quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Hold On



Hold On
"This world, this world is cold
But you don't, you don't have to go
You're feeling sad you're feeling lonely
And no one seems to care
Your mother's gone and your father hits you
This pain you cannot bare

But we all bleed the same way as you do
And we all have the same things to go through

Hold on...if you feel like letting go
Hold on...it gets better than you know

Your days you say they're way too long
And your nights you can't sleep at all (hold on)
And you're not sure what you're waiting for
But you don't want to no more
And you're not sure what you're looking for
but you don't want to no more

But we all bleed the same way as you do
And we all have the same things to go through

Hold on...if you feel like letting go
Hold on...it gets better than you know
Don't stop looking you're one step closerDon't stop searching it's not over...hold on

What are you looking for?
What are you waiting for?
Do you know what you're doing to me?
Go ahead...what are you waiting for?

Hold on...if you feel like letting go
Hold on...it gets better than you know
Don't stop looking you're one step closer
Don't stop searching it's not over...

Hold on...if you feel like letting go
Hold on...it gets better than you know...hold on"

As explicações um dia aparecem.


Ontem perdi tudo o que tinha escrito.

Fiquei de boca aberta. Até agora ainda não percebi o que aconteceu, só sei que aconteceu. Fiquei bem à vontade uns 5 minutos a olhar para o computado sem reacção. Acho que não fiquei irritada, nem triste, nem zangada. Fiquei simplesmente admirada. Aceitei e pronto. Fechei o computador, bebi um copo de água e deitei-me. Tudo isto sem pensar.

Hoje deu-me a ressaca. O texto estava engraçado. Sério, cínico, sentido. Deu-me uma trabalheira a construir. Bem sei que para mim não é fácil escrever uma frase, quanto mais um texto daqueles, todo composto, grande e cheio de tudo o que tenho para mostrar, construído sabe-se lá com que inspiração, relido e aceite pela crítica mor e reconhecido como um texto que não foi escrito por mim mas sim pela Sum.

Pois é, hoje nem vou tentar inventar e reconstruir o que não tem reconstrução possível. Se assim aconteceu, foi porque tinha de acontecer e quem sabe o texto não tinha mesmo de ser publicado ou melhor não deveria sequer ter sido escrito. Há coisas que não devem ser mexidas. São o que são, onde são.

E digo isto e escrevo isto porque acredito plenamente que as coisas acontecem porque têm de acontecer, doa o que doer. As explicações um dia aparecem. 

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Viver


Cada dia que passa morre um bocado do meu ontem

Nem sempre as mortes são pacíficas. Há umas que são prematuras. E quando assim é, torna-se bem mais difícil de aceitar e o luto demora muito mais tempo.

Eu sei que “nada dura para sempre”, esta é uma máxima que sei ser certa.

Por um lado é bom, porque dá espaço para outras coisas entrarem, por outro lado deixa uma saudade imensa e às vezes um vazio grande que demora a ser preenchido. 

Mas “devagar se vai ao longe” e “grão a grão enche a galinha o papo”.

E depois de ler o que escrevi, subi a um banco olhei para baixo e cheguei à conclusão de que não posso ser mais ridícula. Visto daqui de cima, tudo me parece caricato. Desde o que me vai cá dentro até às minhas próprias palavras. É claro que as máximas são máximas, é claro que as mortes prematuras são mais sofridas, é claro que todos passamos por algumas coisas menos boas nesta vida, é claro que todos nos sentimos sozinhos em determinadas alturas dos nossos percursos. Nada mais óbvio e mais certo. Porquê então o queixume? Afinal o que é a vida? Não será tudo isto. De que me queixo eu? De viver?

Afinal só chegamos onde queremos ir. Só nos metemos onde queremos. Acreditar ou não acreditar, faz parte do espólio de quereres. Às vezes oiço dizer e eu já o disse também em várias ocasiões, que são precisos dois para as coisas acontecerem. Mas cheguei à conclusão de que não é verdadeiro. É preciso só um para sonhar e andar sobre as nuvens, só um para destruir o sonho e cair cá em baixo com um daqueles estrondos que assustam quem vai a passar, só um para lutar, só um para acreditar, só um para se desiludir, só um para avançar, só um para desistir, só um para chorar, só um para se rir, só um para vencer, só um para ser vencido. 

Não há ganhar e perder. Ou se perde ou se ganha. Afinal somos só um para o que der e o que vier.

Sempre pensei assim. Mas devia estar esquecida…

domingo, 21 de novembro de 2010

A Minha Periquita Pequenina


Há 9 anos atrás por esta altura já eu estava num quartinho de hospital, muito arranjadinho e arrumadinho, pacientemente  à espera dos últimos momentos de uma gravidez super esperada e querida. Estava para nascer a minha periquita pequenina.

Este nascimento foi diferente de tudo o que eu já tinha passado antes, apesar de ser a terceira e de tudo o que eu estava à espera. Não tive de esperar pela dilatação estipulada para ter epidural, por isso depois de umas horas de aperto, lá veio o meu descanso. Nessa altura o resto da dilatação fez-se a par e passo com conversa e visitas, entradas e saídas de amigos, pais, médicos e enfermeiras, até um estafeta profissional de entrega de flores entrou para me entregar um ramo de flores lindo de morrer enviado pela minha mãe. Um verdadeiro reboliço.

Em plena cavaqueira, passamos umas largas horas de ansiedade e nervosismo. A peste só nasceu as 8 da noite. Um dia inteiro, para no fim acabar numa cesariana. Tudo se passou em dois minutinhos que me pareceram eternidades. É tão estranho ter um estranho nos braços que eu senti durante 9 meses. Ainda dizem que não tem graça saber o sexo da criança porque tira o efeito surpresa. Surpresa é aquela carinha, as mãozinhas, a perfeição em ponto pequenino, o cabelo espetado e o génio já espelhado nos olhos que se abriram para mim. É de não esquecer nunca mais, é o sentimento mais forte que um dia já experimentei. Um misto de alegria esfuziante com medo de não conseguir ser tudo aquilo que aquela criança espera de mim. Apesar de tudo foi a altura da minha vida em que me senti mais forte. Por aquela coisa pequena eu seria capaz até de matar. Eu e ela, ela e eu, uma parelha inseparável e à prova de fogo. Acho que nestas alturas os maridos sentem ciúmes. Mas têm toda a legitimidade para o sentirem. É de facto um momento só nosso. Ninguém entra. Depois, com o passar dos dias a coisa vai-se esbatendo, e tudo entra na normalidade.

Maravilha, é a palavra que encontro para descrever cada nascimento que saiu de mim. Hoje olho para os meus 3 matulões e vejo cada momento que passamos juntos, cada trinca de amor que lhes dei, cada história, cada passo. Até aos 4 anos estas criaturas foram exclusivamente minhas e só minhas. Hoje olho para trás e não sei como aguentei tantas noites não dormidas, tantas birras, tantas horas de preocupação, tanta energia, tanto cuidar, tanta atenção a dar, só mesmo o amor que lhes temos é capaz de tanto.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Aos que a Felicidade é Sol, Virá a Noite


Aos que a Felicidade é Sol, Virá a Noite

Quero ignorado, e calmo
Por ignorado, e próprio
Por calmo, encher meus dias
De não querer mais deles.

Aos que a riqueza toca
O ouro irrita a pele.
Aos que a fama bafeja
Embacia-se a vida.

Aos que a felicidade
É sol, virá a noite.
Mas ao que nada 'spera
Tudo que vem é grato.

Ricardo Reis, in "Odes"
Heterónimo de Fernando Pessoa

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Efémero


Há coisas tão efémeras!

Uma conversa, um sorriso, uma carta, um ramo de rosas, um copo de vinho, uma mensagem…

O que é agora, não o é daqui o bocado.

Hoje tive essa sensação. São coisas que nos arrancam sorrisos e que nos tocam na alma, mas que no minuto a seguir o medo nos manda esquecer, guardar, passar por cima tão rapidamente quanto possível.

Crescer tem destas coisas. Quando se acredita, as coisas são eternas. Quando se deixa de acreditar as mesmas coisas tornam-se efémeras. Assim como quando se acredita guardam-se recordações no coração, quando se deixa de acreditar guardam-se armas de arremesso.

Fez-me sorrir


E o que eu gostei de ouvir isto logo pela manhã!