Hoje a fazer uma das minhas listas, a das coisas que eu gosto de fazer sozinha, surgiu-me esta, cantar no banho.
Dei-me conta que nunca mais cantei no banho. Era tão frequente.
Eu fazia pequenos concertos acontecerem, qual "Lisboa em Si".
Agua a cair, vozes, letras e lá lá lás trauteados, marteladas no que podia, gritos desesperados de pais e irmãos mal dispostos, toques na porta com os nós dos dedos... palavras a voarem pela casa: cala-te, despacha-te, só fazes barulho, blá blá blá, blá blá blá... E eu... nada, completamente imune ao que me rodeava, continuava nas minhas cantorias e batuques.
O sorriso na cara era uma constante e era geralmente inabalável.
Hoje, não me lembro de quando foi a ultima vez que cantei no banho.
Há que retomar estes concertos, lembro-me que a alma se enche logo pela manha, criando um escudo praticamente inviolável e não há nada de mais precioso que um sorriso à primeira hora.
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