É estranho quando as verdades nos entram pelos olhos a
dentro sempre que precisamos.
Hoje entrei na garagem e cheia de pressa, carreguei no botão
que chama o elevador e esperei mais ou menos pacientemente. Mas o tempo de
espera foi tão grande e a quantidade de coisas que ainda tinha para fazer era
tanta, que comecei a ficar mesmo irritada e soltei um palavrão qualquer sem
reparar no senhor asiático que estava ao meu lado. Quando me dei conta do que
tinha feito olhei para ele com ar de comprometida e pedi desculpa e foi ai que muito
calmo e com o ar mais simpático deste mundo, disse – “ A nossa paz interior é
sagrada, não a percas com estas coisas!”. Foi tão, mas tão certeiro que fiquei
ainda mais envergonhada e sem expressão a olhar para a porta do elevador.
Vá lá que ainda tive reacção para fazer um sorriso amável e
agradecer a dica.
Mas fez-me ficar a pensar – “Que raios de coisas ou
situações merecerão a perda da nossa paz.”, ainda não me surgiu nenhuma.
Sempre a aprender.
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