sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Haja quem olhe por nós



Não há sensação melhor do que perceber que, por dois segundos que sejam, há pessoas que pensam em nós no seu dia muito atribulado.
É um conforto interior que não tem tamanho.
Faz-nos crescer enquanto pessoas e ter vontade de ser melhores.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

“Quem não se sente não é filho de boa gente”



Por muito que saiba que não devo, que não posso e que não quero que isso aconteça, aconteceu. 
Ressenti-me, senti-me ou sei lá como é que se chama a isto que sinto. 
Um misto de tristeza, ansiedade, raiva, desconfiança, medo, insegurança. 
Um verdadeiro cocktail sentimental.

Os escudos nem sempre são bem-sucedidos, nem sempre funcionam, em certas alturas do ano as defesas estão reduzidas, os sonhos falam mais alto, ficamos bem mais vulneráveis e pimba…  Em suma as barreiras não foram suficientemente resistentes. Assunto a rever minuciosamente e com muita calma no ano novo que se aproxima.

Mas o pior mesmo é o que sentimos, não temos como reclamar, por onde estrebuchar, com quem conversar  e muito menos com quem descarregar porque são efectivamente só, e tão só, da nossa responsabilidade.  
São sentimentos solitários, que custam a digerir.
De um momento para o outro encontramo-nos num deserto imenso, perdidos em pensamentos a tentar desamarrar as cordas com que nos enrolámos.
A única atenuante é saber que acontece com qualquer um e que, aquela máxima “Quem não se sente não é filho de boa gente” é capaz de ser mesmo verdade e isso faz-nos sentir um bocadinho melhor. 
Pelo menos somos “boa gente”.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Ventos de Mudança


No ponto focado

Ao fim deste tempo todo a tentar reencontrar-me eis que percebo que nada mudou mas que tudo mudou.

Hoje sozinha em casa, coisa quase inédita e quase nunca vista apercebi-me que os medos são os mesmos, os pensamentos são os mesmos, os sentimentos são os mesmos mas a realidade, essa é outra, completamente diferente em todos os aspectos. Fiquei incrédula. Como é que é possível?

Reencontra-me que era bom ficou para planos futuros, já que nestes últimos a coisa não correu muito bem, apesar de eu achar e tudo indicar que estava no bom caminho.

Aprendi que me fartei, lutei que doeu, vivi mais que em todo o resto da minha vida, abri mundo ou melhor abri a porta para um mundo novo, fiz o pino e mortais encarpados, mudei tudo e tudo mudou à minha volta, incluindo euzinha. Mas o reencontro comigo “ó tá quieto”. Sentir paz e estar sossegada na minha pele, caminhar tranquilamente sem vacilar, certa dos meus passos... Não, isso ainda não.
É certo que sempre ouvi dizer que se tem de entrar no caos para depois começar a construir. Acho que foi isso que consegui fazer até agora.  Deitar a baixo a minha estrutura, descobrir o lado B, ir até ao precipício.
Será que já cheguei? Será que ainda falta? Apesar de estar a fazer esta pergunta, sei que não estou a ser sincera. Sei que deveria parar por aqui, os perigos multiplicam-se exponencialmente a partir de um dado momento. Mas ficar quieta implica não conhecer o lado B, por isso percebo que o processo de desconstrução ainda não acabou, a desordem total ainda não se instalou, a vontade de ir mais além ainda cá mora, a procura de... qualquer coisa que não sei muito bem o que é, ainda está viva e bem viva. Ando do 8 ao 80 e do 80 ao 8 sem conseguir arranjar aquele meio termo, que estou certa que existe.
Mas acredito.
Acredito, na minha boa vontade de lá chegar, que esse dia vai acontecer e que estarei consciente disso e viverei intensamente esse momento. A paz chegará para mim e eu brindarei feliz por a ter encontrado.

“Quando os ventos de mudança sopram, umas pessoas levantam barreiras, outras constroem moinhos de vento.”
(Érico Veríssimo)