domingo, 13 de fevereiro de 2011
sábado, 12 de fevereiro de 2011
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
Para ti
"Foi para ti
que desfolhei a chuva
para ti soltei o perfume da terra
toquei no nada
e para ti foi tudo
Para ti criei todas as palavras
e todas me faltaram
no minuto em que talhei
o sabor do sempre
Para ti dei voz
às minhas mãos
abri os gomos do tempo
assaltei o mundo
e pensei que tudo estava em nós
nesse doce engano
de tudo sermos donos
sem nada termos
simplesmente porque era de noite
e não dormíamos
eu descia em teu peito
para me procurar
e antes que a escuridão
nos cingisse a cintura
ficávamos nos olhos
vivendo de um só
amando de uma só vida"
Mia Couto, in "Raiz de Orvalho e Outros Poemas"
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
Não Digas Nada!
Não digas nada!
Nem mesmo a verdade
Há tanta suavidade em nada se dizer
E tudo se entender —
Tudo metade
De sentir e de ver...
Não digas nada
Deixa esquecer
Talvez que amanhã
Em outra paisagem
Digas que foi vã
Toda essa viagem
Até onde quis
Ser quem me agrada...
Mas ali fui feliz
Não digas nada.
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Paixão
Tenho a certeza que um dia eu vou conseguir dar uma lufada de ar fresco a este meu blog.
A chama esmoreceu mas não está apagada. Ela está lá, quente, pequena em combustão lenta.
Falta-lhe oxigénio, neste caso, paixão.
Sem paixão as coisas parecem indiferentes, andam sozinhas sem brilho, não são maravilhosas, não são especiais, não são boas nem más e como tal não ficam na nossa lembrança, não ficam nos poros, não respiram...
Tudo parece indiferente.
No outro dia apanhai uma frase que vou tentar repescar. Porque essa sim tem lógica e transpira razão.
Ora pois cá está ela: “Para fazer uma obra de arte não basta ter talento, não basta ter força, é preciso também viver um grande amor.” (Wolfgang Amadeus Mozart)
Uma obra-prima tem sempre uma grande paixão por trás. Não sei o que raio têm as paixões, ou o que libertam para mexer connosco e dar-nos tanta criatividade e energia.
Ai de quem me está a ler e não entender que uma paixão pode nada ter a ver com uma paixão de amor carnal, se bem que essas paixões também movem montanhas, cidades ou mesmo mundos. Estou a falar de paixão. Paixão pela vida, paixão pelas coisas que temos, que conseguimos, que nos aparecem sem darmos por isso, paixão de paixão por qualquer coisa ou por alguém. Paixão de admiração, de respeito, de afeição. Paixão de estima, de bem-querer, de afecto, de amizade, de beleza, de excelência, de perfeição…
Paixão, tão só paixão.
Ou sou dada a paixões. Eu apaixono-me com muita facilidade. Paixono-me por qualquer coisa, por qualquer pessoa, por qualquer situação. Adoro a vida, deixo-me levar por ela, adoro tudo o que me rodeia, adoro pessoas, adoro a natureza e os cheiros próprios de cada estação, adoro o sol, adoro a lua, adoro o mar, adoro a praia, adoro o campo, as flores, adoro a Primavera, adoro o Outono, a lareira, a madeira, adoro as texturas, as cores, o arco-íris, acho que sou uma eterna apaixonada.
Ser-se uma eterna apaixonada tem os seus prós e os seus contras, alias como tudo na vida.
Os apaixonados correm atrás, sobem alto, vão depressa e por isso encontram vários obstáculos rasteiros que os fazem tropeçar e cair. Os apaixonados são pessoas alegres/nostálgicas e nem sempre compreendidas mas, bem-feitas as contas têm muito mais a ganhar do que a perder, porque até no sofrimento e nas lágrimas são capazes de amar incondicionalmente.
"Paixão é uma infinidade de ilusões que serve de analgésico para a alma. As paixões são como ventanias que enfurnam as velas dos navios, fazendo-os navegar; outras vezes podem fazê-los naufragar, mas se não fossem elas, não haveriam viagens nem aventuras nem novas descobertas."
(Voltaire)
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Nem tudo o que parece é
Há tanta coisa que deixa de ter sentido ao longo da nossa vida! Eu mesma fico espantada com tudo o que muda de rumo.
Odeio mudar de rumo. Faz-me sentir insegura.
Odeio sentir-me insegura, faz-me sentir pequenina e indefesa.
O facto é que há coisas que mesmo que eu não goste, acontecem, que mesmo que eu não queira, são assim.
Nada está nas nossas mãos, por muito que às vezes assim pareça. É caso para dizer que nem tudo o que parece é.
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
Noite sem Lua
Ai noite sem lua!
Dei por isso dei!
Dei por isso e não foi pouco.
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