A imagem das pessoas que estão ao nosso
lado muda ao longo dos tempos e dos dias.
Para ser mais precisa, pode mudar
mesmo de uma hora para a outra.
Elas tornam-se mais bonitas ou mais
feias conforme os seus gestos, os seus actos, a sua atitude, a sua maneira de
estar e de tratar, de dar, de receber, de dizer...
A bem dizer a beleza de cada um, por
mais que se não queira, vem de dentro, bem de dentro.
Este processo é muito presente mas
muito pouco consciente.
Apercebemo-nos disto no nosso dia-a-dia, mas o nosso subconsciente não nos
revela estas realidades assim tão minimalisticamente: - Ah e tal, hoje pessoa
tal está mais bonita ou mais feia por causa daquela atitude, gesto ou conversa.
Não, estas cenas reflectem-se directamente no
coração e o coração transforma a nossa percepção imediata. Sim, é imediata. É
imediata porque há mais luz ou menos luz nas nossas vidas nesses precisos
momentos. Mas nem sempre esta luz é aproveitada da melhor maneira por parte de quem a dá conscientemente. Mas isso são outras andanças.
O facto é que de vez em quando temos surpresas e de um dia para o outro, uma pessoa muito bonita, de repente, vira feia e uma muito feia vira linda.
Já dizia a minha avó que "quem feio ama, bonito lhe parece".
6 comentários:
Isso mesmo Sum. Adoro este Mr. Ed, só lhe falta o chapéu de palha :)
S
A ilusão é o que mais observamos nos nossos dias. Tudo o que vemos não passa de uma aparência, porque cada um tem a sua própria maneira de ver as coisas. E como tu dizes, tudo pode mudar de um momento para o outro, ou ao longo da vida. Nunca se sabe. Mesmo quem está ao nosso lado, nunca conseguimos ter a certeza de que é realmente essa pessoa, ou se é meramente uma personagem. E nisso, o nosso coração engana bem, porque facilmente caimos no erro de entender algo, quando na verdade não é como pensávamos.
Por isso o melhor é "ver" com o coração e assim a máxima "quem feio ama..." ainda tem mais sentido.
S
Ora bem Zé Sonhador, e mai nada, tem toda a razão no que acaba de dizer!
Agora um a parte que achei curioso, engraçado mesmo é perceber o que cada um interpreta das nossas palavras. Cada interpretação é uma aprendizagem. Acontece que quando escrevemos estamos a pensar noutra coisa e não nos passa pela cabeça as outras maneiras de ver, e quando existem estes comentarios, que diga-se de passagem, adoro, percebemos a forma como cada pessoa vê o que escrevemos. Obrigada por partilhares.
A questão é precisamente a existência de um equilíbrio entre o "ver", quer de coração, quer da razão. Porque há muitas situações em que, se agirmos segundo o que o coração nos diz, caimos mais facilmente no erro de nos desiludirmos. Agora, se agirmos segundo a razão, já sabemos melhor aquilo que estamos a fazer, e já estaremos à espera daquilo que poderá acontecer de pior. Mas no caso de amar, definitivamente, o coração tem um maior valor. E o que nos é essencial é invisível aos olhos :)
Isso é algo que, enquanto leitores e interpretadores, será inevitável. Depende de pessoa para pessoa, como é óbvio, e quando criamos alguma coisa, ou mesmo quando agimos, é sempre segundo aquilo que observam de nós e a imagem que criam sobre nós. Por isso, a interpretação é sempre algo muito subjetivo. Claro que, quando escrevemos, passam-nos milhões e milhões de pensamentos por segundo. Mas o que é bom nesta arte da escrita será sempre a interpretação que cada um pode tirar de uma expressão. É o mais bonito. E também nos pode revelar variadíssimos pontos de vista que nunca ponderámos avaliar.
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