quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Duas Vidas


Hoje compreendi na perfeição o excerto do poema de Fernando Pessoa.

«Temos todos que vivemos uma vida que é vivida e outra vida que é pensada.»

Eu tenho de facto duas vidas.

A nossa vida vivida, é tão simples!
É a que é e, nada mais.
A nossa vida pensada, dá-nos a sensação de que o mundo é todo nosso, cria-nos um sentimento de insatisfação e muita pressa de viver.
É uma vida muito mais delicada. Nela cabem todos os nossos sonhos sonhados, o que somos, o que não somos, o que gostaríamos de ser e todo um sem número de pensamentos, desejos e quereres.
Ao contrário do mundo vivido, é um mundo grande, cheio, vivo, imbuído de esperança e de ilusões. Dá-nos coisas que não conhecemos, ensina-nos tudo o que não sabemos e alimenta a nossa outra vida. 
Chegamos a ter certezas e sentimentos sobre tantas coisas que não vivemos…

A vida vivida é ou pode virar, um parasita que se alimenta da vida pensada. É preciso ter cuidado e não deixar que a pensada se sobreponha à vivida porque para todos os efeitos, a vivida é a que verdadeiramente vale e é nossa.