preciso de um babete bem grande, ou será de um alguidar?
Pois não sei, de qualquer coisa sei que preciso!

Definitivamente não é pela forma como escrevo, nem pelo que escrevo mas sim por conseguir, enfrentar esta minha grande dificuldade que é escrever, sentir e ser. Mostrando-me que dificuldade não é incapacidade nem impedimento para se conseguir fazer determinadas coisas.
Passo a passo, bem devagarinho vou tendo consciência de que vou conseguindo e dia-a-dia cai mais uma ficha a meu favor.

Hoje, olhando para trás, estou duplamente surpreendida com tanta coisa.

"...Por isso fiquei hoje deveras surpreendida. Um Ano!Sinto cá dentro um orgulho enorme. Não pelas coisas que escrevi, mas porque escrevi, não pelas ideias que tive, mas pelos motivos. Encontrar-me foi um objectivo de quase todos os dias. E escrever, foi um desafio imenso, enorme, gigantesco!!!!!!!!!. ..."

Outro Olhar


A minha lente nova











terça-feira, 25 de agosto de 2009

Please Forgive Me





Please Forgive Me – Bryan Adams Music Code
Please Forgive Me

"... I only wanna make it good
So if I love ya a little more than I should

Please forgive me I know not what I do
Please forgive me I can’t stop lovin’ you
Don’t deny me

This pain I’m going through
Please forgive me
If I need ya like I do
Please believe me
Every word I say is true
Please forgive me I can’t stop loving you
Still feels like our best times are together
Feels like the first touch..."

(Bryan Adams)

Um Olhar


A Minha Lente Nova




segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Sem Querer



Sem querer percebi, que não quero agonizar na espera, que não quero sentir a tristeza de não ser ninguém para ninguém, que não quero ser o vazio da sombra, que não quero sentir o cheiro da solidão.


Sem querer percebi, que não quero ser hoje para deixar de o ser amanha.

Sem querer percebi que tudo isto me faz perder na minha tristeza, no meu ser, no meu eu.

Sem querer percebi que quero e preciso de ser alguém.

Sem querer percebi que para isso, eu preciso de ser eu e para ser eu só preciso de mim.

domingo, 23 de agosto de 2009

Laços de Confiança


O meu pensamento é meu e só meu.

Só eu sei o que lá anda e só eu sei o que por lá passa.
Só eu sei o que faço para que conheçam ou desconheçam o que trago nele.
Só eu sei o que transmito e porque omito.
Só eu sei toda a sua verdade.
Só eu sei como quero usar este poder, que no meu entender é a base de qualquer relação.

Nunca tive esta consciência. Pelo menos, não desta forma.

São pensamentos estúpidos (ou não) que nos passam pela cabeça, quando estamos mais desocupados.

Assim, hoje pensei que os pensamentos dos outros, tais como os meus, são deles e só deles e só eles é que sabem o que por lá se passa. São incógnitas com que temos de viver e conviver.

Somos obrigados a acreditar nas suas palavras, somos surpreendidos pelos seus gestos. Somos apanhados nas suas atitudes, caímos nas suas teias. Deixamo-nos levar pela surpresa das suas vozes ou pela paz dos seus movimentos mas nada, mesmo nada nos garante, que seja essa a realidade dos seus pensamentos. Estes vão sendo consolidados no tempo, com vontade e na consistência de todos os actos, palavras e gestos.

Só que por vezes, a vontade trai os pensamentos, os gestos escapam e surgem na simplicidade do seu entendimento e aí perde-se de imediato toda a força do acreditar, tornando impossível a retoma do momento.

Os laços de confiança são, sem dúvida, a base de qualquer relação.

sábado, 22 de agosto de 2009

Um Sonho


“ O amor é um mistério sem fim, já que não há nada que o explique. “

(Rabindranath Tagore)

Um dia com tanto amor,
construi um sonho.
Um sonho que ficou
difícil de só ser sonhado.
Um sonho que quis viver.
Um sonho que
ao tentar passar
para o lado da realidade
morreu.

Um sonho é um sonho. Um sonho é um conjunto de momentos imaginados, para lá de qualquer realidade, que se encaixam uns nos outros, como que por magia e correm coordenados sem obstáculos, tal e qual a agua corre no leito de um rio. Tudo é bonito, tudo é dourado, como a luz do pôr-do-sol a bater no branco de uma casa alentejana.

Mas um dia, de tanto sonhado, e de tão perfeito que é, o sonho sonha que não tem como correr mal e tenta saltar para o mundo do real. E tal e qual um fruto que cai da arvore, morre.

Morre de morte natural.

Nessa altura nasce um vazio grande, que so pode ser preenchido apanhando e construindo outro sonho com muito amor.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Fim de Férias de Verão




Não, não me esqueci de viver. Estive mesmo muito ocupada com essa coisa.

VIVER…

Quebrar rotinas, criar novos ritmos…

Tenho estado muito caladinha, sim é verdade. Ás vezes é assim que sinto a vida a passar.

As Ferias, são sempre períodos de grande reflexão, de grandes contrastes de sentimentos. Tudo nos passa pela cabeça, tudo é posto em causa. Tudo é vivido noutra dimensão, tudo é assimilado de outra forma que não aquela que se nos apresenta em altura de não férias.
Acontecem tantas coisas num só dia férias, que fica difícil digerir.

É a altura mais desejada do ano, nela pomos todas as nossas energias e expectativas.

É a altura, por excelência, da definição de objectivos para o “novo ano” que nos aguarda.