quinta-feira, 12 de março de 2015

Hoje foi dia de Musica!

Hoje foi dia de Musica
Dia de Pensamentos
Dia de intenções
Dia de decisões
Um Dia seria o Dia...
Foi bom estar acompanhada por esta musica.

 

 

Mensagem

Maria Bethânia

"Quando o carteiro chegou
E o meu nome gritou
Com uma carta na mão
Ante surpresa tão rude
Nem sei como pude chegar ao portão
Lendo o envelope bonito
O seu sobrescrito eu reconheci
A mesma caligrafia que me disse um dia
"Estou farto de ti"
Porém não tive coragem de abrir a mensagem
Porque, na incerteza, eu meditava
Dizia: "será de alegria, será de tristeza?"
Quanta verdade tristonha
Ou mentira risonha uma carta nos traz
E assim pensando, rasguei sua carta e queimei
Para não sofrer mais.
"Todas as cartas de amor são ridículas
Não seriam cartas de amor, se não fossem ridículas
Também escrevi, no meu tempo, cartas de amor como as outras, ridículas.
As cartas de amor, se há amor, têm de ser ridículas
Quem me dera o tempo em que eu escrevia, sem dar por isso, cartas de amor ridículas
Afinal, só as criaturas que nunca escreveram cartas de amor é que são ridículas."
Porém não tive coragem de abrir a mensagem
Porque, na incerteza, eu meditava
Dizia: "será de alegria, será de tristeza?"
Quanta verdade tristonha
Ou mentira risonha uma carta nos traz
E assim pensando, rasguei sua carta e queimei
Para não sofrer mais.
"Quanto a mim o amor passou
Eu só lhe peço que não faça como gente vulgar
E não me volte a cara quando passa por si
Nem tenha de mim uma recordação em que entre o rancor
Fiquemos um perante o outro
Como dois conhecidos desde a infância
Que se amaram um pouco quando meninos
Embora na vida adulta sigam outras afeições
Conserva-nos, escaninho da alma, a memória de seu amor antigo e inútil"

Maria Bethania/Fernando Pessoa

quinta-feira, 5 de março de 2015

Viva a VIDA



A vida não para. 
O tempo não dá tréguas. 
Estas são as grandes realidades das nossas vidas.

Dê por onde der, no dia a seguir estamos cá e, se não estivermos…

A verdade é que o sol insiste em nascer, o dia decorre dentro da sua hora, a noite cai e “voilà que”, mais um dia que passou.

Para o bom, é bom sentir a normalidade, ter a certeza de que as coisas acontecem e que estamos dentro delas tão bem quanto sempre.

Para o muito bom, é fantástico aproveitar cada segundinho enquanto ele existe.

Para o mau, é bom saber que o tempo passa e que dentro dele as coisas se hão de resolver.

O menos bom é perceber que o tempo passou e/ou está a passar e que por esta ou aquela razão não o estamos a aproveitar nem a tão pouco a dar-lhe o valor que lhe é devido.

Mas, deste mal padecemos todos.

Oiço esta lengalenga desde que nasci, digo-a desde que me conheço como gente e assim continua.

O que me leva a pensar que por mais que se faça, por mais que se viva, por mais que se aproveite há sempre coisas que temos pena de não ter feito e de não ter sentido.

No entanto há que ter consciência e saber o que será mesmo importante experimentarmos. Nunca esquecer os limites de aceitação de nós mesmos.

Nada como olhar para trás e sentir paz.

Deixemo-nos de penas e de desculpas e de ses e de tristezas e de tudo o que sejam empecilhos e…

Viva a VIDA!

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Hoje já viajei



"Uma vez amei
Mas não fui amado.
Não fui amado pela única grande razão — Porque não tinha que ser.
Consolei-me voltando ao sol e à chuva,
E sentando-me outra vez à porta de casa.
Os campos, afinal, não são tão verdes para os que são amados
Como para os que o não são.
Sentir é estar distraído."
Alberto Caeiro


Ahh! Hoje já viajei!
Já viajei pelas palavras e pensamentos do meu pensador preferido.
Nada é mais relaxante
Do que sentir as palavras escritas
E perceber que nelas cabem
Tudo o que sou
E sou porque sinto.
E isso faz-me sorrir
E pensar que é pelo que sentimos
Que nos aproximamos.

Aproximamo-nos do que nos é comum
E o que nos é comum são os sentimentos
por exemplo: Quando temos saudade
Gostamos de nos aproximar
de quem a sente também
quando amamos
aproximamo-nos de quem também ama,
porque assim sentimo-nos melhor
sentimo-nos acompanhados
e acompanhados somos mais felizes.




domingo, 26 de outubro de 2014

Quem feio ama bonito lhe parece

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A imagem das pessoas que estão ao nosso lado muda ao longo dos tempos e dos dias. 
Para ser mais precisa, pode mudar mesmo de uma hora para a outra.

Elas tornam-se mais bonitas ou mais feias conforme os seus gestos, os seus actos, a sua atitude, a sua maneira de estar e de tratar, de dar, de receber, de dizer...
A bem dizer a beleza de cada um, por mais que se não queira, vem de dentro, bem de dentro. 
Este processo é muito presente mas muito pouco consciente.

Apercebemo-nos disto no nosso dia-a-dia, mas o nosso subconsciente não nos revela estas realidades assim tão minimalisticamente: - Ah e tal, hoje pessoa tal está mais bonita ou mais feia por causa daquela atitude, gesto ou conversa.
Não, estas cenas reflectem-se directamente no coração e o coração transforma a nossa percepção imediata. Sim, é imediata. É imediata porque há mais luz ou menos luz nas nossas vidas nesses precisos momentos. 
Mas nem sempre esta luz é aproveitada da melhor maneira por parte de quem a dá conscientemente. Mas isso são outras andanças.
 

O facto é que de vez em quando temos surpresas e de um dia para o outro, uma pessoa muito bonita, de repente, vira feia e uma muito feia vira linda. 

Já dizia a minha avó que "quem feio ama, bonito lhe parece".

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Presente

 
 
Existe apenas uma idade para sermos felizes, apenas uma época da vida de cada pessoa em que é possível sonhar, fazer planos e ter energia suficiente para os realizar apesar de todas as dificuldades e todos os obstáculos. Uma só idade para nos encantarmos com a vida para vivermos apaixonadamente e aproveitarmos tudo com toda a intensidade, sem medo nem culpa de sentir prazer. Fase dourada em que podemos criar e recriar a vida à nossa própria imagem e semelhança, vestirmos-nos de todas as cores, experimentar todos os sabores e entregarmos-nos a todos os amores sem preconceitos nem pudor. Tempo de entusiasmo e coragem em que toda a disposição de tentar algo de novo e de novo quantas vezes for preciso. Essa idade tão fugaz na nossa vida chama-se presente e tem a duração do instante que passa.
—  Mário Quintana.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Duas Vidas


Hoje compreendi na perfeição o excerto do poema de Fernando Pessoa.

«Temos todos que vivemos uma vida que é vivida e outra vida que é pensada.»

Eu tenho de facto duas vidas.

A nossa vida vivida, é tão simples!
É a que é e, nada mais.
A nossa vida pensada, dá-nos a sensação de que o mundo é todo nosso, cria-nos um sentimento de insatisfação e muita pressa de viver.
É uma vida muito mais delicada. Nela cabem todos os nossos sonhos sonhados, o que somos, o que não somos, o que gostaríamos de ser e todo um sem número de pensamentos, desejos e quereres.
Ao contrário do mundo vivido, é um mundo grande, cheio, vivo, imbuído de esperança e de ilusões. Dá-nos coisas que não conhecemos, ensina-nos tudo o que não sabemos e alimenta a nossa outra vida. 
Chegamos a ter certezas e sentimentos sobre tantas coisas que não vivemos…

A vida vivida é ou pode virar, um parasita que se alimenta da vida pensada. É preciso ter cuidado e não deixar que a pensada se sobreponha à vivida porque para todos os efeitos, a vivida é a que verdadeiramente vale e é nossa.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

O que tem de acontecer, acontece




As coisas quando têm de acontecer, acontecem e ele há coisas que eu tenho a certeza que vão acontecer na minha vida!

Parando para pensar, até é um bocado estranho, estar a dizer isto assim. 

Como ter a certeza se a vida é uma incerteza?

O facto é que sinto, vem de dentro, não sei dia nem hora, não sei onde, nem sei tão pouco se será nesta vida. Mas sinto, não tem explicação! É como o nascer do Sol em cada dia é como as fases da Lua em cada ciclo. Acontecem, sabemos que estão lá. 

A calma é aquela de quem sabe que a coisa é certa. 
A espera não agonia! Mas o coração manifesta-se e bate a cada passo. 

"Talvez eu não chore, mas doí. Talvez eu não diga, mas eu sinto. Talvez eu não mostre, mas me importo." 
Clarice Lispector