domingo, 29 de maio de 2011
De irmã para irmão
Em casa de ferreiro espeto de pau. É sempre a mesma coisa.
Já pensei e revirei para tentar arranjar assunto para escrever hoje, dia importante na vida de uma família.
Lembrei-me de histórias antigas e de recentes aos milhões, lembrei-me das avenças e desavenças, lembrei-me dos dias bons e dos dias maus, das coisas boas e más que passamos, mas nenhuma delas me pareceu suficientemente importante e significativa na nossa longa história de vida. A bem dizer, não há até hoje, nenhum episódio que, isolado, defina a nossa relação tal como ela é.
Cheguei a sentir-me mal. Cheguei a achar que era uma desnaturada, uma sem coração, uma ingrata. Afinal estou há mais de um mês a pensar no que haveria de escrever para ficar registado no livro comemorativo dos 45 anos de vida do mano “mai” velho.
Até que, pressionada pela mana e pela cunhada, esmifrei o meu pequeno cérebro para tentar resolver esta minha falta de não ter nada para contar e ao mesmo tempo ter tudo para contar.
Cheguei então à conclusão de que, assim como um filho não se lembra da sua mãe porque efectivamente ela faz parte do seu ser, um mano não se lembra do seus manos, porque eles fazem parte integrante da sua vida dia a pós dia e não a concebemos sem eles
Não trocava os meus manos por ninguém neste mundo.
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