quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Insatisfação





Odeio quando me sinto indecisa, cheia de ideias não definidas, todas embrulhadas e compactadas, sem o mínimo de ligação umas as outras.
Nestas alturas nem escrever me ajuda.
Encadeiam-se. Começa a sair uma ideia que rapidamente se transforma noutra e noutra e noutra e quando se dá por isso o texto está uma confusão de todo o tamanho e a minha cabeça continua em desordem. É aqui que me vejo rodeada de papéis todos enxovalhados, desesperada e de cabelos em pé de tanto lhes passar a mão.
E cá estou eu a misturar o que sinto, com o que vejo na minha imaginação!
Tudo estragado.
Lá se foi o fio condutor de qualquer coisa que estava por aqui a pairar.
Pois bem. À falta da ideia base, cheguei à  simples conclusão que, para mim, escrever é um jogo de tempo, paciência e construção, disciplina e muito trabalho. Qual sodoku!
Dá trabalho na organização de ideias e principalmente na construção de um texto que seja fiel ao quero transmitir. E o que quero eu transmitir?
Pois, o mal é esse mesmo. Muitas das vezes nem eu sei. É um misto de vivencias sentimentais, de ansiedades recalcadas, de medos inconscientes, que conscientemente não se aceitam como tal. Mil desculpas, mil  pretextos, mil justificações. Aceitar derrotas ou qualquer coisa que se tome por sentimento de perda... Nunca.
Logo, nada sai o que realmente é, o que implica não haver satisfação, nem conclusão, nem caminho de saída.
É estranho não se conseguir ser honesto para nós próprios.
Dá nisto!... Pura insatisfação sem saída.Três mil ideias embrulhadas, sem ligação entre si e sem sentido.

2 comentários:

Mauricio Quarto disse...

Tem um pouco de mim no seu texto, me identifico com seu relato!

sum disse...

É bom saber isso Mauricio! :)