quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

Primeira página em branco de um livro com 365 dias



Como o título diz e muito bem, hoje decorreu a primeira página em branco de um livro com 365 dias. Muito se escreveu hoje. O ano velho foi deixado para trás.

Para este ano novo que se apresenta  temos a esperança, a vontade de fazer acontecer, de ver coisas novas e preencher vazios existentes ha muito por preencher.  Este sentimento fez me vir até aqui, lugar de porto seguro para dizer que existo e que ainda tenho vontades. 

Sim, vontades! 

Vontade de escrever novos episódios, de ter novos projectos, de colocar a vida em perspectiva e encontrar novos caminhos para seguir em frente. 

Tudo muito vago, eu sei. Mas é isso mesmo que me proponho a descobrir, planear, organizar, concretizar, fazer com gosto, sentir com intensidade cada hora, cada dia, cada projecto. 

Neste momento é só dizer que quero. Este é o inicio do novelo e agora é desenrolar, passo a passo, dia a dia.

Assim não posso deixar de contar os momentos que me inspiraram neste fim de ano maravilhoso.
Uns dias na Beira, Ervedal de Beira mais propriamente. Frio intenso, casarão de família com algumas das divisões quentinhas, quentinhas. Cheiro maravilhoso vindo da cozinha, costumes antigos num solar da mesma época. O tempo parou por uns dias. 
Só estar, foi a filosofia desta estadia. Ficaram na memória, o tempo da minha avó que entrou sem pedir licença com todos os seus rituais, costumes e falas. Amigos, silêncio, paz, castanho, inverno de céu azul, mãos frias, coração quente, cheiro a lareira, o crepitar da madeira a queimar, o peso dos cobertores na cama.
Mas foi no Alentejo, Vimieiro,  que acabamos e começamos um outro ano, cheios de amigos á nossa volta, casa lindíssima inserida num monte alentejano maravilhoso, mesa farta, alegria, musica, danças e cantorias. Foram dias belíssimos de céu azul, temperaturas amenas de dia e algum frio á noite, a desencantar memórias antigas da nossa adolescência.  

O que ficou bem marcado, amigos e musica, caras sorridentes, verde, malmequeres brancos, badalos, cheiro a esteva, Leo Sayer, uma vida cheia de historias para lembrar.

A minha primeira imagem de 2025: campo verde já com malmequeres brancos a brotarem. Lá ao fundo um rebanho de ovelhas que vêm andando e comendo compondo música com os seus badalos.
Do outro lado uns cavalinhos e um pónei a comer erva fresquinha e a aproveitar o sol, à cautela iam espreitando, curiosos. Mesmo ao lado risos, conversas, despreocupações.

Alentejo do meu Coração.