quinta-feira, 19 de novembro de 2015
Um sorriso por aquilo que hoje sou
Ontem olhei para a lua
Estava grande e brilhante
Pensei em ti
Pensei em nós
Lembrei-me do caminho que vi
E porque o segui
Hoje no escuro da noite
Senti o fardo que carrego
e vejo reflectidas no meu chão
Cada linha desenhada
Na palma da minha mão
Por cada uma que trago
Vai uma lágrima e um sorriso
Uma lágrima por tudo o que te dou
Um sorriso por aquilo que hoje sou
Estava grande e brilhante
Pensei em ti
Pensei em nós
Lembrei-me do caminho que vi
E porque o segui
Hoje no escuro da noite
Senti o fardo que carrego
e vejo reflectidas no meu chão
Cada linha desenhada
Na palma da minha mão
Por cada uma que trago
Vai uma lágrima e um sorriso
Uma lágrima por tudo o que te dou
Um sorriso por aquilo que hoje sou
Não sei ver se são bons ou maus, se estão bem ou mal escritos, se tem rimas...
Também não sei explicar de onde surgiu a ideia, nem porquê.
Sei eventualmente que transbordou de um daqueles meus arremessos sentimentais.
Seja o que for olho para eles e nem consigo acreditar que fui eu que os escrevi.
Hoje reli este e tal como o escrevi, tal como o senti agora. Há coisas que nunca passam.
Mas não é só na escrita que me consigo surpreender, acontece também quando percebo que não me consigo desfazer de alguns sentimentos que trago em mim desde "quase" sempre.
Há de facto coisas que nunca mudam e nunca deixam de existir e inclusivamente há algumas que se tornam mais consistentes. no matter what,
terça-feira, 17 de novembro de 2015
Cat Stevens - How Can I Tell You (1970)
E porque hoje é terça feira e porque gosto de contar historias e acreditar nelas!
segunda-feira, 16 de novembro de 2015
Se me Esqueceres!
Sem mais, nem porquê.
É assim que quero sentir hoje e mais nada!
Um misto de raiva, amor,desilusão, esperança, medo, ciúme, desejo,
insanidade, vontade...
Hoje nem eu sei o que sinto.
Se me quiserem dizer que é medo aceito, se me disserem que é
ansiedade acedo, ja se for amor, digo que é verdade,..
Há dias assim! Também posso dizer que há dias e dias e que este é daqueles que eu gostaria de voltar
a viver.
Parece contrassenso!?
Até admito que sim.
São sinais de outros registos.
Se Me Esqueceres
Quero que saibas
uma coisa.
uma coisa.
Sabes como é:
se olho
a lua de cristal, o ramo vermelho
do lento outono à minha janela,
se toco
junto do lume
a impalpável cinza
ou o enrugado corpo da lenha,
tudo me leva para ti,
como se tudo o que existe,
aromas, luz, metais,
fosse pequenos barcos que navegam
até às tuas ilhas que me esperam.
Mas agora,
se pouco a pouco me deixas de amar
deixarei de te amar pouco a pouco.
Se de súbito
me esqueceres
não me procures,
porque já te terei esquecido.
Se julgas que é vasto e louco
o vento de bandeiras
que passa pela minha vida
e te resolves
a deixar-me na margem
do coração em que tenho raízes,
pensa
que nesse dia,
a essa hora
levantarei os braços
e as minhas raízes sairão
em busca de outra terra.
Porém
se todos os dias,
a toda a hora,
te sentes destinada a mim
com doçura implacável,
se todos os dias uma flor
uma flor te sobe aos lábios à minha procura,
ai meu amor, ai minha amada,
em mim todo esse fogo se repete,
em mim nada se apaga nem se esquece,
o meu amor alimenta-se do teu amor,
e enquanto viveres estará nos teus braços
sem sair dos meus.
Pablo Neruda, in "Poemas de Amor de Pablo Neruda"
se olho
a lua de cristal, o ramo vermelho
do lento outono à minha janela,
se toco
junto do lume
a impalpável cinza
ou o enrugado corpo da lenha,
tudo me leva para ti,
como se tudo o que existe,
aromas, luz, metais,
fosse pequenos barcos que navegam
até às tuas ilhas que me esperam.
Mas agora,
se pouco a pouco me deixas de amar
deixarei de te amar pouco a pouco.
Se de súbito
me esqueceres
não me procures,
porque já te terei esquecido.
Se julgas que é vasto e louco
o vento de bandeiras
que passa pela minha vida
e te resolves
a deixar-me na margem
do coração em que tenho raízes,
pensa
que nesse dia,
a essa hora
levantarei os braços
e as minhas raízes sairão
em busca de outra terra.
Porém
se todos os dias,
a toda a hora,
te sentes destinada a mim
com doçura implacável,
se todos os dias uma flor
uma flor te sobe aos lábios à minha procura,
ai meu amor, ai minha amada,
em mim todo esse fogo se repete,
em mim nada se apaga nem se esquece,
o meu amor alimenta-se do teu amor,
e enquanto viveres estará nos teus braços
sem sair dos meus.
Pablo Neruda, in "Poemas de Amor de Pablo Neruda"
Etiquetas:
coisas da vida,
Pablo Neruda,
poemas
domingo, 15 de novembro de 2015
Saudade
E hoje é tudo o que consigo sentir
Saudade é um pouco como fome. Só passa
quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a
presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de
um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais
urgentes que se tem na vida.
Clarice Lispector
quarta-feira, 11 de novembro de 2015
O não poder ter, dói!
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Tanto sorrio de felicidade como choro de tristeza profunda. O medo toma conta do meu pensamento.
Tenho o coração cheio e a cabeça vazia, sinto cada segundo,
revivo cada gesto, oiço cada palavra dou-lhes vida, tiro-lhes sentidos, e quando fecho os olhos, o meu corpo dança
lentamente a música que sinto dentro de mim e estremece em ondas de prazer que
se propagam bem devagar, levantando até a roupa que trago vestida. A respiração
fica mais funda, o estômago encolhe levemente e as lágrimas começam o seu
percurso, numa manifestação de desejo insano e urgente. É aqui que o prazer
vira quase tortura e a dor aperta cada prega da minha alma. O não poder ter, dói!
"É tão difícil falar, é tão difícil dizer coisas que não podem ser ditas, é tão silencioso. Como traduzir o profundo silêncio do encontro entre duas almas? É dificílimo contar: nós estávamos nos olhando fixamente, e assim ficamos por uns instantes. Éramos um só ser. Esses momentos são o meu segredo. Houve o que se chama de comunhão perfeita. Eu chamo isso de: estado agudo de felicidade."
Clarice Lispector
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