sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Serenidade



Hoje, serena! Está bem, um pingo de nostalgia, mas muito serena.

Ver o caminho a percorrer no distanciamento dos sentimentos é outra loiça.

Nada me diz que o desassossego não volte e que esta tranquilidade não passe do olho do furacão. Mas enquanto foi e não voltou consigo desfrutar da calmia dos meus passos.

É bom apreciar a bonança, claro que sim, no entanto o que nos faz sentir vivos é todo este constante movimento à nossa volta. As abanadelas dos ventos e as ansiedades das tempestades são os contrapontos, só existindo isto conseguimos dar o devido valor á suavidade dos dias bons e calmos.

Há quem afirme que os momentos bons não se sentem, vivem-se e que os momentos maus doem na pele. Por isso os maus esquecem-se depressa e os bons deixam saudades.

Ai que saudades.......


terça-feira, 21 de julho de 2015

Triste, Só e Ambandonado

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Há dias em que  me apetece romper com tudo e com todos.

Rasgar, gritar, quebrar, partir, bater com portas, fechar janelas e ao mesmo tempo esperar, bem lá no fundo que alguém nos venha resgatar.

Nestes dias põe-se a vida inteira em causa e questiona-se tudo.

As ligações com o mundo exterior parecem-nos falsas e  ficamos com a sensação que tudo falha nos momentos menos próprios.

Aquela famosa frase “apetece-me largar tudo e ir para a China” faz todo o sentido.

Mas também faz todo o sentido que haja quem nos prenda e nos diga que fazemos tanta falta como a falta que estamos a sentir.

Utopias!

É frustrante quando nos damos conta que não fazemos falta a ninguém e que a vida continua independentemente da nossa existência ou da nossa presença. 

E com esta, ficamos a ranger os dentes... e a congeminar no que podemos fazer para chamar a atenção.

Pois é, o tempo passa e temos cada vez menos atenção com o sentimento que merecemos e precisamos cada vez mais.  Entramos em deficit.

Que nostalgia dos dias em  que fazíamos uma birra e  no mesmo instante aparecia um ente querido, para nos dar mimos e dizer aquelas palavras que tantos nos faz bem ouvir.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

O que um não quer, dois não conseguem.



E o certo é que, o que um não quer, dois não conseguem.
É tão óbvio que até mete nojo. 

Não querer ver, consegue ser pior do que ser-se cego.
Mas, infelizmente, acontece a todos.
Insiste-se, insiste-se mas sem resultados. Até que um dia a resposta sai clara que nem água. Há um que não quer.
Feita a descoberta, não se pode voltar atrás. Está visto, está visto.

E agora?
Agora... É andar para a frente e fazer o que deve ser feito.
Não deve ser muito difícil.
Pode-se começar por traçar objectivos e fazê-los cumprir a risca. Com o menor desvio possível. Para que os resultados surjam bem depressa com saldos positivos.

Há ainda, aquelas ajudas de sempre, que não nos deixam, de forma alguma, descalça. As listas e os diários.
Sim os diários. Sim as listas. Extraordinárias ferramentas para quem está temporariamente desmemorizado e desconcentrado. É que nestas alturas a pena de nós próprios não nos dá espaço, nem tempo para pensarmos em coisas razoáveis e lógicas. A concentração parece que foi de férias e o tico e teco desta vida, são como os amigos, que achamos verdadeiros, Desaparecem.
Se tivermos as listas sempre ao lado, não há problema. As coisas surgem feitas sem que se dê por isso. Uma verdadeira maravilha. já os queridos diários servem sempre para registo. Fica registado toda a nossa estupidez, para que de uma próxima vez, não aconteça o que nunca deveria ter acontecido.

É tempo de recomeçar a escrever, é tempo de começar a encaixar e perceber os danos e a aprendizagem decorrentes desta aventura.


Saudade




"Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida."

Clarice Lispector


sexta-feira, 26 de junho de 2015

Uma porta que se abre


E quando os factos se nos apresentam, tal e qual como são, não há volta a dar. É aceitar e andar para a frente.
O que veio, já ninguém nos tira. Morre connosco.
A vida é feita do que vem e do que vai.
Interessa manter a serenidade e a felicidade e seguir, porque é certo que quando acaba uma coisa outra surge e como tal logo logo começa a  expectativa do que vem a seguir. Desenham-se caminhos, trilham-se as margens, formam-se novos sonhos!
Sabendo de antemão que aprender é a ordem da vida, as coisas novas que se avizinham são necessariamente boas e gratificantes.
Uma porta que se abre, um sorriso que se rasga.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

A Gazela e o Leão


Eu sei que sou uma pessoa intensa.
Tudo é enorme, cheio, lindo ou pequeno e muito feio.
Eu sei! Sufoco de tanto gostar e sufoco quem tanto gosto.
Corro. Tenho pressa de dar e tenho pressa de chegar e,
Também corro porque tenho pressa de ter e tenho pressa de ser,
Mas corro, essencialmente porque tenho pressa de amar e ser amada.
Dou o que nunca deveria dar e exijo o não exigível
Mas é o que me faz sentido.
Entrega, é entrega total. É um tudo ou nada!
Saudável? Percebo que não!

Quem dá envolve-se, cuida, protege, baixa a cabeça, cede, fica pequeno e frágil, submete-se.
Por isso quem dá espera, quem dá exige e, muitas vezes em silêncio. Quem recebe raramente devolve. Quem recebe, incha, acha-se grande, superior.
Assim, e como qualquer outro animal, quem é pequeno e frágil, é vulnerável e passível de ser atacado, quem é forte e grande, por principio, ataca.
Não são precisas grandes armas, as palavras  ou a falta delas são, por vezes, as mais incisivas, agressivas e poderosas. Mas quantas vezes não são posicionamentos, olhares, meras marcações de espaço ou o tão famoso à vontadinha. Existe também o desprezo, a indiferença... coisas que não são coisa nenhuma mas que ferem de morte.
É só no momento do ataque que se toma consciência que convém levantar alguns escudos e... lá se vai a espontaneidade, a naturalidade o saudável, o bom, o bonito, o melhor, aquela cena do “quem gosta dá”.
Começa lentamente o esforço de levar às costas o outro lado do que que se deu. O que era ar vira aos poucos chumbo.

Curto e grosso e sem qualquer emotividade à mistura, falamos de dominância. Dominância faz parte da condição animal.
Quem domina, sobrevive.
São instintos básicos de sobrevivência, acordar, correr, atacar e defender.
Os instintos de sobrevivência são sempre muito mais fortes que a razão nos animais, que se dizem irracionais. Eles precisam sobreviver.
Os animais racionais...

Provérbio Africano
“Toda manhã em África, a gazela acorda. Ela sabe que precisa correr mais rápido que o mais rápido dos leões para sobreviver. Toda manhã o leão acorda. Ele sabe que precisa correr mais rápido que a mais lenta das gazelas senão morrerá de fome. Não importa se você e um leão ou uma gazela. Quando o sol nascer, comece a correr.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

“Quase nada” depois de um “Quase tudo”



E quando chega
Um “quase nada”  
depois de um “quase tudo”...
Em que um "quase tudo", 
não passou disso mesmo, 
faltou o "quase" e 
passou a um "quase nada" 
que é o mesmo que nada sem o "quase".
Fico triste!
Fico triste porque é triste!
É fado!
Fado a sério! 
O que fica é a saudade do que não existiu e a
saudade da nossa vida vivida ao ritmo do coração.
Lá está! Depois de um "quase tudo" chega o momento de um “quase nada”. 


"(As minhas grandes saudades
São do que nunca enlacei.
Ai, como eu tenho saudades
Dos sonhos que não sonhei!...)
..."

Mário de Sá Carneiro