quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

“VIVER É NÃO PENSAR”...


Estou a precisar de histórias simples. Daquelas estupidamente simples. Básicas, pequenas, lindas.
Procurei e encontrei coisas lindissimas, mas a que mais gostei foi de Fernando Pessoa: “Viver é não pensar.”
“VIVER É NÃO PENSAR”...
Que bom. Hoje, era isto mesmo. Não pensar! Que bom que é poder não pensar. Que bom que é poder descontrair sobre o efeito do "não pensar", de não ter nada em mente, oco, vazio, nem um simples sopro. Simplesmente ser, estar, olhar, sem sentir, sem ver, sem tocar.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

INQUIETANTE


INQUIETANTE


E não, não é porque hoje é sexta-feira, é mais porque tenho dentro de mim um vulcão a querer explodir e quando assim é preciso de me refugiar em coisas que digam por mim o que me vai na alma, já que não nasci com essa capacidade.

E hoje é mais isto:

O AMOR, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente...
Cala: parece esquecer...

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
 
E se um olhar lhe bastasse
P'ra saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...
(Fernando Pessoa)

E mais isto:

“Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...

O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...”
(Fernando Pessoa)

E porque gostaria de transmitir que:

“Para ser grande, sê inteiro; nada
Teu exagera ou exclui;
Sê todo em cada coisa; põe quanto és
No mínimo que fazes;
Assim em cada lago, a lua toda
Brilha porque alta vive.”
(Fernando Pessoa)

E ainda que:

“Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.”
(Fernando Pessoa)

Não esta tudo, mas está grande parte!

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Um ponto verde



A falta que um pontinho verde pode fazer!
Nos dias de hoje, com as novas tecnologias a bombar mais o sentimento de solidão que parece estar muito mais presente, entre outras condicionantes, agarramo-nos a coisas que nunca na vida teríamos pensado que pudessem acontecer. As bolinhas verdes, são disso exemplo.

É impressionante como um simples pontinho verde pode mudar o nosso "mude" do dia, já para não falar na companhia que fazem ou no conforto que sentimos quando os vimos por lá.
Às vezes não passa disso mesmo, conforto e companhia. Mas também já experimentei outros sentimentos menos bons e por isso consigo perceber que também os pontinhos verdes têm o seu lado mau, alias como tudo nesta vida.

Se por um lado é um conforto e uma companhia, por outro pode ser um motivo de desconforto e intromissão, pode ainda assumir contornos mais dramáticos como o do ciúme, desconfiança, cismas e suspeitas, medos, etc. 

Já vi e ouvi coisas curiosas, coisas muito curiosas mesmo.
Mas não dramatizando e não entrado nos extremos, exageros e proporções que todas as coisas podem tomar... Sim, eu percebo a falta que um pontinho verde pode fazer nos dias de hoje.
É extraordinário…
A partir daqui tudo é possível!

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

À "vontadinha" versus charme e sedução



Não devemos perder nunca o nosso toque de sedução perante a vida. E mais... Devemos exerce-lo em tudo o que fazemos e dizemos com à vontade. Há quem lhe chame de charme... Não tenho nada contra. 

Ao contrário do à vontade, o à vontadinha ou excesso de confiança, é das piores coisas que podem existir na vida, tira-lhe a beleza e a magia, dá-nos grandes desilusões, por vezes magoa-nos e enxovalha-nos, e o pior é que, com o passar do tempo e com o à vontade a crescer, tudo se encaminha nesse sentido.
Este deslize de inexperiência sai-nos caro, muito caro!

Que venha sedução, que venha o charme, seja o que for que dê encanto à nossa existência, está de bom tamanho.


sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

... Como? Mudando, melhorando



Duvidas? Tantas...
Quereres? Muitos.
Certezas? Nenhumas.
Vontades? Determinadas e cegas.
Desejos? Mil.
Caminhos? Cruzados.
Luzes? Fracas.
Sorte? Perto.
Oportunidade? Quero.
Atitude? Pouca.
Iniciativa? Zero.
Intenção? A melhor.
Sonho? Alto, muito alto.

Para este Ano? O melhor ano da minha vida.
Como? Mudando, melhorando.
 

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

O Meu Olhar


O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo comigo
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do mundo...
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo.

Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem o que é amar...

Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar...

(Fernando Pessoa) 

domingo, 5 de janeiro de 2014

Mar


Mar
Metade da minha alma é feita de maresia.
De todos os cantos do mundo
Amo com um amor mais forte e mais profundo
Aquela praia extasiada e nua,
Onde me uni ao mar, ao vento e à lua.
Espero sempre por ti o dia inteiro,
Quando na praia sobe, de cinza e oiro,
O nevoeiro
E há em todas as coisas o agoiro
De uma fantástica vinda.
As ondas quebravam uma a uma
Eu estava só com a areia e com a espuma
Do mar que cantava só para mim.

(Poema de Sophia de Mello Breyner)