Mais uma vez acho graça à forma como vamos descobrindo sentido naquilo que nos rodeia e que nunca prestámos atenção. E digo que acho graça, porque me faz sorrir e pensar, porque me desafia. A nossa experiência de vida dita-nos a nossa forma de ver o mundo, as pessoas que nos rodeiam, as frases que dizemos a maneira como pensamos e julgamos, a nossa compreensão perante os factos.
Por isso a vida é uma constante descoberta. Aquilo que que vimos hoje amanha já não igual. Alberto Caeiro passava a vida a dizer o mesmo. Está registado em cada poema. A vida é um espanto a todo o momento e isso surpreendia-o a ele e a mim tantas vezes e cada vez mais.
Hoje foi este pequeno texto que me chamou a atenção. Estou especialmente sensível para esta questão, é o isto quer dizer.
"No começo eu era só certezas.
No meio eu era só dúvidas.
Agora é o final
e eu só duvido."
Mario QuintanaNo meio eu era só dúvidas.
Agora é o final
e eu só duvido."
O que escrevo só irá fazer sentido para quem estiver no mesmo mood. Isso diverte-me, tanto como me diverte ler este pequeno texto do Quintana e captar o meu sentimento mais premente.É também assim que nos aproximamos e nos afastamos das pessoas. As afinidades formam-se do que experimentamos, do que vivemos, onde chegamos. Daqui surgem as cumplicidades, que nos unem que nos fazem ver o mesmo sentido. Se desaparece o sentido, desaparece a pessoa, se desaparece a pessoa, deixa de fazer sentido.
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