quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Silêncio


Silêncio…
Hoje o silêncio invade-me, como o nevoeiro invade a terra. Cinzento, sombrio e frio.

Amanhã poderá ter outro brilho e nascer como o sol. Meigo, confiante e seguro.

Numas situações o silêncio dita harmonia noutras vinga-se e trás o desassossego.

Mas Silêncio é sempre silêncio e é nele que me vejo todos os dias.

É em silêncio que me ajoelho e rezo porque é em silêncio que descubro Deus em mim.

É em silêncio que trabalho porque é nele que encontro a paz para me concentrar nos afazeres do meu raciocínio.

É em silêncio que oiço musica porque só assim consigo ouvir as notas baterem-me na alma e percorrerem todo o meu corpo.

É em silêncio que amo porque é nele que os meus sentidos despertam, porque é nele que tenho a confirmação de todos os sentimentos dos que me rodeiam.

É em silêncio que faço amor, porque só nele consigo sentir todos os meus poros, só nele consigo deixar entrar, muito devagar, aquele calor que me faz esquecer de mim tal como sou e me transforma num ser pleno de desejo.

É ainda em silêncio,
num abraço de paz, que tudo culmina , numa comunhão de sentimentos como não há igual em todo o mundo.

É em Silêncio…

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Nascer, Pensar e Morrer


“Há certo gosto em pensar sozinho. É acto individual, como nascer e morrer.” 
Carlos Drummond de Andrade

Não é só pensar, nascer e morrer. Em tudo na vida estamos sozinhos. Podemos eventualmente partilhar experiencias e desta forma sentir que as dividimos. Não sendo o certo é a percepção e as percepções, muitas vezes, têm o dom de nos aliviar.
Mas não nos devemos esquecer nunca. O nosso caminho só a nós nos pertence. Ele é construído por cada passo que damos, cada flor que apanhamos, para cada lado que olhamos. Em cada momento temos o sol e lua...  A luz ou a sombra...

Talvez...


Olho para mim e sinto que perdi a coragem de estar aqui, parece que a minha vida deixou de se encaixar nas palavras. Os pensamentos ficaram presos, os sonhos suspensos.
Talvez um dia, quem sabe amanha, as letras não se juntem novamente e se soltem claras, transparentes e puras como já foram. Talvez apareçam assim do nada, sem que me aperceba. Talvez...

sábado, 12 de novembro de 2011

Hoje


Que saudades que eu já tinha do meu cantinho! Tenho andado com vontade de escrever, de me entender com ele depois deste tempo todo, mas não tenho tido inspiração para as letras, ou melhor, nada que seja merecedor de uma reentrada à maneira.

É que, parecendo que não, já tenho uma certa obrigação para comigo mesmo e sinto-a bem pesada nos meus ombros.
Falta de habito? Sim, pode ser! 

O facto é que tenho expectativas! Tantas, que não estou a conseguir superar-las.

Por isso pensei e cheguei à conclusão de que mesmo sem estar com grandes inspirações e grandes feitos o que interessa é fazer e, todos nós sabemos que às vezes só custa mesmo começar!

Por isso lá vai e com um poema meu, já escrito há um tempo muito a medo.


Hoje
 
Hoje precisaste de mim,
Precisaste de uma mãe.
Hoje sei que precisaste,
De quem te quer bem.

Ouvi-te chamar,
Mas não te consegui responder,
Porque hoje sou berma e não caminho,
Corro ao teu lado, já não te guio.

Hoje, olho para ti,
E gosto de ti como ontem.
Hoje, sei respirar o tempo,
E arrancar o perfume de cada momento.

Hoje, oiço-te como sempre.
Abraço-te, mas não te prendo.
Hoje, dou-te a mão, dou-te o tempo,
Dou-te a força do vento.