Odeio quando me sinto indecisa, cheia de ideias não
definidas, todas embrulhadas e compactadas, sem o mínimo de ligação umas as outras.
Nestas alturas nem escrever me ajuda.
Encadeiam-se. Começa a sair uma ideia que rapidamente se
transforma noutra e noutra e noutra e quando se dá por isso o texto está uma
confusão de todo o tamanho e a minha cabeça continua em desordem. É aqui que me
vejo rodeada de papéis todos enxovalhados, desesperada e de cabelos em pé de
tanto lhes passar a mão.
E cá estou eu a misturar o que sinto, com o que vejo na
minha imaginação!
Tudo estragado.
Lá se foi o fio condutor de qualquer coisa que estava por
aqui a pairar.
Pois bem. À falta da ideia base, cheguei à simples
conclusão que, para mim, escrever é um jogo de tempo, paciência e construção,
disciplina e muito trabalho. Qual sodoku!
Dá trabalho na organização de ideias e principalmente na
construção de um texto que seja fiel ao quero transmitir. E o que quero eu
transmitir?
Pois, o mal é esse mesmo. Muitas das vezes nem eu sei. É um
misto de vivencias sentimentais, de ansiedades recalcadas, de medos
inconscientes, que conscientemente não se aceitam como tal. Mil desculpas,
mil pretextos, mil justificações. Aceitar derrotas ou qualquer coisa que
se tome por sentimento de perda... Nunca.
Logo, nada sai o que realmente é, o que implica não haver
satisfação, nem conclusão, nem caminho de saída.
É estranho não se conseguir ser honesto para nós próprios.
Dá nisto!... Pura insatisfação sem saída.Três mil ideias embrulhadas, sem ligação entre si e sem sentido.
2 comentários:
Tem um pouco de mim no seu texto, me identifico com seu relato!
É bom saber isso Mauricio! :)
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